domingo, 13 de novembro de 2011

O número 13


O número tabu.
O 13 é tido como a dúzia do diabo e o número do azar. A sexta-feira 13 é considerada simplesmente um dia ruim. Encontramos explicações para essa má fama na Bíblia.
Nela, o fim do mundo começa no capitulo 13 do Apocalipse; sobretudo, também, Jesus era o décimo terceiro em meio aos seus discípulos e morreu numa sexta-feira.
 
Como por trás de todo tabu esconde-se algo sagrado, encontramos também por trás desse numero de azar desprezado um significado profundo. Esse significado torna-se claro se imaginarmos o 12 como uma roda com doze raios ilustrando o decorrer do ano no Zodíaco e os discípulos de Jesus. O 13 seria, então, o centro, o ponto mais importante e que a tudo une, o lugar que Cristo ocupa. Se esse ponto for percebido, compreendido e a ele for dada a devida atenção, ele simboliza a força transformadora, que por meio do sacrifício ça transformadora, que por meio do sacrifício de um, possibilita a salvação do todo.
 
Para isso é necessário  olhar para o centro de si mesmo e encarar a morte de maneira consciente. Na medida em que nos afastamos da morte e a reprimimos, o 13 passa a ser um símbolo de algo desagradável. Nós nos afastamos de nós mesmos e não olhamos mais para o centro do circulo. Com isso, o número perde a sua força unificadora e salvadora, o centro parte-se, e suas mil partículas parecem- em linguagem figurativa - um holograma, repetido por toda parte como a posição extremamente desagradável de décima terceira, na qual se encontram os infelizes e rejeitados, os azarados e os  menosprezados da sociedade. Certamente, eles também se sacrificam involuntariamente pelo bem do todo, mais isso não é compreendido nem por eles mesmos, nem pela sociedade, e muito menos reconhecido, valorizado ou apreciado. 
Cúpula do Batistério Ortodoxo em Ravena. Jesus como o décimo terceiro em aos doze.



Embora se afirme ocasionalmente que o significado negativo do 13 tenha surgido apenas no século passado, existem pistas do seu papel infausto desde a Antiguidade. Os babilônicos já chamavam o décimo terceiro mês dos anos bissextos de ‘corvo de mau augúrio’ e os chineses o chamavam de ‘o senhor da aflição’. O 13 possui,  também nos contos de fadas, um significado de perigo: a intrusa décima terceira fada, ou a decima terceira porta, que não deve ser aberta de maneira alguma.
Também o fato de a décima terceira  carta dos Arcanos Maiores no Tarot ser A MORTE, é um sinal de uma velha ligação entre esses dois temas. E a sexta-feira? Esse dia é consagrado a Freya ou, em sua correspondência romana, a Vênus. Por ambas serem personificações de uma feminilidade prazerosa, a sexta-feira 13 era, certamente, um dia de alegria nos tempos antigos, e somente depois, em culturas solares, passou a ser difamado como um dia de azar.
A partir daí, passou-se a não mais considerar Cristo como o decimo terceiro no centro dos doze, mas a associar esse numero nocivo a Judas, o traidor, fato que, por sua vez, tem um interessante paralelo no mundo dos deuses germânicos. Nele, o ladino Loki, o decimo terceiro deus, traiu Baldur, o deus da primavera, levando-o  á morte. 
 As pesquisas sobre o matriarcado partem do principio de que os 13 era inicialmente um número sagrado, que somente depois do surgimento dos valores do patriarcado foi condenado, difamado e temido. Uma confirmação disso são os indícios de que os antigos calendários eram calendários lunares, segundo os quais, até os dias de hoje, são calculadas a maioria das festas judaicas, cristãs e muçulmanas.
No calendário lunar, contudo, o ano possui treze meses, e no ultimo deles e o sol ‘morre’ no
solstício de inverno. Em culturas que vivenciam o tempo de uma maneira cíclica, no constante ciclo do nascimento e morte, isso não oferece nenhum problema, pois o jovem sol renasce no dia seguinte. A partir do momento em que a consciência de tempo linear se impõe nas culturas patriarcais, onde há um começo e um fim absoluto, esse final é, obviamente, vivenciado a cada vez como uma coisa terrível. E, pelo fato de as culturas patriarcais preferirem o principio constante do Sol á instável Lua, a Morte aparente do astro principal torna-se uma catástrofe. Com a introdução do calendário solar, o 12 torna-se um numero sagrado e o 13, juntamente com todos os outros valores sagrados da antiga cultura, são amaldiçoados. Isso se dá de maneira mais eficiente quando se passa a associar o que era sagrado ao mau augúrio.

Desde então, a Lua, a noite e o 13 formam o grupo simbólico feminino reprimido, inconsciente e, não raras vezes, amaldiçoado, enquanto a tríade masculina é composta pelo Sol, o dia e o 12.   
Que o 13 desempenha um papel-chave como número mágico em circulo ocultos, e não representa necessariamente um mau augúrio para os que o trazem consigo, pode ser observado no emblema nacional dos Estados Unidos da América: o ‘Grande Selo’, que pode ser visto em toda nota de 1 dólar.
Ele mostra uma águia que com a sua garra esquerda segura treze flechas e com a direita treze folhas, enquanto treze estrelas brilham por sobre sua cabeça em forma de um pentagrama, e seu escudo é ornamentado por treze listras. A pirâmide no lado de trás do grande Selo possui treze degraus. Supostamente, tudo isso tem relação com os treze estados fundadores.
 Essa tentativa de explicação, contudo, não faz jus ao simbolismo maçônico.
Por ninguém mais querer ficar no décimo terceiro lugar, esse numero é deixado de fora até mesmo nos tempos esclarecidos de hoje. Hotéis não têm o decimo terceiro quarto, muito menos o décimo terceiro andar; trens não têm o vagão numero 13 e aviões não possuem uma fila de assentos com esse numero.
Somente quando se trata de dinheiro é que a superstição atinge rapidamente um limite. Eu não conheço ninguém que tenha se recusado a receber o seu decimo terceiro salario.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
HAJO BANZHAF; Simbolismo e o Significado dos Números. Ed.: Pensamento. 2009

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