O Iniciado
Um dos
caminhos que conduzem á perfeição é o caminho do Silêncio, que mais
precisamente pode ser encontrado dentro do Taoismo. O Tao ficou muito conhecido
por causa do famoso símbolo do Yin/Yang, hoje em dia colocado até em marcas de
roupas, por pessoas que não tem o mínimo senso de respeito pelas tradições herméticas,
uma vez que símbolos sagrados jamais deveriam ser utilizados em qualquer tipo
de comércio. A nível vestimentas, quem atualmente pode utilizar o símbolo do
Tao em camisetas ou calças, são os praticantes de Kung-Fu e Tai chi Chuan,
visto que estas duas artes marciais chinesas, que na verdade são uma só, estão
completamente baseadas na filosofia do Taoísmo.
O taoísmo
entre outras coisas, prega o equilíbrio dos opostos representados pelas
polaridades Yin/Yang. Para haver equilíbrio no universo sempre existirão o
positivo e o negativo, o feminino e o masculino, a luz e as trevas, numa
continua dança Cósmica representada no símbolo do Tao, que em sua polaridade
Yang (Branca), contém um pequeno circulo negro Yin, representado que no futuro
este pequeno circulo negro irá se alastrar, tornando Yang, totalmente Yin, e
vice-versa em relação á polaridade Yin que também contém um pequeno principio
de Yang, a se alastrar no futuro, invertendo a sua polaridade Yin totalmente
para Yang, o seu oposto natural.
No Tao não
se procura fixar em umas das duas polaridades existente, mais sim captar a essência,
ou seja, o que de melhor podemos encontrar em Yin/Yang, gerando assim um
terceiro caminho completamente equilibrado, conhecido como o caminho do Meio.
Um caminho que foi atingido pelo sábio que se concentrou em plena posse de si
mesmo, precisando para isto afastar-se um pouco, ou até mesmo totalmente da
sociedade comum. Através do seu isolamento e fechamento em si mesmo espera
atingir um grau tal de sabedoria e não apego, que o permitam agora retornar ao
seio da sociedade para aconselhar, sem no entanto, se identificar com as
lamurias externas, uma vez que ele, a nível interno, se tornou o Grande
Iniciado dentro do templo de seu coração, podendo agora juntar as polaridades
opostas de sua vida, e dar um novo sentido á sua existência, influindo através
de sua ação no destino de todos aqueles que o cercam.
O caminho
do silêncio que requer um isolamento total, mesmo que momentâneo, tem sua
validade comprovada por grandes Mestres do passado como Cristo, Buda e Krishna,
que antes de iniciarem suas pregações que produziriam radicais mudanças no modo
de pensar das pessoas, tiveram que passar por um período de isolamento em
montanhas, desertos e locais onde realmente pudessem estar em contato com a voz
do seu mestre interno. O interessante é que nenhum destes mestres e muitos
outros, ao final de sua Missão aqui na Terra, levaram alguém, ou algum discípulo
consigo. No entanto, todos eles deixaram um caminho que deveria ser seguido por
aqueles que desejassem atingir a Maestria. Este caminho em algum ponto, passará
por uma fase onde teremos que nos isolar para meditar, orar e refletir, em
busca do mais sagrado dentro de nós, que nos conduzirá á perfeição, tal como
aconteceu com os grandes Mestres do passado e com milhares de pessoas que já
compreenderam os ensinamentos dos mesmos e a necessidade de se isolar, para não
se contaminarem tanto com o inconsciente coletivo negativo, gerado por nós
mesmos, através de nossos inúmeros erros passados e que teimamos em repetir no
presente. A todos que vão seguir o caminho do silêncio, nem que seja para
experimentá-lo, é muito útil avisar que estarão seguindo o caminho Eremita. Um
caminho de prudência no falar, sensibilidade no sentir, e clareza no olhar para
o nosso exterior, reconhecendo nele em todas as circunstâncias da vida, a nossa
Beleza interna, da qual tudo o mais adveio...
Os símbolos que compõem o Arcano do
Eremita
O manto com capuz que cobre inteiramente
o corpo do Eremita, representa a discrição e também empresta ao arcano o
aspecto do homem sábio isolado em si mesmo. Em linguagem esotérica, este seria
o manto de Apolônio de Tyana, famoso instrutor da Escola de Mistérios de
Alexandria, que possuía uma prática de meditação pessoal muito interessante,
que consistia em envolver-se por um manto de lã e, ficar por horas contemplando
o próprio umbigo, na plena posse de si mesmo e isolado do mundo, mesmo que estivesse
cercado por uma multidão de iniciados.
O bastão em que o ancião se apoia
representa o apoio prestado pela prudência ao homem, que não revela o seu
pensamento. Não podemos esquecer que o bastão representa o elemento fogo, e o
fogo está ligado na Árvore da vida ao plano arquetipal, ou, espiritual. O fato
do Eremita portar um bastão, que o auxilia em sua jornada, representa também a
busca de um certo poder espiritual, uma vez que além de representar o elemento
fogo, ligado á espiritualidade, sabemos que os magos em seus rituais de magia
se utilizam de diversos tipos de bastão, que representam entre outras coisas a
sua autoridade em relação ao plano astral, e o instrumento através do qual o
magista direciona certas energias dentro e fora do circulo mágico traçado ao
seu redor no chão, para servir-lhe de proteção.
A lamparina ou lanterna QUE ilumina o
caminho do Eremita é conhecida como a Luz de Hermes Trismegisto, que é a
personificação do sistema harmonioso, através do qual a sabedoria metafisica ou
astral (superior), se une perfeitamente ao saber físico. Esta luz também
representa a inteligência do homem, que deve iluminar o seu passado para que os
erros antigos não sejam repetidos no presente; deve iluminar o seu presente,
para que ele realmente saiba o que quer da fase atual; e deve finalmente
iluminar o seu futuro, para que o homem afoito em suas diversas buscas, não dê
o passo maior do que a perna e acabe caindo num abismo muitas vezes sem retorno
pelo menos nesta vida.
O fato do
Eremita ser velho, detona a experiência
adquirida durante as fases da vida. Ele é um ser vivido que tem muito a
ensinar. O único problema é que devido a sua avançada idade, se ele não se
preparou no devido tempo para ter uma resistência física adequada á passagem
dos anos, agora apesar dos vários conhecimentos iniciáticos e da sua grande
sabedoria, só pode fazer uma coisa, que é ensinar, e nada mais. Provavelmente
nem de força ele disponha mais para executar os rituais mágicos, uma vez que
para alguns rituais há a necessidade de uma certa resistência física. Depois de
tudo isto que foi dito, cultivemos o nosso espirito, mas jamais esqueçamos de
dar a devida atenção que o nosso corpo merece, porque o tempo não perdoa ninguém.
Os animais que o vigiam numa certa postura
hostil, poderiam muito bem representar pessoas que temos que conviver no nosso
dia-a-dia que devido a sua alta identificação com o ego, mais faz com que ela
pareçam animais do que propriamente pessoas. No entanto, o Eremita caminha
entre estes animais com extrema tranquilidade, podendo até mesmo ter encantado
a serpente pela qual ele já passou. Nenhuma outra postura poderia ser esperada
daquele que possui a sabedoria dos anos, fazendo com que ele não se identifique
mas com pessoas e situações inconvenientes, passando sempre ao lado delas, mas
sem se deixar incomodar.
Significado
do 9° Arcano – o Eremita
Ele é o
Iniciado. O Eremita isolado e afastado da sociedade mundana cercado por seus
pensamentos e meditações á respeito de si mesmo, da vida e do Cosmos. Um ser de
brilhantes inteligência e sabedoria, que apesar do seu afastamento social,
conhece profundamente a alma dos homens e mulheres, bem como os seus desejos,
podendo orientá-los em direção ao que eles buscam.
O Eremita
seria o guia, ou mestre interno que nos auxilia sempre que necessitamos e
estamos dispostos a ouvir a sua voz. Para nós ele é o que Merlim foi para
Arthur, ou seja, mestre, amigo e conselheiro nas horas mais difíceis. Ele seria
o arquétipo do sábio isolado em silêncio que devido ao seu desapego pelo
mundano, passa a ser visto pelos imbecis materialistas como um louco que perdeu
contato com a realidade, e por aqueles que tem fé, como um homem-santo que pode
realmente nos ensinar a executar o ‘religare’ – a nossa união com o Divino.
Realmente,
com a presença do Eremita numa consulta, temos que procurar pelo menos
momentaneamente o afastamento do convívio social, para que possamos
reconectarmo-nos a nós mesmos, e escutar novamente a voz do nosso Mestre
Interior, único guia verdadeiro capaz de nos guiar em direção a uma vida
melhor, mais plena e abundante em todos os sentidos. Depois de um certo tempo
vivendo muito arraigados á sociedade, seus modismos e maneiras, quando buscamos
o silêncio indo para um lugar mais isolado, nem que este lugar seja o nosso
quarto, o fato é que continuamos a escutar dentro de nós um vozeiro incessante
que nos tira totalmente a concentração e boa vontade, no que diz respeito ao
contato com o nosso interior. Diante deste vozeiro que nada mais é do que o
nosso ego, desesperado com a possibilidade de que possamos adquirir uma nova
consciência, tornando-o nosso servo
e não mais nos submetendo a ele como se ele fosse o nosso senhor, não lhe resta
outra alternativa, que não seja aumentar o seu fútil falatório interno, para
que confusos com suas palavras desconexas, busquemos outra vez os prazeres
externos ao invés de nos concentrarmos em nós mesmos. Se cedemos a este ego
enlouquecido com a possibilidade de perder o seu controle sobre nós, e
retornamos aos hábitos massificantes da sociedade, antes de realizarmos uma
profunda e útil auto- análise, perdemos mais uma batalha em relação a uma vida
melhor. E depois de um certo tempo, batalhas após batalhas perdidas, nos
sentimos velhos, cansados, deprimidos e solitariamente entristecidos, assumindo
assim o lado negativo e não real do nono arcano.
Nos últimos
tempos, como podemos notar, está cada vez mais difícil encontrarmos dentro do
nosso convívio não apenas social, mas até já atingindo o âmbito familiar, alguém
sincero e verdadeiro com quem possamos conversar. Umas vezes por ter a
necessidade de falar, outras por pura imprudência e falta de bom senso, falamos
o que não devemos, para quem não devemos, e no momento menos propicio, nos
perguntando depois, caso os nosso projetos não se realizem, onde foi que
erramos. O que nós não tocamos, é que se as coisas se realizem, onde foi que
erramos. O que nós não nos tocamos, é que se as coisas estão complicadas e
demorando para se realizar em nossas vidas, o que jamais devemos fazer é expor
os nossos problemas ás demais pessoas numa grande banca de catástrofes pessoais, desejando ardentemente com
esta postura, que alguém nos pegue no colo. O máximo que as outras pessoas
poderiam fazer por nós, seria fornecer conselhos mais ou menos válidos e isto
na melhor das hipóteses, uma vez que como elas estão tão perdidas quanto nós,
temos sorte ainda quando encontramos alguém que possa falar alguma coisa de
aproveitável, e não nos arrasta de uma vez por todas para o fundo do poço,
devido sua vasta sabedoria popular e doutorado em ‘resolver coisa alguma’.
Com o
Eremita, o momento é de retirada, reflexão e meditação. É como se o ritmo que vínhamos
dando á nossa vida até então perdesse o seu sentido, e tivéssemos que fazer uma
profunda revisão dentro de nossas metodologias, nos preparando com isto, para
as profundas transformações que com certeza ocorrerão depois desta pausa necessária,
se é que estas transformações futuras já não estão ocorrendo no nosso dia-a-dia
bem debaixo de nossos narizes, sendo necessária estão a reflexão para melhor
orientarmos as nossas vidas
Algumas
pessoas ao se depararem com o termo isolamento podem pensar que para que
possamos vivenciar o nono Arcano, tenhamos que ir para alguma montanha em uma
região inóspita do Tibet, ou alguma localidade semelhante. Evidentemente, que
nada disto é necessário porque, apesar da ideia de uma viagem ser interessante
não é indispensável, levando em conta de que o que realmente precisamos para
vivenciar o Eremita, é uma postura mental que nos coloque mais longe de uma
percepção externa das coisas, a favor de uma percepção interna, silenciosa e
reflexiva á respeito de nós mesmos.
Temos que
estar atentos a tudo que ocorre ao nosso redor com a presença deste arcano, uma
vez que não seria de se estranhar se em nossa vida nesta fase atual, surgisse
do nada alguém mais velho, ou com um ar mais vivido e experiente que o nosso,
que nos aconselhasse como desenvolver os nossos projetos. Para os
espiritualistas, não seria raro o contato com um mestre externo ou interno, que
poderia melhor fornecer indicações sobre a busca espiritual. Agora, se no caso somos
nós que por algum motivo entramos em contato com uma pessoa que parece estar
meio desorientada, seja ela conhecida ou não, em primeiro lugar temos que ter a
plena consciência, de que não entramos na vida também por acaso. Adquirida esta
consciência, temos que vestir o manto do Eremita, e auxiliar a pessoa a
encontrar a sua própria luz, mostrando caminhos, mas nunca os percorrendo junto
com ela, uma vez que a única dependência e vinculo que a pessoa precisa ter
nesta vida é com o seu Mestre interior e, nós podemos apenas ser os
facilitadores deste contato e nada mais.
Mais dia
menos dia, todos nós temos que buscar nem que seja momentaneamente sozinhos, o
real sentido de nossas vidas, e não devemos ter medo ou receio do isolamento
quando o momento chegar, uma vez que podemos sair de nossa solidão sempre que
desejarmos, procurando reconhecer Deus ao nosso redor tanto nas menores, quanto
nas maiores coisas desta vida
O Caminho na árvore da vida (cabala).
Saiba mais a respeito do poderoso número 9, clicando aqui e conferindo este post em especial...
REFERÊNCIA DE ESTUDO:
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Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri
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O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
IMAGENS E DECKS (fotos)
THOTH CROWLEY
TAROT NAMUR
MARSELHA
LEONARDO DA VINCI TAROT
BARBARA WALKER
CARL W. ROHRIG TAROT
RIDER WAITE
TAROCCO SOPRAFINO
parabéns pelo post. iluminativo. faltou esclarecer sobre a ligação do número 9 com a magia sexual.
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