quinta-feira, 11 de julho de 2019

Arcano São Bento / 11 de julho

um dos homens mais importantes da história.

Sua vocação teve impacto determinante no florescimento da vida monástica cristã.

São Bento nasceu na Úmbria, uma região da Itália central, no ano de 480, filho de uma nobre família romana. Desde pequeno manifestou um gosto especial pela oração. Fez os primeiros estudos na região de Núrsia, perto da cidade de Spoleto, e depois foi morar em Roma para estudar filosofia e retórica.

Vocação

Bento se desiludiu rapidamente com a decadência moral da cidade e resolveu retirar-se a uma vida de oração, silêncio e sacrifício. Auxiliado por um eremita chamado Romano, que lhe dava alimentos, passou a viver em uma gruta de difícil acesso no monte Subíaco, onde passou três anos em isolamento, dedicado às orações e aos estudos. Descoberto depois por pastores que ficaram assombrados com a sua santidade, Bento passou a receber muitas visitas que procuravam conselho e pediam orações.

Fama de santidade

Como a sua fama de santidade tinha crescido muito, Bento foi aclamado abade no convento de Vicovaro. Ele aceitou, desejando prestar um bom serviço, mas descobriu que a vida que os monges levavam não refletia a entrega incondicional que ele achava que deveria caracterizar o seguimento de Cristo. Foi-se formando entre os monges, contra o santo, uma antipatia que culminou na criminosa tentativa de matá-lo com veneno. No entanto, quando Bento abençoou a taça de vinho envenenada, como fazia com todos os alimentos que comia, ela se espatifou.

Fundação da vida monástica

Bento renunciou ao cargo de abade e voltou para Subíaco, retomando a vida de eremita. Muitos discípulos, porém, queriam segui-lo, e, em poucos anos, Bento fundou nada menos que doze mosteiros. Foi assim que ele começou a organizar a vida monástica comunitária e a fazê-la florescer mediante a adoção da Regra dos Mosteiros, depois conhecida (até hoje) como a Regra de São Bento.

A Regra de São Bento

A Regula Monasteriorum é o livro em que São Bento expôs as regras para a vida monástica em comunidade. São 73 capítulos curtos que priorizam o silêncio, a oração, o trabalho, o recolhimento, a caridade fraterna e a obediência. Foi sob esta regra que nasceu e tomou forma a Ordem dos Beneditinos, ou Ordem de São Bento, viva e atuante até os nossos dias e seguidora da mesma regra escrita pelo santo fundador há mais de 1500 anos. Ao longo da história, várias outras ordens de monges do Ocidente adotaram, com adaptações, a Regra de São Bento.

Mosteiros

Os mosteiros beneditinos estão presentes em dezenas de países de todos os continentes. No Brasil, um dos mais conhecidos é o que se localiza no centro da cidade de São Paulo: a respeito dele você encontra mais informações no artigo “Um lugar de paz e silêncio na agitação da maior cidade do país“. Falando da ordem beneditina como um todo, o mosteiro mais emblemático e famoso é, provavelmente, o de Monte Cassino, na Itália, fundado no ano 529. Ele foi destruído pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial e reconstruído ao longo dos anos do pós-guerra.

Devoção a São Bento

São Bento faleceu em 547, aos 67 anos de idade, após predizer a própria morte. No mesmo ano faleceu também a sua irmã, Santa Escolástica, fundadora do ramo feminino da ordem de São Bento. A devoção a São Bento se espalhou solidamente pelo mundo todo, fazendo dele um dos padroeiros da Europa.

Fraternalmente
Paz e Luz!

FONTE: ALETEIA

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Tarô: oráculo ou recurso terapêutico?

Na abordagem junguiana, as cartas podem ser usadas com um acesso para o inconsciente.

Pense em uma cigana com adornos brilhantes e coloridos com cartas nas mãos para adivinhar o futuro. Mas pense também em uma economista formada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), consultora de empresas de tecnologia, buscando compreender, a partir das cartas, o que a faz reproduzir um padrão de comportamento. Ou em um professor de literatura de um colégio renomado, homem intelectualizado, cujo terapeuta propõe a utilização das cartas em algumas sessões. A resposta para a pergunta do título já está dada, no primeiro parágrafo do texto mesmo: o tarô é recurso tanto para o esoterismo e o divinatório quanto para a expansão da consciência, seja individualmente ou em processos terapêuticos conduzidos por profissionais.

Alegoria pagã

Um conjunto de 78 cartas divididas entre 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores. Há incontáveis versões gráficas das cartas, desde o tradicional tarô de Marselha a um tarô surrealista ilustrado por Salvador Dalí, passando por imagens étnicas de indígenas norte-americanos e de orixás das religiões afro-brasileiras. Assim como não se pode afirmar que há uma representação gráfica verdadeira das cartas, não se pode reivindicar uma maneira correta de utilizá-lo ou interpretá-lo. É possível encontrar diversas técnicas descritas em manuais ou apreender ritos tradicionais de leitura transmitidos oralmente. Sem nunca desconsiderar a liberdade de quem manipula as cartas. 

Apesar de muitos autores já terem pesquisado a origem histórica do tarô, pouco se sabe sobre ela. Segundo Luis Pellegrini, no prefácio do livro Tarô de Marselha, de Carlos Godo, a primeira prova concreta de sua existência é um conjunto de cartas francesas do século 14. Sua origem é desconhecida - há quem defenda que nasceu no Egito, China ou Índia e tenha sido levado à Europa por ciganos. Pellegrini aposta na versão de que as cartas do tarô tenham sido elaboradas por sábios que, prevendo o ciclo de perseguições na Idade Média, criaram um sistema para preservar o essencial de seu conhecimento. Nas palavras de Pellegrini, seu raciocínio foi pragmático: “os homens entrariam numa fase de distração das preocupações espirituais. Assim, a própria distração poderia ser o meio mais adequado para preservar e transmitir o verdadeiro conhecimento”. 

Sallie Nicholls, autora do livro Jung e o tarô: uma jornada arquetípica, também apresenta a hipótese de que o tarô tenha sido desenvolvido como uma forma de contrabandear ideias da sabedoria ancestral que estavam em desarmonia com as autoridades da Igreja Católica. E assim, foram pintadas imagens alegóricas que condensariam em suas formas, figuras e cores o que se sabia sobre a humanidade, o universo, deus. Conhecimento considerado profundo travestido em cartas que pareciam superficiais.

Tarô e a psicologia analítica

 

Individuação, inconsciente coletivo, arquétipo e sincronicidade são conceitos propostos por Carl Gustav Jung, pai da psicologia analítica, que permitem compreender o uso do tarô como recurso terapêutico. A individuação é o processo pelo qual cada indivíduo se aproxima de sua singularidade e sua totalidade.

Segundo Lans Van der Post, que escreveu a introdução ao livro Jung e o Tarô, “quando um ser humano adquire determinado grau de autopercepção, é capaz de fazer escolhas diferentes das da multidão e de expressar-se de um jeito só seu. Tendo contato com o seu próprio e verdadeiro eu, já não será presa da tagarelice de outros eus, interiores e exteriores”. Para tanto, é necessário que estejam em equilíbrio o consciente e o inconsciente. A individuação é um processo a desenvolver durante toda a vida. Trata-se da integração de nossas partes: do consciente, aquilo que sabemos sobre nós mesmos e o mundo, e o inconsciente. 

Diferentemente de Freud, que definia o inconsciente como algo individual, moldado por nossas experiências, Jung reconhece o inconsciente individual, mas acrescenta a existência do inconsciente coletivo: uma camada mais profunda do inconsciente. Algo como a mente universal, “presente em toda parte e em todos os indivíduos”, nas palavras do próprio Jung. Uma camada energética que extrapola cada um de nós individualmente. 

Segundo Ana Luiza Feres, psicoterapeuta junguiana, o inconsciente coletivo é como uma biblioteca que reúne todo o conhecimento da humanidade - experiências, sentimentos, ações de todas as pessoas. O conteúdo desse inconsciente coletivo, cada um dos livros da biblioteca, na metáfora de Feres, são os arquétipos. Imagens que se repetem constantemente em diferentes lugares e diferentes gerações, padrões universais, conteúdos do inconsciente coletivo. 

Com alguns pacientes que se mostraram curiosos e atraídos pelas cartas, Feres já utilizou o tarô em sessões de psicoterapia. Ela ressalta que muitos terapeutas não se aprofundam no conhecimento a respeito do tarô ou da astrologia, por exemplo, com receio de serem chamados de charlatão. “Muitas pessoas foram queimadas na fogueira, na história da humanidade, por esse conhecimento. O tarô ainda carrega essa pecha. É necessário disseminar cada vez mais o conhecimento sobre o tarô e o inconsciente coletivo. Deixar evidente que não se trata, de maneira nenhuma ‘de trazer seu amor de volta em sete dias’, mas da busca de insights por meio dos arquétipos”. 

O processo terapêutico, para Jung, utilizaria técnicas verbais e técnicas expressivas (não-verbais) para auxiliar no processo de individuação. Para dissolver complexos, aquela sequência de experiências afetivas que modulam o jeito de pensar e agir no mundo, para se aproximar do eu mais verdadeiro, seria preciso conectar-se com o inconsciente – pessoal e coletivo. E os arquétipos seriam, para Jung, uma via poderosa de acesso ao inconsciente. Os contos mitológicos, os contos de fadas, a astrologia e o tarô carregariam símbolos universais que resgatam em cada indivíduo uma ligação psíquica com toda a humanidade. Como se cada um de nós tivesse uma raiz conectada a um terreno energético comum: o inconsciente coletivo.

Sincronicidade

 

Mas como uma carta ou uma sequência de cartas se conecta ao inconsciente coletivo, ao consciente e ao inconsciente de quem a manipula? Sincronicidade. Esse é o conceito junguiano para nomear dois ou mais eventos que não têm relação de causa e efeito entre eles, mas que estabelecem correlação. A consciência, focada na pergunta, afetaria energeticamente o entorno. 

Assim, a carta destacada aleatoriamente das demais ou a sequência em que as cartas são colocadas permitiriam uma interpretação simbólica do inconsciente que a consciência não alcançaria sem ter o tarô como ponte. 

Seja para uma cigana prever o futuro ou para facilitar o processo de individuação de um intelectual urbano, o tarô tem sido instrumento útil a pessoas espalhadas por todo o planeta. Passou pela Idade Média, pelo Renascimento e pela crença total na ciência moderna. Pode também ser útil nos tempos de crise atuais como ponte de acesso ao saber ancestral na compreensão de quem somos, do que sentimos e do que desejamos, seja como indivíduos ou como multidão que ocupa, ou assiste quem ocupa, as ruas. 

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Imagens: The Jungian Tarot

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Tarot Terapêutico como caminho de vida.

Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem.

Esta é uma expressão em latim muito utilizada pelos antigos alquimistas, e significa: “Visita o Centro da Terra, Retificando-te, encontrarás a Pedra Oculta (ou Filosofal)”.


 Devemos sempre lembrar que a linguagem dos alquimistas é simbólica, então este “Centro da Terra” é o nosso próprio centro, nosso interior, nosso inconsciente. Ao olharmos para dentro, conseguimos nos “retificar”, ou purificar, para então encontrar a Pedra Filosofal, ou nosso Verdadeiro Ser. A essência da nossa Alma.

"Quem olha para fora, sonha;
quem olha para dentro, desperta!"

Carl Jung

Jung foi um grande conhecedor da mente humana, e foi também um grande estudioso da Alquimia. Com esta frase ele nos deixa claro a importância de tomarmos contato com o que está no nosso interior, no nosso inconsciente, e uma das formas para fazermos isso é justamente com a utilização do Tarot.

O Tarot é um conjunto de 78 cartas, ou Arcanos (Arcanum = mistérios), sendo 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores. A verdadeira origem do Tarot é incerta, mas muitos ocultistas fazem uma ligação a Kabbalah, e esta ligação faz muito sentido para mim. A Kabbalah é baseada na Torá, e podemos ver que Tarot ao contrário nos traz justamente esta palavra. Outros indícios que nos remetem à isso são outras relações, como o fato de termos 22 Arcanos e 22 Letras Hebraicas.
Independente de sua origem, o Tarot traz um poder incrível de nos revelar o nosso inconsciente. O próprio Jung gostava muito do Tarot:

"O Tarô é um dos espelhos do pensamento inconsciente. Cada uma de suas cartas tem por base uma importante imagem arquetípica cujo significado nem sempre é claro para o homem moderno, que jogou fora seus mitos ao querer interpretá-los literalmente. Os arquétipos não são literais, são mensagens do inconsciente. Cada uma das cartas do Tarô é uma mensagem da mente universal. Mas, como nossa mente inconsciente está divorciada do consciente – a mente literal – e costuma ser por ele ignorada, essa mensagem se perde. As explanações arquetípicas do Tarô, feitas por Sallie Nichols, fazem com que as imagens e, muitas vezes, as respostas às perguntas mais profundas venham à tona. Aluna de Jung no Instituto de Zurique, a autora analisa as cartas do Tarô de Marselha como uma representação das diferentes etapas da jornada do indivíduo e sua relação com os arquétipos e o inconsciente coletivo."
Temos então uma ferramenta que nos permite trazer o inconsciente à tona, e sabemos que existe grande riqueza de informações no nosso inconsciente. A imagem abaixo nos traz uma representação da comparação entre consciente e inconsciente:


A premissa principal é a de que o poder está em você, e eu devo atuar apenas como um facilitador para que você acesse todo o seu poder interno, e o Tarot então se torna uma ferramenta de grande ajuda para isso. A ideia principal é trazer informações, para que você possa tomar as suas decisões e escolher o seu caminho.  

Em hipótese alguma o Tarot pode “decidir por você”.

Fraternalmente
Paz e Luz!

FONTE: Jung e o Tarô

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Carl Gustav Jung e o Tarô Analítico.

O fascínio pelos oráculos é fruto da consciência do homem de que terá um futuro – o que pode ser uma dádiva ou um castigo a depender do momento e de quem observa. A prática oracular é ancestral e tem origem incerta. Acredita-se que surgiu a partir da observação de fenômenos naturais e da correlação destes mesmos acontecimentos com fatos da vida cotidiana. Com o tempo, passou a ser interpretada como tentativa de preleção do futuro e, posteriormente, como instrumento de orientação para decisões.

Dessa forma, é seguro dizer que esses sortilégios tiveram uma participação ativa no papel de formação das civilizações e que estão presentes em todas as culturas. Junto com elas, os sistemas oraculares sofrem adaptações e atualizações – basta observar os inúmeros oráculos eletrônicos que temos na atualidade, e a eficácia atestada por indivíduos que a eles recorrem.

 O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, criador da Psicologia Analítica, estudou atentamente a participação da crença mística no funcionamento da psique. Naturalmente, encontrou nos oráculos um campo fértil de pesquisa, dedicando-se principalmente à astrologia e ao I Ching. Jung concordava que os instrumentos promoviam um diálogo franco com forças invisíveis. Mas, em vez de espíritos e gênios, ouvia nos oráculos a voz do inconsciente. Ao receber essa interpretação, os sortilégios ganham outra roupagem: se transformam em veículos interessantes ao processo de autoconhecimento.

O Tarot é certamente um dos oráculos mais populares do mundo ocidental contemporâneo. Composto por 78 cartas, constitui um forte conjunto de símbolos, que vêm sendo usados por anos a fio como instrumento de preleção do futuro e autoconhecimento. A incerteza da origem das imagens reforça o quê mágico e ainda provoca uma série de especulações. Uns associam o baralho ao conhecimento hermético advindo do antigo Egito, enquanto outros dão aos indianos o crédito de elaboração do sistema. Há ainda aqueles que garantem a origem cigana nos tarôs – embarcados na aura de mistério e misticismo que acompanha este povo. No entanto, pesquisas apontam para sua criação em meados da Renascença – bem depois do que acredita a maioria – com uma função recreativa, simplesmente.

No entanto, os personagens, virtudes e situações descritas nas cartas sinalizam pontos importantes da trajetória humana. Jung enxergou no Tarot uma rica expressão do inconsciente coletivo – conceito que criou para designar uma espécie de conteúdo residual de todas as experiências da humanidade, atualizada por repetição com o passar dos anos. Lá estão representados, por exemplo, o amor materno, o impulso para a guerra e o fascínio pelo divino. Assim como os demais oráculos, o Tarot seria um sistema de representação dessas e muitas outras potencialidades humanas, chamadas arquétipos. A partir das figuras estampadas nas cartas, o indivíduo seria chamado a refletir sobre as virtudes e dissabores da própria existência. E, a partir dessa reflexão, levar a decisões mais favoráveis ao próprio desenvolvimento.

Mas qual seria a mágica que levaria a escolha da carta certa para ilustrar o momento em que estamos vivendo? Para Jung, tudo se processa como resultado do movimento psíquico, uma forma peculiar de diálogo. Para entendê-la, é preciso saber que a expressão do inconsciente se dá a partir de símbolos. E esta também é a linguagem que compõe cada lâmina do Tarot. Quando escolhe, ao acaso, um certo número de cartas de um monte, o consulente concede ao inconsciente um veículo para que se expresse. Este usará, a partir da simbologia das cartas, um canal de comunicação com a consciência.
Ao tarólogo cabe o papel de decodificação e organização das informações, a partir dos símbolos que surgem, de forma acessível à compreensão do consulente. Obviamente, essa atividade exige atenção para que as informações sejam transmitidas com o menor grau de interferência, de preconceitos e de opiniões próprias.

Sincronicidade

A “mágica” das coincidências significativas, que se manifesta nos oráculos, foi conceituada por Jung como sincronicidade. Ela é uma dos métodos usados pelo inconsciente para trazer à tona uma percepção – não só a partir das artes adivinhatórias, mas também daquelas outras “coincidências” que nos tocam de forma tão profunda, a ponto de despertar a uma nova observação do momento já conhecido. Essa foi uma das mais controversas teorias junguianas, pois era considerada mística demais para ser considerada ciência. No entanto, desde Einstein, a Física Quântica aponta para a comprovação das hipóteses a partir do estudo da energia como condutora de informação.

Muitas vezes, os eventos sincronísticos nos conduzem aos insights que tanto esperamos: é como se, em um breve momento, a ignorância se descortinasse e pudéssemos vislumbrar a realidade. E, assim, nos sentíssemos seguros para superar as dificuldades impostas pelo momento.

A percepção do espaço e do tempo são atributos da consciência. Ou seja, no inconsciente eles se perdem, não têm a mesma importância que damos na vida lúcida. Como manifestação do inconsciente, a sincronicidade é capaz de ensinar sobre a sensação de relatividade do tempo, inclusive durante uma consulta oracular. Assim surgem, com a mesma facilidade, evocações do passado e lampejos de futuro. Da mesma forma, distâncias físico-espaciais se encurtam.

O que ordena a prioridade do que é apresentado durante um jogo é a carga afetiva dos acontecimentos, e não os fatos em si. Por esse motivo, muitas vezes o consulente chega com questionamentos pré-formulados e, ao iniciar a consulta, uma nova problemática se apresenta e domina o assunto. Antes de debruçar sobre o que quer saber, ele deve se debruçar sobre o que precisa saber.

Tarot Analítico

Já praticava o tarot quando tive os primeiros contatos com as teorias junguianas. A partir delas, percebi que os símbolos presentes em cada carta eram ricos demais para serem reduzidos a um quê adivinhatório das consultas. Isso muitas vezes levava o consulente a mais expectativas que certezas – e a experiência me fez entender o risco que isso envolvia. Ao buscar um aprofundamento na Psicologia Analítica, percebi que o oráculo poderia funcionar, na verdade, como uma eficaz ferramenta de acesso ao inconsciente. E que, em vez de previsões, o foco deveria estar nos esclarecimentos – algo mais pertinente ao desenvolvimento pessoal, ao autoconhecimento.

Assim, busquei desenvolver uma metodologia que proporcionasse uma chance maior e mais segura para esse mergulho. Em referência às teorias junguianas, resolvi denominá-la por Tarot Analítico. Nesse enfoque, a consulta se transforma em um exercício de ampliação da consciência, com base em símbolos, mitos e dinâmicas psíquicas revelados a partir das cartas. A consulta se divide em duas fases: uma explanação geral sobre as dificuldades enfrentadas no presente momento e, em seguida, um espaço destinado a explorar temáticas não apresentadas na primeira fase.

A partir dos símbolos e mitos presentes em cada arcano, o consulente é chamado a refletir sobre os padrões emocionais, expectativas e negligências vividas no momento – e também sobre a participação de cada um desses aspectos na manutenção do problema, em vez da solução do mesmo. Ou seja, o tarot convida à autoanálise e, consequentemente, à revisão de valores e de posturas adotadas.

Enxergar o oráculo como uma chave para o desenvolvimento pessoal é, antes de tudo, confiar que podemos ser guiados com sabedoria por esse invisível – sendo ele chamado de Deus, de Self etc.
O oráculo desmascara a nossa tentativa de controle exaustivo, mas também nos desperta a agir. Dá a clareza necessária para o entendimento da postura adotada diante dos nossos objetivos, e do que precisa ser feito para que possamos alcançá-los. Aprendemos a medir nossos medos e ansiedades. Entendemos sobre a verdadeira função dos outros em nossa vida, e vice-versa. Tornamo-nos mais responsáveis pelo futuro que tanto desejamos.

Gratidão.
Paz e Luz!

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