terça-feira, 29 de janeiro de 2013

consultando o passado, presente e futuro.

O telefone tocou, o horário era razoável eu já tomava meu café, lia as principais manchetes e tinha por perto meu Tarô de Arte Sacra (conforme foto do jogo abaixo). Atendi normalmente e do outro lado um homem, com voz pouco rouca e um tanto quanto ansioso.

- Bom dia.
- Olá, fui indicado por uma amiga, que me passou seu telefone, conforme consta em seu cartão de visita e gostaria de marcar uma consulta particular, como posso fazer?
- Atendo em São Paulo, zona norte, conhece?
- Não, mas com GPS acredito conseguir chegar... que horas poderia me atender ainda hoje se possível?
- Hoje, tenho horário livre as 19h... tudo bem?
- Tudo... por mim tudo bem...

E mais ou menos assim foi a conversa, acertamos detalhes, dei explicações enfim... o cliente foi atendido. Chegou ao consutório britanicamente as 19 horas. Ao aroma da essência de sândalo com verbena, deixei o cliente a vontade, enquanto eu iniciava meu ritual de leitura de tarô. Eu, o oráculo e o cliente na mesa, a pergunta feita ao tarô foi: Gostaria de saber como foi passado recente, meu presente e uma previsão para o meu futuro. Ok! dei-lhe o baralho somente com os arcanos maiores e pedi para embaralhar até achar que o momento é oportuno. Quando terminou, abri um leque sob o manta sagrada com os 22 arcanos maiores. O cliente escolheria 3 arcanos. Primeiro pro passado, segundo pro presente e terceiro pro futuro. Da mesma forma foi feito com os arcanos menores... emabalhando os 56 arcanos e ao término, um corte triplo e a escolhe de um dos 3. Abre-se novamente o leque o procedimento de escolha de arcanos é o mesmo.

Os arcanos:
IMPERATRIZ + 3 de ESPADAS (passado)
MORTE + PAGEM DE PAUS (presente)
DIABO + REI DE ESPADAS (futuro)

Há um tempo atrás, sua vida estava agitada, era o momento da ação, você tinha um objetivo a cumprir que muitas vezes abalava sua criatividade. Mesmo nutrindo e rodeado de pessoas, existia uma certa harmonia entre você e seus semelhantes mais próximos, mas por uma causa, houve uma segregação, que fica claro com o 3 de espadas. Por mais que os empreendimentos estavam em crescimento, o que lhe trazia certo conforto material, mas nem tanto, você foi justo, direto, articulado, assertivo e analítico, mesmo sozinho e sem aliados você conseguiu segurar as rédeas mesmo não sendo o homem da família, mas teve visão objetiva do que realmente é a vida e não viveu na inércia, foi compreensivo e intuitivo, porem, houve um rompimento, uma dor. Um ferimento do passado que veio a tona. Segregação.. Está claro para mim. Este arcano menor é o momento que você viveu no seu passado, A Imperatriz, poderosa, fértil e criativa te deu o equilíbrio certo para não ficar em cima do muro. Porem, ficou a dor, o desencanto, a tristeza, as lágrimas que o tempo tentou esconder. Muitas vezes com a mente entorpecida você deixou-se levar pelas intrigas, pela falsidade, pela inveja, pelo rancor, e retribuiu isso na mesma veracidade. Enfim, tente eliminar tudo o que lhe aflige, chegou a hora mesmo de terminar de por um fim, mas não se esqueça de renovar, pois agora temos o presente, com A Morte lhe trazendo mudança, novos ares, novas pessoas, recomeços, transformações. Chegou o momento de finalizar um ciclo e começar outro sem temer e ser fiel a si mesmo. Se uma porta fechou ou um tapa você levou, saiba que outra porta irá se abrir, é momento de renovação. Muitos caminhos são separados, destinos traçados onde se chegam ao âmago da questão. A Morte é o caminho da dor, segundo meu mestre Nei Naiff, e assim sendo, no presente você terá muitos obstáculos, atalhos difíceis e soluções a curto prazo. Mesmo o simbolismo dA Morte, sendo de renovação, vejo que por ter pessoas que te amam de verdade você teve ajuda angelical de Pahaliah, seu anjo trono cabalístico e assim, fecha e inicia uma nova vida. Aceite a limitação do tempo. Este Pagem de Paus, mostra que em muitos momentos você foi ingênuo, teve boas intensões e no final das contas carregou todo peso nas costas e ainda saiu como "vilão" ou até considerado coisa do mal. O importante é que no presente atual você continua com boas intensões, tem novas propostas de vida pessoal, social e profissional, vejo que existem importantes negociações para o futuro. Uma dica é ajudar o próximo sem esperar nada em troca. Tenha fé, tome apenas cuidado com a ingratidão, a mentira e a traição. Seja otimista, mostre exuberância, Arrisque.

Por fim, O Diabo. Casa do futuro. Caminho da Dor novamente. Cuidado com ganhos ou investimentos, cuidado com a gânancia de vencer de qualquer coisa a qualquer custo, saiba levar uma vida menos sagaz. Pro futuro, não seja displicente, tenha fé no Grande Arquiteto, que é Deus, que é luz, que tudo caminhará conforme manda o figurino, só não caia na tolice de ser escravo do trabalho e não sentir satisfação nisso. Faça o que tem vontade no amanhã. Cuidado com vícios. Para fechar com chave de ouro, o Rei de Espadas. Firme e forte no seu trono, segurando sua espada para não ser atingido por inimigos, o que me faz lembrar dO Imperador. Peço que mantenha a imagem de poder social, de autoridade que é. Seja um líder e tenha controle de qualquer situação, verdadeira ou falsa. Vejo vitória sobre o inimigo, sob as emboscadas da vida. Não tenha medo do fracasso, não seja dissimulado, nem chegue perto da inércia ou da estagnação... Movimente-se, o futuro é seu, você tem talento.

O cliente, mais motivado, topou fazer uma meditação de apenas 5 minutinhos, para relaxar a mente e absorver as informações. Mais calmo, ele sentiu a egrégora do consultória e ficou sem palavras... enxugou as lágrimas que formavam em seus olhos, baixou a cabeça e agradeçeu. Saiu satisfeito, sem dizer muito sobre seu caso, o tarô disse tudo a ele, e o que o ele tinha que absorver ele sem dúvida alguma absorveu, e entendeu a mensagem do oráculo. Uma consulta simples, mas que com menos de 1:30min é impossível de realizar. Gratidão e saúde a todos...

Fraternalmente.
Paz e Luz.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O misticismo judaico da Cabala.

Qual a origem do Universo? Por que estamos aqui? De onde vem a vida? O que acontece depois da morte? Imagine se você pudesse fazer todas essas perguntas diretamente para a autoridade máxima no assunto. Isso mesmo: que tal ter uma conversa com Deus e ouvir dele todas as respostas? Agora imagine que as respostas já existem, e foram passadas de geração a geração por um grupo de sábios estudiosos, do início dos tempos até os dias de hoje. Pois essa é a definição da cabala: uma revelação feita por Deus para os homens, capaz de esclarecer todos os mistérios que rondam a humanidade. Conheça aqui a história do misticismo judaico e saiba como a cabala está conquistando o planeta.

No princípio, Deus criou os céus e a Terra. "Faça-se a luz", e a luz foi feita. Depois, Deus criou o homem e o chamou Adão. Findos os 7 dias da Criação, o Senhor viu que tinha feito algo bom. O homem habitava o paraíso e tinha contato direto e constante com Ele. E daí Deus resolveu passar ao homem toda a sabedoria da cabala. "Adão conhecia a cabala", dizem alguns praticantes. O assunto, porém, é controverso entre os próprios cabalistas. Teria o conhecimento da cabala sido passado de Adão a seus descendentes até Noé, depois até Abraão, Moisés e em seguida aos grandes mestres históricos, que selecionavam rigorosamente aqueles que estariam aptos a ser seus discípulos? Não há consenso sobre o momento em que a cabala foi revelada ao homem, mas todos os cabalistas concordam que o ensinamento sagrado veio diretamente do Criador, assim como os 613 mandamentos judaicos contidos na Torá, a bíblia judaica, que os cristãos chamam de Pentateuco. "A cabala é além do tempo, ela não tem nem começo nem fim", diz o rabino israelense Joseph Saltoun, ex-professor do Centro de Estudos da Cabala, em São Paulo, e que hoje leciona em Vancouver, no Canadá.

Mas, afinal, o que é a cabala?
Bem, para tornar mais simples a tarefa de explicar, vamos começar dizendo o que ela não é. Ok, cabala NÃO É religião, autoajuda, superstição, magia, bruxaria, sociedade secreta, meditação, adivinhação, interpretação de sonhos, ioga, hipnose ou espiritismo, embora possa estar relacionada a todas essas coisas. Agora fica mais simples entender o que a cabala É: um conjunto de ensinamentos sobre Deus, o homem, o Universo, a Criação, o Caminho, a Verdade e coisas afins; uma revelação de Deus para o homem. "Ela nos diz por que o homem existe, por que nasce, por que vive, qual é o objetivo de sua vida, de onde vem e para onde vai quando completa sua vida neste mundo", diz Marcelo Pinto, representante do centro de cabala Bnei Baruch no Brasil. "O ser humano tem muitas questões, e a cabala é um caminho espiritual que permite trazer de volta o elo com a verdadeira origem de tudo", explica Ian Mecler, professor de cabala no Rio de Janeiro e escritor de livros como O Poder de Realização da Cabala (Editora Mauad). Para Shmuel Lemle, professor da Casa da Cabala, também no Rio, "nada acontece por acaso. Existem leis de causa e efeito. Assim como existem leis físicas como a lei da gravidade, existem leis espirituais".

Independentemente de quando a cabala tenha surgido, o modo como a conhecemos hoje é o resultado da transmissão desses ensinamentos por meio da tradição judaica. A palavra cabala (????, em hebraico, cuja pronúncia mais próxima do original é "cabalá") significa receber/recebimento. A cabala é uma forma de misticismo, pois ensina que é possível ao homem ter contato direto com esferas superiores da realidade, ou mesmo com manifestações do próprio Criador. Portanto, de um modo simplificado, a cabala é o misticismo judaico, ou a corrente mística ligada à tradição do judaísmo, para ser mais exato.

União com o criador

Grosso modo, a cabala está para o judaísmo assim como o gnosticismo está para o cristianismo e o sufismo está para o islã. Gnosticismo e sufismo são as correntes místicas ligadas respectivamente às tradições cristã e muçulmana. Como misticismos, essas 3 correntes têm muito em comum (veja o quadro da página ao lado). A maior parte das diferenças está no modo de transmissão do conhecimento, adaptado à tradição em que aquele tipo de misticismo se desenvolveu. Esse raciocínio não vale apenas para as 3 religiões chamadas abraâmicas (por serem todas herdeiras do patriarca Abraão) mas também para as místicas orientais, como hinduísmo, tao e budismo, além do zoroastrismo na Pérsia, só para citar as mais conhecidas.

Se a cabala é um tipo de misticismo, talvez seja o caso de explicar: o que é misticismo? Em poucas palavras, é a crença na possibilidade de percepção, identidade, comunhão ou união com uma realidade superior, representada como divindade(s), verdade espiritual ou o próprio Deus único, por meio de forte intuição ou de experiência direta em vida. Na intenção de atingir esse tipo de experiência, as tradições místicas fornecem ensinamentos e práticas específicos, como meditação e aperfeiçoamento pessoal consciente. Nosso foco nesta reportagem, a cabala, não é exceção. Para entender melhor, vamos dar uma espiada no passado?

Tradição oral

Seja qual for o primeiro e privilegiado homem a ter recebido o conhecimento esotérico da cabala, ninguém discute que os ensinamentos foram transmitidos oralmente ao longo de muitas gerações, até que alguém resolvesse eternizá-los na escrita. Os primeiros escritos conhecidos com referências a esses ensinamentos datam do século 1. São livretos reunidos numa coleção chamada Heichalot ("Os Palácios"), que versam sobre os passos necessários para ascender evolutivamente através de 7 palácios celestiais, com ajuda de espíritos angelicais. Mas os livros mais importantes da cabala são o Sefer Yitizirah (Livro da Criação) e o Zohar (Livro do Esplendor), ambos de origem incerta. O primeiro teria sido escrito no século 2, mas seu autor é desconhecido. No caso do Zohar, a situação é ainda mais complexa. Para alguns cabalistas, ele foi escrito pelo rabino Shimon bar Yochai, também no século 2. A maioria dos estudiosos, porém, acredita que o Livro do Esplendor seja de autoria do escritor judeu-espanhol Moisés de León, que divulgou os manuscritos no século 13.

Embora o Sefer Yitizirah e o Zohar concentrem em suas páginas os principais ensinamentos da cabala, é importante lembrar que a Torá é tão importante quanto eles. Isso porque, segundo a cabala, a Torá contém ensinamentos preciosos codificados dentro do texto sagrado - decifrar esses ensinamentos ocultos é, por sinal, um dos principais propósitos do misticismo judaico. Uma das maneiras de interpretar a bíblia hebraica é recorrer a códigos e números: a guematria, a face matemática da cabala, atribui valores numéricos a cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico. A ordenação dessas letras no texto bíblico seria uma das maneiras que Deus teria encontrado para revelar ao homem os segredos do Universo.

As interpretações da Torá são tão importantes que foram divididas em 4 níveis de profundidade. O 1º nível, Peshat, é aquele com que todos leitores estão acostumados, mais simples, que compreende o sentido literal do texto. O 2º, Remez, já considera os significados alegóricos da linguagem (alusões). No 3º nível, Derash, entram comparações entre trechos similares e metáforas. O último nível seria aquele que compreende o sentido secreto e misterioso da mensagem divina: Sod. Juntos, os nomes das interpretações já possuem um significado próprio. Combinando-se as primeiras letras de cada um, obtém-se a palavra PaRDeS, que significa paraíso e remete à finalidade última do esforço de interpretação. Isto é, ao finalmente compreender a mensagem que Deus colocou nos textos sagrados, o cabalista receberia de volta o conhecimento do paraíso, como se lhe fosse devolvida a chave para retornar ao Éden, do qual Adão foi expulso por desobediência. "É como uma gota retornando ao oceano, de volta à realidade divina. Não é um processo fácil", diz o rabino Leonardo Alanati, da Congregação Israelita Mineira.

Mestres e discípulos
Durante séculos, especialmente após a destruição do Segundo Templo em Jerusalém pelos romanos, no ano 70, a sabedoria da cabala foi cuidadosamente transmitida "por mestres iluminados somente a pequenos grupos de seus discípulos mais brilhantes e inspirados", conta Alanati. Os discípulos ideais eram homens maduros (mais de 40 anos), pais de família, de comportamento exemplar e ávidos por descobrir os segredos do Universo. Não eram muitos, portanto, aqueles que se tornavam mestres e davam continuidade à transmissão do conhecimento oral.

Para boa parte dos cabalistas, as restrições tinham uma razão clara: o público não estava preparado para receber esses ensinamentos. "Esse é o principal motivo para a transmissão restrita", opina Mecler. "Hoje, a evolução da ciência ajuda a compreender muitos dos ensinamentos antigos", diz. Mas o motivo de tanto segredo não era somente a escassez de discípulos ideais. Em diversas épocas, por razões diferentes, os judeus foram proibidos de professar publicamente sua fé - a perseguição aos cabalistas atingiu o clímax no século 16, durante a Inquisição espanhola. Além disso, "a cabala contém uma reinterpretação revolucionária do texto bíblico, que usa uma simbologia complexa e uma linguagem ambígua", diz Alanati. Por causa disso, em muitas ocasiões os cabalistas foram considerados hereges. Até hoje, o estudo da cabala é condenado por várias vertentes do judaísmo.

Entre o período final da Idade Média e o fim da Idade Moderna, houve um ressurgimento da cabala. No século 13, o Zohar foi distribuído pelo escritor espanhol Moisés de León; no século 16, os conhecimentos foram sistematizados pelo místico Moisés Cordovero, um dos sábios a se refugiar na cidade israelense de Safed; em seguida, Isaac Luria divulgou novas interpretações dos ensinamentos, que foram espalhados por vários mestres pela Europa, fazendo da cabala a teologia dominante em círculos escolásticos e no imaginário popular judaico; e, no século 18, o rabino Baal Shem Tov fundou o hassidismo, variante ortodoxa do judaísmo que ensinava uma versão mais "fácil" da cabala. De todo modo, "a essência é a mesma há 4 mil anos", diz Mecler. "O conhecimento não muda, assim como as leis da física não mudam. Muda só a forma de transmitir", diz Lemle.

Hoje, com o advento da internet, o conhecimento da cabala é acessível a qualquer interessado, ainda que de forma simplificada. "Estamos prontos, então a hora chegou", conclama Lemle. Nos séculos 20 e 21, foram feitas diversas traduções do Zohar para o hebraico moderno (o idioma original é o aramaico) e para o inglês (não existe uma versão completa em português). Mas o fator que mais contribuiu para a popularização da mística judaica foi a recente adesão (desde a década de 1990) de celebridades como Madonna, Mick Jagger, David Bechkam, Britney Spears e outras..

A organização responsável pelo surgimento da cabala pop é o Kabbalah Centre, uma escola de cabala fundada em 1984 na cidade de Los Angeles. Lá, como você pôde perceber ao ler o nome dos famosos, o acesso aos ensinamentos não é restrito a judeus. "Temos alunos de várias religiões", diz Yehuda Berg, um dos coordenadores do centro americano. "Não vejo problema nisso."

Nem todos estudiosos aceitam a ideia de que a cabala deva ser acessível a todos. A atitude do Kabbalah Centre provocou reações indignadas de cabalistas mais tradicionais, como o iraquiano Yitzhak Kadouri, um dos mais importantes estudiosos da cabala no último século. "A cabala não é moda", disse em 2004, comentando a adesão de Madonna ao misticismo. "Ela deve ser estudada somente por judeus."

Controvérsias à parte, a verdade é que a cabala ganhou milhares de aspirantes de diversas religiões nos últimos anos. Mas essa não é a primeira vez que acontece esse tipo de "sincretismo". Veja a seguir como diversas crenças e religiões encontraram na cabala uma parceira de peso.


Parcerias poderosas
Durante o Renascimento, a cabala despertou interesse de grupos místicos cristãos, intrigados com a compatibilidade entre as duas tradições. O resultado foi a criação da cabala cristã (ou católica), que levou novos níveis de interpretação aos textos sagrados cristãos. "Considero Jesus um mestre de cabala", diz Mecler. Um sincretismo mais profundo resultou no surgimento da chamada cabala hermética, que reúne ensinamentos de gnosticismo, alquimia, astrologia, religiões egípcia, greco-romana e pagãs, tarô, tantra, maçonaria, hermeticismo, neoplatonismo, hinduísmo e budismo, em uma espécie de síntese de todas as tradições místicas ditas autênticas. Outra variante é a cabala prática, que trabalhava com o uso da magia, incluindo a criação de amuletos e encantamentos, e teve seu apogeu na Idade Média.

Mas, além dessas tradições cabalísticas distintas, a própria cabala judaica tem diferentes correntes. Uma delas é a já citada cabala pop. Outra variante tem como expoente o Bnei Baruch Kabbalah Education & Research Institute, fundado em 1991. Autodenominado o maior grupo de cabalistas em Israel, o Bnei Baruch não considera a cabala um misticismo, mas "uma ferramenta científica para o estudo do mundo espiritual". A proposta deles para compreender o Universo é aliar os estudos científicos da física, da química e da biologia às ferramentas cabalísticas. Seu fundador e atual diretor, o filósofo Michael Laitman, é Ph.D. em cabala pela Academia Russa de Ciências e mestre em biocibernética médica.

Além dessas e, claro, do judaísmo hassídico, existem outras correntes - mais conservadoras, mais literais, mais flexíveis... "Cada escola se liga mais em um ou outro mestre", esclarece Mecler. As diferenças são na ênfase em cada aspecto da sabedoria, mas todas seguem a base comum dos textos sagrados e da tradição oral. "Existem muitos mestres, e cada um pode escolher aquele com o qual se identifica, mas não há diferença na base do ensinamento", diz Lemle. Afinal, como costumam dizer, "a Verdade é uma só". Que tal conhecer um pouco dela?

Deus-infinito
Assim como a religião judaica, a cabala afirma que tudo o que existe vem de Deus. Entretanto, o Deus único não é compreendido exatamente da mesma maneira. Se, para a religião tradicional, Deus é o todo-poderoso Criador de todas as coisas, para a cabala Ele não é somente o Criador mas é também a Criação. Ou seja, a Criação não é dissociada do Criador, mas parte d’Ele. A existência de Deus não seria, portanto, distinta do espaço e do tempo; o espaço e o tempo estariam contidos no próprio Deus-Infinito. Mas não vá pensando que já entendeu, porque isso não é assim tão simples. E nem imagine que essas racionalizações vão proporcionar a você um entendimento profundo de Deus. Por um simples fato: segundo a cabala, ou mesmo a religião judaica, o Deus-Infinito não pode ser compreendido pela nossa mente física limitada.

Claro que, apesar disso, os cabalistas não deixam de estudar esses ensinamentos, porque os consideram fundamentais para prosseguir no caminho da evolução espiritual. Um dos estudos mais importantes é justamente o que diz respeito à natureza da divindade. Para começar, os cabalistas preferem o termo Deus-Infinito - uma tradução para ??? ??? (lê-se da direita para a esquerda), ou Ein Sof, aquele que veio antes de tudo, que precede a Criação. Veja o que diz o Zohar sobre o Ein Sof: "Antes de dar qualquer formato ao mundo, antes de produzir qualquer forma, Ele estava só, sem forma e sem semelhança com qualquer outra coisa. Quem então pode compreender como Ele era antes da Criação? Por isso é proibido emprestar-Lhe qualquer forma ou similitude, ou mesmo chamá-Lo pelo Seu nome sagrado, ou indicá-Lo por uma simples letra ou um único ponto... Mas, depois que Ele criou a forma do Homem Celestial, Ele a usou como um veículo por onde descer, e Ele deseja ser chamado por Sua forma, que é o nome sagrado ‘YHWH’".



Pode parecer estranho não poder dar um nome a Deus, tornando-o de certa maneira inacessível para os homens. Afinal, se é assim, como pode existir uma experiência mística que permite esse acesso? Bem, a cabala explica que o contato com Deus é realizado indiretamente, por meio de um de seus desdobramentos. "Para tornar-se ativo e criativo, Deus criou as 10 sefirot ou emanações. As sefirot formam a Árvore da Vida, que representa os aspectos de Deus existentes dentro de nós", explica o rabino Alanati. Ou seja, uma maneira de ter o contato místico com Deus é através de uma das 10 sefirot, as mesmas representadas no famoso diagrama. Alanati explica que as 7 esferas mais baixas estão diretamente relacionadas com os 7 dias da Criação descritos no livro do Gênese.

Mas como teria se dado exatamente a Criação? A cabala tem um livro dedicado a esse tema: o já citado Sefer Yitizirah. O texto ensina que a primeira emanação do Ein Sof foi ruach (espírito/ar), que em seguida gerou fogo, responsável por formar água. A existência real dessas substâncias potenciais foi comandada por Deus, que as utilizou como matérias-primas de toda a Criação. Por exemplo, a água deu origem à terra, o fogo originou o céu e o ar ocupou o espaço entre eles para formar nosso planeta. Ainda segundo o Sefer, o Cosmos é dividido em 3 partes (cada uma delas contendo uma combinação dos 3 elementos primordiais): o mundo (ou, com alguma abstração, o espaço), o ano (tempo) e o homem.

A cabala divide o Universo em 4 planos de existência, divididos hierarquicamente a partir da emanação do Ein Sof até nós. Nessa ordem, teríamos então: o Atziluth (Mundo da Emanação ou das Causas), que recebe a luz diretamente do Ein Sof; o Beri’ah (Mundo da Criação), onde não há matéria e onde moram os anjos de mais alta hierarquia; o Yitizirah (Mundo da Formação), onde a Criação assume forma material; e o Assiah (Mundo da Ação), onde se completa a Criação e se localiza todo o Universo físico e suas criaturas. No sistema luriânico, um quinto mundo é mencionado, acima do primeiro, e que serviria de mediação entre o Ein Sof e o Mundo da Emanação.

Planos superiores
É curioso observar que, na cabala luriânica, desenvolvida no século 16 pelo rabino Isaac Luria, há um conceito que lembra a Teoria do Big Bang. Segundo essa linha cabalística, a primeira ação de Ein Sof para criar o Universo teria sido uma contração sobre si mesmo, que teria provocado uma catástrofe inicial chamada tohu, gerando um vácuo. Em seguida, esse váculo teria sido preenchido com as emanações divinas (de uma maneira explosiva, tendo em vista a grande velocidade dos acontecimentos narrados) e, a seguir, "retificado" nos mundos que você conheceu no parágrafo anterior.

Enquanto estiver no Mundo da Ação, o homem está sujeito a dirigir o corpo físico que lhe foi concedido, mas seu objetivo deve ser sempre o mesmo: aprender e evoluir para ascender aos planos superiores. "O judaísmo acredita que a alma é eterna e subdividida", diz Alanati. "A vida continua em outras realidades além da nossa, aguardando a ressurreição. A cabala é a única corrente dentro do judaísmo que defende o conceito de reencarnação: algumas almas retornam a este mundo em outro corpo, até acabar de cumprir a sua missão. Ou então elas voltam para nos trazer bênçãos e luz através de seu ser altamente desenvolvido". Segundo ele, seria possível uma alma atingir o estágio de evolução necessário em uma única vida, mas é comum receber mais algumas chances, num processo de reencarnação que também faz parte dos aprendizados evolutivos.

Segundo a cabala, a alma humana é dividida em 3 partes básicas. A mais "baixa", chamada nefesh, é a parte animal, responsável pelos instintos e reflexos corporais. Acima dessa estaria ruach, o espírito ou alma média, que contém as virtudes morais e a habilidade de distinguir o que é bom e o que é ruim. A alma alta, neshamah, seria a terceira parte, que representa o intelecto e distingue o homem das outras formas de vida, por permitir a vida após a morte. É a neshamah que permite a percepção da existência de Deus.

Outras duas partes da alma humana são discutidas no Zohar: chayyah, que permite a consciência da força divina, e yehidah, a parte da alma que é alta o suficiente para atingir o maior nível possível de união com o Criador. "A meta é alcançar o propósito para o qual fomos criados: a equivalência de forma com a Força Superior. Todo o trabalho na cabala tem esse objetivo", resume Marcelo. Na hipótese remota de a humanidade finalmente se unir ao Criador, em uma fusão completa e perfeita, o que aconteceria? O fim do mundo? O começo de uma nova e gloriosa Criação? Bom, isso nem mesmo os mestres cabalistas sabem responder...

VOLTA ÀS ORIGENS
Grupo de jovens israelenses se reúne em uma caverna perto da vila de Beit Meir, em Jerusalém, para estudar a cabala, em maio de 2010. Uma vez por semana, cerca de 12 judeus ortodoxos se encontram nesta caverna perto da cidade sagrada para repetir um ritual antigo: analisar e discutir, por horas a fio, os textos de livros como o Zohar.

FESTA MÍSTICA
Mais de 2 mil estudantes da cabala se reuniram na Times Square, em Nova York, para celebrar a chegada do Ano-Novo Judeu, Rosh Hashana, em setembro de 2001. O canto, a dança e as vestes brancas são típicos de uma nova geração de cabalistas, que considera a festa, a celebração e a alegria tão importantes quanto a meditação e as longas sessões de estudo dos textos antigos.

LADO A LADO

Judeus ortodoxos e soldados israelenses rezam juntos na tumba do rabino Isaac Luria, em Safed, Israel. Luria, um dos mais importantes cabalistas de todos os tempos, foi o responsável pela renovação do misticismo no século 16 com a criação da cabala luriânica e a divulgação de seus ensinamentos para além dos círculos judaicos.

BANHO SAGRADO
Um judeu se banha nas águas geladas da Mikve HaAri, localizada em Safed, Israel. Cabalistas repetem há anos o ritual, prestando homenagem ao rabino Isaac Luria, que teria utilizado as mesmas águas no século 16. Alguns se banham todos os dias, mas o mais comum é realizar o ritual na véspera do Shabat.

SÓ PARA JUDEUS
O cabalista Yitzhak Kadouri segura um exemplar do Zohar na biblioteca de sua casa em Jerusalém, em 2004. Um dos maiores estudiosos contemporâneos da cabala, Kadouri ganhou notoriedade por sua influência política e por suas declarações polêmicas. Em 2004, durante visita de Madonna a Israel, ele se recusou a falar com a cantora, dizendo que "o estudo de cabala é proibido para as mulheres, e também para os que não são judeus".

A cabala no tempo Conheça a evolução da corrente mística judaica, da criação do Universo até os dias de hoje

Criação

Origem - 3700 a.C.
Deus cria Adão. Há quem defenda que ele teria sido o primeiro conhecedor da cabala, obtida diretamente do Criador.

Patriarca - 1800 a.C.
Nasce Abraão, patriarca dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos. Para alguns, ele seria o primeiro conhecedor da cabala.

Êxodo - 1500 a.C.
O profeta Moisés teria recebido a cabala diretamente de Deus no monte Sinai, juntamente com a Torá e os Mandamentos.

Templo - 516 a.C.
É erguido o Segundo Templo em Jerusalém. A chamada Torá Oral é transmitida ao longo dos anos.

Formação
Diáspora - 70 D.C.
Perseguição romana e destruição do Segundo Templo. Segunda diáspora. Cabala é mantida em segredo.

Palácios - Séc. 1
É escrita a coleção de literatura judaica conhecida como Heichalot ("Os Palácios"), que inspirou motivos cabalísticos.

Manuscritos - Séc. 2
É escrito o livro Sefer Yitizirah, a obra mais antiga do chamado esoterismo judaico. Segundo a tradição, é escrito também o Zohar, no idioma aramaico, pelo rabino Shimon bar Yochai.

Título - Séc. 11
O termo cabala passa a ser usado para identificar o misticismo judaico. Não há consenso se o pioneiro nesse uso foi o filósofo judeu Shlomo ibn Gevirol ou o cabalista espanhol Bahya ben Ahser.

Expansão
Redescoberta - Séc. 13
O Zohar é descoberto (ou escrito, segundo alguns estudos) e distribuído pelo escritor judeu-espanhol Moisés de León.

Renovação - Séc. 16
Sábios cabalistas refugiam-se na cidade de Safed, em Israel: entre eles está Isaac Luria, criador da cabala luriânica.

Vivência - Séc. 18
Fundado pelo rabino e místico judeu Baal Shem Tov, o judaísmo hassídico, ramo ortodoxo que prega a vivência mística da fé judaica, populariza uma forma mais simples de cabala no Leste Europeu.

Tradução - Séc. 20
O rabino Yehuda Ashlag, fundador do Kabbalah Centre de Israel, completa em 1922 a primeira tradução do Zohar para o hebraico moderno. Em 1984, Philip Berg funda o Kabbalah Centre de Los Angeles.

Ao acompanhar esta linha do tempo, você vai notar algumas discrepâncias entre o que dizem as tradições judaicas e a opinião dos estudiosos. O caso mais exemplar é o do Zohar: no século 13, Moisés de León distribuiu a primeira versão escrita da obra, alegando que havia encontrado os manuscritos originais, do século 2. Conta-se, porém, que um homem rico ofereceu à viúva de Moisés de León uma alta soma de dinheiro pelos originais. Desolada, ela teria confessado que seu marido era o verdadeiro autor.

Uma verdade, muitos caminhos
Cada misticismo tem seu próprio método para chegar até a Verdade. Mas a essência é a mesma.

Veja aqui as semelhanças e
diferenças entre 6 correntes místicas.


CABALA
O que é - O misticismo judaico é baseado na crença de que todos os segredos do Universo foram revelados por Deus, de forma codificada, na Torá. Os cabalistas procuram desvendar esses segredos.

Principal texto - Distribuído no século 13 pelo rabino Moisés de León, o Zohar ajuda a explicar os ensinamentos ocultos na Torá.

Principal patriarca - Abraão, embora não haja consenso se o primeiro conhecedor da cabala teria vindo antes (Adão ou Noé) ou depois (Moisés).

Entidade máxima - Ein Sof, o Deus-Infinito, que criou o Universo usando as 22 letras do alfabeto hebraico e as 10 emanações chamadas de sefirot.


GNOSTICISMO
O que é - Gnose é um tipo especial de conhecimento, uma espécie de saber profundo. Ligado à história do cristianismo, o gnosticismo possui elementos pagãos e outros sincretismos.

Principal texto - Escrito por volta do séc. 2, o Pistis Sophia relata os ensinamentos de um Jesus ressuscitado aos apóstolos.

Principal patriarca - Para os gnósticos, Jesus Cristo é o maior mestre de todos os tempos, mas não é considerado o próprio Deus.

Entidade máxima - O Absoluto. Num conceito próximo ao do Ein Sof, Ele também tem emanações, conhecidas como "Æons".

SUFISMO
O que é - A palavra remete à ideia de pureza. Enquanto o islã crê no encontro com Deus após a morte, o sufismo defende essa possibilidade ainda em vida, por meio de uma experiência mística, chamada irfan.

Principal texto - Escrito no século 11 pelo sábio persa Hujwiri, o Kashf al Mahjub ("Revelando o Velado") discute os principais conceitos sufistas.

Principal patriarca - O profeta Maomé teria transmitido os ensinamentos sufistas àqueles que poderiam experimentar um encontro com Alá.

Entidade máxima - Seguindo a tradição islâmica, Alá é o único Deus, embora tenha uma coleção de nomes, assim como acontece na cabala.

RAJA IOGA
O que é - Originado no hinduísmo, o raja ioga ("ligação", em sânscrito) também está presente no budismo e consiste em disciplinas mentais muito além das práticas mais conhecidas no Ocidente.

Principal texto - Os textos hindus conhecidos como Ioga Sutra explicam os meios de atingir o Samadhi, que seria a união completa com Deus.

Principal patriarca - Não tem. Entretanto, uma figura histórica importante é Patañjali, autor dos Yoga Sutra e de outros textos filosóficos.

Entidade máxima - Brahman é para o Ioga a Realidade Eterna, Infinita, Imutável, Origem e Identidade de tudo o que há no Universo.
ZOROASTRISMO
O que é - Misticismo surgido na antiga Pérsia, baseado nos ensinamentos de Zaratustra. Dizem que os iniciados detinham o conhecimento místico necessário para dominar as forças da natureza.

Principal texto - Chamado Gathas, traz versos que exploram a essência divina da Verdade, da Mente Sadia e do Espírito de Justiça.

Principal patriarca - O profeta Zaratustra (ou Zoroastro) viveu em algum momento entre os séculos 16 e 10 a.C. e teria sido o autor do Gathas.

Entidade máxima - Chamado por Zaratustra de "o Deus não criado", por ser a origem de tudo, Ahura Mazda é onisciente, mas não onipotente.
TAO
O que é - Profundamente dualista, o tao prega o caminho do equilíbrio entre os eternos opostos. Viver em harmonia, agindo com sutileza por meio do "não agir" (wu-wei), seria a chave para atingir o Tao.

Principal texto - O Tao Te Ching ("Livro do Caminho e da Virtude") serviu de inspiração não só para o taoismo, mas também para o zen-budismo.

Principal patriarca - Autor do Tao Te Ching, o reverenciado Lao Tsé (o nome significa Velho Mestre) é envolto em mistérios.

Entidade máxima - Verdadeira natureza do Universo, o Tao o precede e o abarca completamente. Não personificado, confunde-se com o próprio Caminho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
por Texto Daniel Schneider

REVISTA SUPER INTERESSANTE.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

33

Na data de hoje, completo um novo ciclo, entro na idade mística.
Trinte e três anos de vida neste plano, a idade mística, psíquica e espiritual deu seu início.

Este número é o símbolo da perfeição por ser o número dos anos de vida do mestre Jesus, o Cristo. Sendo os relatos evangelistas, é também a quantidade dos milagres que o ungido Jesus realizou. Por esse motivo, Antonio Gaudí colocou um quadrado mágico com a soma 33 juntos a escultura do "beijo de Judas" na Catedral da Sagrada Família em Barcelona.


Tampouco é coincidência o fato de José supostamente ter 33 anos ao se casar com a Virgem Maria, ou de Jesus ter operado 33 milagres, ou de o nome de Deus ter sido mencionado 33 vezes no Gênesis.

Em outras religiões, o número também aparece, no Islamismo, todos os habitantes do paraíso têm eternamente 33 anos.

A MAÇONARIA E A BUSCA PELO CONHECIMENTO
A Bíblia contem o Velho Testamento. No Novo Testamento e uma valiosa coleção de escritos filosóficos da Maçonaria. A Bíblia e seus mistérios bem como suas infinita informações cifradas é objeto de estudo e aprendizado dos Maçons.


A base da coluna, ou sacro, significa literalmente “osso sagrado”, a coluna vertebral é composta exatamente por 33 vértebras

A mente é como um cume de ouro que encima o corpo físico, Pela escadaria da coluna vertebral, a energia sobe e desce, circulando, unindo a mente celeste ao corpo físico.
O corpo é de fato um templo.

“Quando o teu olho for bom, todo o teu corpo terá luz” Mateus 6:22

A ciência humana reverenciada pelos maçons é a antiga compreensão de como usar esse templo para seu objetivo mais poderoso e mais nobre.

A Maçonaria reverencia o potencial inexplorado da mente, e muitos de seus símbolos estão relacionados à fisiologia humana. A fênix de duas cabeças com o número 33 é o emblema do mais alto grau maçônico. Em essência, o grau 33 é uma honraria de elite reservada a um pequeno grupo de maçons altamente qualificados. 

Todos os outros graus podem ser alcançados por meio da conclusão bem-sucedida do anterior, mas a ascensão ao grau 33 é restrita.

ORDO AB CHAOS (ORDEM A PARTIR DO CAOS) 
DEUS MEUMQUE JUS (DEUS E O MEU DIREITO)

Os graus a seguir referem-se exclusivamente ao Rito Escocês Antigo e Aceito:
  • 1) Aprendiz
  • 2) Companheiro
  • 3) Mestre
  • 4) Mestre Secreto
  • 5) Mestre Perfeito
  • 6) Secretário Íntimo ou Mestre por Curiosidade
  • 7) Preboste e Juiz
  • 8) Intendente dos Edifícios
  • 9) Cavaleiro Eleito dos Nove
  • 10) Cavaleiro Eleito dos Quinze
  • 11) Sublime Cavaleiro dos Doze
  • 12) Grão-mestre Arquitecto
  • 13) Cavaleiro do Real Arco
  • 14) Prefeito e Sublime Maçon
  • 15) Cavaleiro Do Oriente
  • 16) Príncipe de Jerusalém (Grande Conselheiro)
  • 17) Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
  • 18) Cavaleiro Rosa-Cruz ou Cavaleiro Águia Branca
  • 19) Grande Pontífice ou Sublime Escocês
  • 20) Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre "ad vitam"
  • 21) Cavaleiro Prussiano ou Noaquita
  • 22) Cavaleiro Real Machado ou Príncipe do Líbano
  • 23) Chefe do Tabernáculo
  • 24) Príncipe do Tabernáculo
  • 25) Cavaleiro da Serpente De Bronze
  • 26) Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário
  • 27) Grande Comendador do Templo
  • 28) Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto
  • 29) Grande Cavaleiro Escocês de Santo André da Escócia
    ou Patriarca das Cruzadas
  • 30) Grande Inquisitor, Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra
  • 31) Grande Juiz Comendador ou Inspetor Inquisidor Comendador
  • 32) Sublime Cavaleiro do Real Segredo ou Soberano Príncipe da Maçonaria
  • 33) Soberano Grande Inspetor-Geral.
Se você continuar a fazer o que sempre fez,
com absoluta certeza continuará a ser o que sempre foi.
- Carlos Rosa
Minha visão de vida é aprender a doar-me em prol de meus semelhantes. Com 33 anos, sei da importância espiritual que tem este número, porem para viver à altura do meu ideal vou precisar ter amor e coragem, para continuar trilhando nesta jornada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
HAJO BANZHAF; Simbolismo e o Significado dos Números. Ed.: Pensamento. 2009

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Conselho com o tarô.

Nas cartas à mesa com café na companhia
e o baralho é o Secred Art Tarot. by André St. Dryden.

Hoje, é meu atual oráculo que vive comigo 24 horas por dia, 7 dias por semana... passei a amar o conceito artístico deste deck, por se tratar de arte sacra, e como lá em meados de 2008, fui professor de ensino técnico de história da arte no Colégio Salesiano Santa Teresinha... bons tempos, mas enfim gosto de usar este baralho para casos específicos que requer muita dedicação, intuição, espiritualidade e criatividade para se abrir um tarô para um conselho, uma questão, uma dúvida muito pertinente.

Uma cliente, que por respeito, preservo seu nome, procurou-me para uma consulta, e com mais de uma hora de meditações reflexões, incensos e cafés, uma tiragem final. Um conselho. Ela por sua vez, após aos prantos ter um ombro e um ouvido para entender seus conflitos interiores. Mais forte, embaralhou os arcanos menores e cortamos em três. Ela escolheu um e novamente embaralhou. As lâminas foram abertas e um arcano menor escolhido. Feito isso, faltava o "poder divino" dar a palavra de ordem deste conselho. Ela embaralhou os arcanos maiores, deitamos as cartas à mesa, e mais um arcano foi escolhido.

Por conta das adversidades da vida, minha cliente sofria de uma separação entre familiares, e ela mesmo estava envolvida. Coisa do tipo, falar pelas costas, ou popularmente dizendo, fofocando. Uma indireta, outra ali. Cada um no seu território. Mas existem e devemos honrar, nossos pais, e esta segregação machucava demais minha cliente. Depois da consulta, que por sinal, foi maravilhosa, os arcanos que tiramos para o conselho: "Devo pedir perdão ao meu irmão, que deixei de falar, que ofendi e que apontei o dedo na cara?". A Resposta foi.

O JULGAMENTO + 4 de ESPADAS.

Iniciando pelo arcano maior, o julgamento é um sincero despertar interior, o renascimento do espírito  e da alma, por isso, nos lembra da necessidade de questionarmos tudo e todos com sabedoria, sem cobranças ou julgamentos indevidos. Ao contrário de arcanos como A Morte ou A Torre, toda mudança e desenvolvimento que esta figura assinala não virá através da destruição, mas sim em nós dando-nos algum tipo de libertação maior.

O Julgamento nos faz transcender, desvelar e regenerar.
Acreditar em um nova vida e, principalmente, perdoar, é a grande chave para o sucesso. Procure algo novo, liberto de mágoas, ou ressentimentos. Esqueça o passado, ele só atrapalha o futuro. Deixe o destino fluir com novos caminhos, novas metas.
( Mestre Nei Naiff ).

Depertar, renascimento sem dor ou destruição, futuro, o chamado divino, libertação, salvação, cura verdadeira, um novo tempo, deixar o passado sofrido, intuição, ressurreição, anunciação, notícias e até milagres. Pode indicar uma profunda ligação cármica entre pessoas e situações que é trazida de vidas passadas e que precisa vir à tona para ser resgatada e que de alguma forma possibilitará uma libertação espiritual. Dúvidas que pedem questionamento, reflexão e decisão para se resolverem.

No tarô de Crowley, do livor de Hajo Banzhaf e Brigitte Theler, O Julgamento, seria O AEON, que deixa claro para cliente que ela deve dar uma nova ênfase à sua vida. É indiferente se isso será feito no âmbito da aparência externa ou com relação a coisas fundamentais do seu cotidiano e do ambiente à sua volta. 

Deixe velhos hábitos para trás e permita que novos ventos soprem por sobre os campos empoeirados. Não se prenda a tradições ultrapassadas e não aposte mais nas coisas aparentemente já comprovadas; em vez disso, abra-se para novas evoluções e tendências atuais, às quais o futuro pertence.

O 4 de espadas é a percepção de que uma trégua ainda não significa paz. Tem gente por aí, fugindo de conflitos duvidosos, repensando a relação que tinham, deram uma pausa para o descanso em uma crise no relacionamento entre irmãos, o ideal é que cada um ter o seu terapeuta.

Um grande alerta do 4 de espadas.
Ilusão de achar que tudo está em ordem outra vez... pense nisso.

Segundo Nei Naiff, a ornamentação simbólica sugere atos e atitudes em suspensão, imobilização, não desejada e obstáculo intransponível; fadiga por incapacidade de evolução ou falta de um pensamento claro e preciso, isso na tarologia, já na taromancia: Inércia, adiantamento, silêncio, introspecção, suspensão, repreensão, ouvir, ver e calar. Como o quatro de espadas está em casa de conselho, é melhor deixar o destino fluir, adiar seu planejamento, descansar.



Em resumo, como me pediu, aqui está a formalização do conselho. 
Medite, Julgamento com 4 espadas, não é o momento de agir como pensava agir.
Deixe pra próxima consulta. Tenha cautela.

Engraçado como o tarô é realmente o espelho da alma.
Recentemente passei por motivos semelhantes que minha cliente e deixei escapar a oportundiade de abrir um tarô de conselho para mim mesmo, mas fica a dica, para nunca mais esquecer disso..  rsrsrs...

Fraternalmente.

domingo, 20 de janeiro de 2013

São Longuinho.

o eremita, ou o padroeiro dos tarólogos?

Na verdade os dois.
Ou nenhum dos dois?
ou os dois e pronto!
 
Lembro que nos meados inícios de abril de 2011, foi publicado que Blog de Tarô. um artigo muito interessante sobre São Longuinho, ser o padroeiro dos tarólogos... pensei, será? até hoje penso.

Nós, Tarólogos, hereticamente não podíamos ficar de fora! E temos o nosso canonizado oficiosamente pela devoção popular: São Longuinho! Sou devoto desde menininho!
A igreja Nossa Senhora da Escada em Guararema - SP possui a única imagem de São Longuinho num altar para devoção no Brasil. Agora, por que  padroeiro dos Tarólogos?
Longuinho é uma versão popular de Longinus, "o soldado que enfiou uma lança no tórax de Jesus (Jo 19:34), fazendo brotar sangue e água". Longinus foi o soldado romano designado para acompanhar a crucificação. Essa rotina de enfiar uma lança no corpo do crucificado tinha a finalidade de certificar-se de que o falecimento já havia ocorrido. Ele reconheceu Jesus como filho de Deus na crucificação (Mt. 27:54, Mc. 15:39 e Lc. 23:47). Depois, Longinus tornou-se cristão, chegando a ser monge da primeira igreja na Capadócia (atual Turquia). Outros pesquisadores acreditam que São Longuinho não tem ligação com Longinus, sendo apenas um santo popular invocado com a finalidade exclusiva de encontrar objetos perdidos. Por isso, não se sabe se ele existiu, mas sua imagem é encontrada até com certa facilidade. Fonte da citação
Muitos associam este santo ao Tarô, dizendo assemelhar-se ao Eremita (personagem do Tarô que representa a sabedoria) por causa da sua caminhada pela Cesárea e Capadócia, tendo-o até como padroeiro dos tarólogos. Mas para a Igreja isso pode ser apontado como algo absurdo, pois o tarô faz parte de tradições ocultas totalmente condenadas pelo catolicismo. No Leste Europeu a festa de São Longuinho é celebrada em 16 de outubro.
No Brasil e Espanha a comemoração ocorre em 15 de março.
Fonte de citação.

SÃO LONGUINHO.

História: São Longuinho viveu no primeiro século, e dele muito se falou e escreveu, sendo encontrado em todos os registros contemporâneos da Paixão de Cristo. Existem citações sobre ele nos evangelhos, epistolas dos Santos Padres, e martirológicos tanto orientais como nos ocidentais. Estes relatos levaram a uma combinação de diferentes situações, mas, em todas foi identificado como um soldado centurião presente na cena da Crucificação. Os apóstolos escreveram que ele foi o primeiro a reconhecer Cristo como “o filho de Deus” (27,54 Mateus; 15,39 Marcos; 23,47 Lucas). Em meio ao coro dos insultos e escárnios, teria sido a única voz favorável a afirmar Sua Divindade.

Identificado pelo apóstolo João (19:34), como o soldado que “perfurou Jesus com uma lança”. Fato este que o definiu como um soldado centurião e que lhe deu o nome Longuinho, derivado do grego que significa “uma lança”. Outros textos dizem que era o centurião, comandante dos poucos soldados que guardava o sepulcro do crucifixo, e que presenciava as crucificações, portanto presenciou a de Jesus. Depois, da qual, se converteu.

Segundo a tradição,os crucificados tinham seus pés quebrados para facilitar a retirada da cruz, mas, como Jesus já estava com os pés soltos, um dos soldados perfurou o lado do seu corpo com uma lança. O sangue que saiu deste ferimento de Jesus respingou em seus olhos. Caindo em si, comovido e tocado pela graça, o soldado se converteu. Abandonou para sempre o exército e sua moradia, se tornou um monge que percorreu a Cesarea e a Capadócia, atual Turquia, levando a palavra de Cristo e mais tarde, promovia prodígios pela graça do Espírito Santo.

Entretanto, o governador de Cesarea, que estava irritado com a conversão de seu secretário, descobriu sua identidade de centurião e o denunciou a Poncio Pilatos em Jerusalém. Este, acusou São Longuinho de desertor ao imperador e o condenou a morte, caso não oferecesse incenso no altar do imperador, renegando a fé. Longuinho se manteve fiel a Cristo, por isto foi torturado, tendo seus dentes arrancados, a língua cortada e, depois, decapitado.

No Oriente são inúmeros os dias do calendário para as suas homenagens, o mais freqüente ainda é em 16 de Outubro. Na Europa e nas Américas, a comemoração ocorre no dia 15 de Março, como indica o Livro dos Santos do Vaticano.

São Longuinho, à luz de muitas tradições, comumente é invocado pelos devotos para encontrar objetos perdidos. Os artistas ao longo do tempo foram atraídos pela singularidade de sua figura e o representaram em suas obras na cena da crucificação, com lança ou sem lança, mas sempre presente. Em Roma, na basílica de São Pedro, na base de um dos quatro pilares que sustentam a imensa cúpula que cobre o espaço do altar do trono do Sumo Pontífice, está a estátua do centurião São Longuinho, que foi o primeiro a acreditar na divindade de Cristo.

São Longuinho no Brasil
Há uma crença popular no Brasil, de que São Longuinho acha objetos perdidos. É só repetir:
São Longuinho, São Longuinho, se eu achar (nome do objeto perdido) dou três pulinhos e três gritinhos (Achei, São Longuinho. Achei, São Longuinho. Achei, São Longuinho.)

Oração de São Longuinho:
Lembrai-vos oh São Longuinho, prodigiosamente tocado pela graça de Jesus agonizante em sua ultima hora que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que recorrem a vossa proteção, fosse por vós desamparados. Assim, dignai-vos interpor em meu favor, vossa valiosa intercessão perante a DEUS, para que conceda viver e morrer como verdadeira cristã e ainda me auxilie a encontrar. (dizer o nome da pessoa ou objeto desaparecido e rezar um pai nosso, uma ave Maria e fazer o sinal da cruz). Amém.

Padroeiro: dos esquecidos e para encontrar objetos

fonte: http://www.santoprotetor.com/sao-longuinho

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O SOL de Katharina Dupont.

No dia 08/07/2012, ganhei um arcano de presente.

Este arcano, o SOL... pintado por Katharina Dupont.

Como ela mesmo diz em seu blog, "Todo artista molha seus pincéis em sua alma, e pinta sua própria natureza". Katharina nasceu em Ibitinga, é ma artista que faz a conexão entre os Deuses e mortais.. uma bruxa solitária, uma dançarina de Afrodite,eterna estudante de Tarô,enfim.. uma pagã perdida no Centro Oeste paulista, segundo seu próprio blog.

É com grande satisfação que lhes apresento O SOL.
Que está moldurado e decorança a parede da sala do meu lar. 

Quando olho para esta arte, o que consigo focalizar claramente a ideia de transmitir os sentimentos e expressar sonhos nesta obra de arte.

O SOL por sí só no encoraja a seguir a diante e deixar as sombras para trás, ele nos ilumina com pensamentos positivos sobre como podemos manifestar nossos objetivos e sonhos. 

Este é um arcano, que no meu ponto de vista é bem quisto por muitos, é sucesso, é felicidade, energia positiva, criatividade, crescimento...

O arcano dO SOL é a fonte de toda vida na terra, sem ele não estaríamos aqui. O arquétipo do Sol representa coragem, vitalidade, visão e chegar ao cerne da questão. Com este maravilhoso arcano podemo iluminar nossa vida com clareza e verdade, em vez de nos escondermos nas sombras escuras da LUA. Na verdade, sua sombra sempre será você mesmo, mas, assim como quando estamos sob o sol do meio-dia, mal percebemos que a sombra está lá. Nós nos sentimos vivos, desinibidos,  em destaque, majestosos.

Com todos estes adjetivos assim está meu lar, com este maravilho SOL irradiante.

Fraternalmente,
Paz e Luz.

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