domingo, 28 de junho de 2015

Resgate da Essência. O DESTINO

Nesta primeira tela encontramos a representação do Mysterium Coniunctionis, isto é, a conjunção dos opostos, do humano com o divino. O homem, aqui transcendendo a realidade tridimensional e mundana, encontra-se liberto e inserido na Luz Maior, que resgata em sua identidade a essência do divino.

Muito além do que medida para todas as coisas, do Ser para as coisas que são e do Não Ser, para as coisas que não são, como dizia Protágoras, o homem aqui é colocado como ponte para a transcendência da própria dimensão humana.

O homem, como Mago da Natureza, já traz incutido em seu psiquismo todo o seu destino, não como uma força terrivelmente fatalista capaz de mudar sua vida, mas como germe instrinsecamente semeado desde o Princípio em sua alma que, se bem cuidado, poderá estar sempre florescendo para perfurmar a vida, enquanto vai sendo regado pelos desejos do próprio homem.

A figura humana ocupa a parte superior da tela, arquetipicamente representa o plano divino, e seus braços em relação à cabeça sugerem a forma de um triângulo, símbolo de divindade e perfeição, que se desenha sobre um cubo, elemento da realidade tridimensional, a imperar sobre a metade inferior da figura, referente ao plano mundano das manifestações, ao qual estamos presos.

Sobre o solo, a pedra horizontal ocupa o primeiro plano do cenário, guardando atrás de si o enigma da dualidade de nossa existência temporal, aqui expressa pela profundidade da vida e aridez das intempéries. Nossa condição efêmera, embora esquecida da maioria das pessoas, apenas revela que a consciência humana nada, embora esquecida da maioria das pessoas, apenas revela que a consciência humana nada mais é do que estreita faixa de terra em revelação a infinitude do Cosmos.

Deitados sobre a pedra-mãe, os símbolos alquímicos partidos (bastão/terra, cálice/água, espada/fogo e pentáculo/ar) sugerem que se encontra muito além dos quatro caminhos do mago a Unidade da Mandala-Universal, exemplo de que toda verdade humana é apenas a penúltima verdade.

"Deve-se buscar o um que nasce com o quatro", diriam os alquímicos gregos. Isto pressupõe a união dos opostos, daquilo que está em cima com o que está embaixo e vice-versa, mesmo porque a natureza de ambos os planos é a mesma.

O eixo vertical de mandala representa a união do humano com o divino. Nesta tela, uma verdadeira coluna alquímica se ergue a partir da pedra (ela própria símbolo da divindade em que quase todas as culturas primitivas) até a Luz Maior que a tudo ilumina, e que nesta gravura se irradia a partir da fronte e do coração, símbolos da alma humana, cuja essência, é divina.

Está lançada nesta primeira lâmina a síntese do drama iniciático, cua meta jamais será um alvo fixo, mas sim o caminhos permanente de busca da totalidade do Ser que se pretende atingir pelo desenvolvimento anímico.

______________________________

RESGATE DA ESSÊNCIA
Arcanos sob a ótica de Eduardo Vilela e comentários do Psiquiatra Paulo Urban


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar esta postagem!
Ela será lida e publicada assim que possível.

Fraternalmente.

Você também poderá gostar de:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...