Aprendendo a arte de morrer,
antes que você morra.
O que faz com que a vida continue,
com todos os seus ciclos naturais de nascimento e renascimento?
com todos os seus ciclos naturais de nascimento e renascimento?
A morte, seria a única
resposta correta a esta questão.
Sim! Ela é a única responsável pela perpetuação da vida, pois a sua
atuação promovendo o término de um relacionamento, negócio, amizade e até mesmo
da própria existência, faz com que possamos renascer dentro de um novo estágio
de consciência que pode ser mais ou menos evoluído, dependendo do que nós
plantamos na fase anterior de trabalho, antes que ela chegasse até nós.
Muitas pessoas tem medo do momento da morte, pois ele representa o
real encontro com a fatalidade que nos remeterá a um plano desconhecido. Mas se
formos analisar bem esta situação de desconforto que as pessoas sentem até
mesmo em tocar esta situação de desconforto que as pessoas sentem até mesmo em
tocar nos assuntos relativos á passagem para o plano espiritual, veremos que
isto se deve ao fato da total falta de informação e real interesse- salvo raras
exceções- que existe na maioria das religiões á respeito deste assunto,
deixando os fieis completamente desorientados e desestruturados diante desta
passagem que todos nós realizaremos algum dia. Isto faz com que as pessoas
temam a morte e não queiram quando em vida nem saber o que existe do outro
lado, pois como sabemos, tudo aquilo que o homem desconhece ele teme,
ridiculariza, ou adota perante o fator desconhecido um total e falso
desinteresse, que no fundo serve para camuflar a sua total inaptidão e
ignorância para lidar com o inexplicado.
No meu ponto de vista, as pessoas não tem medo da morte, mas temem a
maneira pela qual se dará a transição e isto se deve ao fato de que ninguém
quer sentir dor ao partir deste mundo. Falando com vários alunos e clientes ao
longo de todos os meus anos de trabalho, pude notar que quando os assuntos
relativos á morte vinham á tona, a maioria das pessoas dizia que se pudesse
escolher a maneira pela qual desencarnaria desta vida em direção a uma vida
futura, elas preferiam morrer dormindo, ou de maneira fulminante, sem que ao
menos percebessem que tinham feito a passagem para outro plano. Até hoje jamais
encontrei uma pessoa que preferisse, ao invés de partir logo para o plano
espiritual, ficar agonizando em uma cama anos a fio, fazendo também sofrer com
isto seus entes queridos. A morte pelo fogo, afogamento e acidentes de transito
onde se fica preso nas ferragens se morrendo lentamente, são as situações de
transição mais abominadas pelas pessoas em relação ao seu desencarne. Tudo
isto, faz com que concluamos que o que as pessoas não querem mesmo, é sentir
dor ao partir do plano terreno.
O ser humano não teme a morte, porque ele sabe o que existe do outro
lado, uma vez que veio de lá. Ao encarnar, logicamente ele esquece todas as
informações relativas ao plano espiritual, bem como as diretrizes para que ele
possa manifestar o seu Dharma ou Missão de vida nesta vida.
Esquece também completamente o que foi em suas vidas passadas, para
que o apego a estas antigas vivencias que já cumpriram o seu papel em seu
processo evolucional, não voltem á sua mente, fazendo com que ele passe a viver
nas recordações, tanto benéficas quanto maléficas do passado, quando o
necessário agora para a sua real evolução dentro do ciclo das encarnações é
concentrar-se no presente, consciente de sua missão de vida na vida atual.
A não lembrança de como viver a nossa missão de vida nesta vida, e até
mesmo qual é a nossa Missão de vida, bem como o total esquecimento do plano
espiritual em que vivíamos antes de reencarnarmos e das vidas passadas que
tivemos, são parte de um complexo esquema evolucional. Uma vez que a terra é um planeta-escola onde temos muitos a aprender,
seria injusto que alguns reencarnassem já de antemão tendo plena consciência do
que foram no passado e do que precisam cumprir no presente, enquanto a grande
maioria das pessoas nem mesmo possui ainda a consciência de que existem vidas
passadas e futuras e missões de vida a serem cumpridas nestas vidas. Para
nivelar um pouco todos nós ocorre o esquecimento de dados vitais referentes a
nossa evolução, fazendo com que o ser humano a mereça através de um longo
processo de busca por si mesmo, onde com certeza ocorrerão muitos encontros e
desencontros que farão com que o individuo amadureça material, mental, emocional
e espiritualmente.
Uma pessoa começa a ser bem ou mal sucedida em sua vida, dependendo de
como está procurando ou não realizar ‘ A Missão’, ou seja o papel que lhe foi
destinado nesta existência, não por Deus, mas por ela mesma em decorrência do
que fez em suas vidas passadas e até mesmo na vida atual, pois é bom não
esquecermos que todos nós, sem exceção, estamos sujeitos á Lei de Causa e
Efeito. Se a pessoa procura cumprir a sua missão de vida com Amor a ela, então
todo o Universo passa a conspirar a seu favor, fazendo com que a sua existência
se torne mais suave, harmonizada e equilibrada. Se no entanto a pessoa se
revolta contra o papel que deveria estar desempenhando, tudo se torna mais
difícil ao longo de sua existência, porque a revolta é injustificada, uma vez
que cada um colhe aquilo que plantou, e nada acontece por acaso.
Buscar o autoconhecimento é de fundamental importância para todos
aqueles, que, no momento de sua transição, antes do ultimo suspiro queiram
estar com a consciência tranquila, sabendo que se não realizaram totalmente
aquilo que tinham que cumprir dentro do plano evolucional do ciclo das vidas
nesta vida, pelo menos muito pouco deixaram para ser realizado nas próximas
existências, podendo cerrar os olhos com a certeza de que cumpriram ao máximo o
que tinham a cumprir.
O arcano da Morte, ao contrario do que pensa a maioria das pessoas não
iniciadas nos mistérios, não tem nada de negativo ou nefasto em seu contexto. E
é sempre bom lembrar que o excessivo temor á morte, faz com que o ser humano
não viva a sua vida em total plenitude, pois para tal, seria preciso reconhecer
e aceitar no fundo do coração que tudo tem o seu fim para que possa haver um
novo começo, sendo natural morrer para que possamos eternamente renascer neste
e em outros planos.
A morte dentro do
contexto Iniciático.
Dentro das escolas de mistérios tradicionais, também conhecidas pelo
nome de Ordens Iniciáticas, existe quando da entrada de um profano na
instituição, um ritual de passagem, que é justamente uma alusão á morte.
Este ritual primordial, dentro das Ordens verdadeiramente serias e
tradicionais, é de suma importância, pois desta morte simbólica renascerá o
Iniciado, ou seja aquele que terá o poder para mudar o mundo em suas mãos,
desde que leve verdadeiramente a sério os estudos, práticas e rituais da escola
a qual decidiu adentrar.
A morte como primeiro rito de passagem dentro das ordens Iniciáticas
pode assumir diversas formas, dependendo da linha iniciática da escola que pode
ser egípcia, hebraica, celta, cavaleiresca (templária), Indú e mais um
infinidade de tradições. Elas podem diferir quanto a ritualística mortuária,
mas mesmo assim mantem o mesmo objetivo, que é o de lembrar ao candidato, que a
partir do momento em que ele decidiu adentrar para a Ordem, ele necessita
morrer para seus antigos padrões de comportamento, á fim de que possa haver um
novo espaço onde não apenas um novo conhecimento, mas também uma nova vida
oriunda deste conhecimento que o iniciado vai receber ao longo de sua Senda
Mística, possa se manifestar.
É comum ouvir os Iniciados das grandes escolas de Mistérios dizerem
que o momento mais significativo dentro da senda Iniciática é o momento da
Iniciação, pois ele representa um real renascimento para uma nova vida, após
superadas as provas a que foram submetidos os candidatos. Mesmo reconhecendo
que a Iniciação é o ápice-mor de muitos contextos iniciáticos, eu, que já morri
e renasci muitas vezes, prefiro não me concentrar tanto no final da Iniciação,
quando finalmente o Iniciado é reconhecido como tal por seus agora por assim
dizer irmãos.
"Tudo é vaidade". Uma ilusão de óptica criada por Charles Allan Gilbert, criticando o apego material da vida mundana.
De todo o ritual de iniciação, a parte mais importante, sem dúvida
alguma é aquela que faz alusão á morte simbólica, pois se esta morte não for
bem realizada e aquele que está se submetendo a ela não estiver plenamente
consciente do que este ato significa, a Luz que vem do Alto no momento que lhe
for tirado o Véu de Ísis, não se manifestará, e ao invés de um verdadeiro
Iniciado que triunfou das provas, o que teremos entre nós será uma pessoa comum
mais ou menos interessada nos mistérios, mais a titulo de curiosidade do que
qualquer outra coisa. Pessoas assim, com o decorrer do tempo na melhor das hipóteses,
se afastarão do caminho iniciático, uma vez que a função deste caminho pode não
estar de acordo com seus antigos objetivos e ambições, visto que elas não
morreram para seus antigos defeitos gerados pelo ego, quando do seu ritual de
passagem. No entanto, na pior das hipóteses, o que também poderemos ter que
aturar, será uma corja de desinteressados que virão a ordem mais com o intuito
de atrapalhar os trabalhos daqueles que verdadeiramente buscam a Luz, ou com o
vil objetivo de servir-se dos conhecimentos da Ordem e de sua influencia no
mundo Profano, para manifestar os seus mesquinhos objetivos, que muitas vezes
poderão estar em total desacordo com as Leis naturais e Universais que regem
toda a vida. Pessoas desta natureza, deverão assim que começarem a dar sinais
de seus malévolos objetivos, ser instruídas novamente sobre os ideais e
objetivos da Ordem, seja ela qual for. Deverão ser lembradas do que juraram
quando de sua entrada na instituição e despertadas para os valores espirituais,
que são verdadeiramente os que mantem não apenas as Ordens Iniciáticas de pé,
mas também todo o planeta Terra, bem como o Universo.
O Dia da Morte; pintura de William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)
Caso essas pessoas, que até então estavam desinteressadas pelo estudo
dos mistérios, tenham após a conscientização que lhes foi dada pelos antigos
Iniciados o seu Interesse despertado para estas áreas, deverão ser
incentivadas, apoiadas e estimuladas ao máximo a progredir dentro da Ordem,
através de seus augustos ensinamentos, em direção á Verdadeira Luz. No entanto,
se permanecerem rebeldes e dissimuladas em relação á sabedoria e conhecimento,
deverão ser convidadas a se retirar da instituição, uma vez que em nossas
fileiras, não há lugar para os dissimulados e pobres de espirito questionador.
Sabemos que a única maneira de se chegar até a Verdadeira verdade, se dá
através do estudo consciente, não fanático; da pesquisa muitas vezes realizada
dentro de um verdadeiro e espirito de fraternidade com os nossos irmãos, da
liberdade que permite que cada um exponha seus pontos de vista sem ser criticado
ou desmerecido em seus pareceres e da igualdade que une todos os buscadores da
Luz, não importando os caminhos que cada um siga, pois todos constituem rotas
evolutivas, que apesar de parecerem diferentes quanto a ritualística e
metodologia de estudo, constituem um só caminho baseado no amor Universal de
Deus para com seus filhos.
O verdadeiro Iniciado, não teme a morte, porque tem dentro de si a
certeza de que é verdadeiramente imortal enquanto Essência em evolução, sendo o
seu corpo físico apenas uma roupa que ele vestiu para desempenhar um papel no
teatro da vida. Quando as luzes do palco deste teatro se apagam e o Iniciado
tem que sair de cena, ele o faz com extrema tranquilidade, pois sabe que o
universo, o está novamente chamando-o de volta ao seu seio onde ele irá se
preparar para desempenhar papeis cada vez mais grandiosos nas futuras peças da
vida cotidiana, escritas pela mão do grande Arquiteto do Universo.
O ato de aceitar a morte como uma transição necessária para que a vida
possa continuar, torna o Iniciado verdadeiramente livre para que ele possa
viver uma existência sem medos e valorizá-la ao máximo, porque é justamente
desta valorização que dependerá a sua evolução em direção ao Pai nas suas
futuras encarnações.
Os símbolos que
compõem o
Arcano da Morte ou do Ceifador.
Arcano da Morte ou do Ceifador.
A melhor maneira para entendermos o complexo simbolismo existente dentro do décimo terceiro arcano, é justamente contarmos uma história utilizando suas ricas alegorias.
Nossa vida pode ser comparada a um grande campo de trigo, que temos que cultivar bem todos
os dias a fim de que possamos ter resultados proveitosos. E num belo dia, lá
estamos nós a cultivar este campo quando
num determinado momento levantamos um pouco o nosso corpo para enxugar o
suor de nossos rostos e nos deparamos com uma cena no mínimo curiosa. Ao
fixarmos o nosso olhar das espigas, que vão perder-se no horizonte, reparamos
que elas começam a cair uma após a outra de maneira ininterrupta, avançando em
nossa direção. Aguçando ainda mais a nossa visão para tentarmos compreender o
que está acontecendo, vemos claramente o esqueleto
da morte, com o seu ceifador, ceifando
as espigas de trigo que havíamos plantado até o presente momento. Num tempo não
muito longo o esqueleto realiza a sua obra de devastação e passa ao nossa lado
rindo e brandindo a sua foice, já de olho nos próximos campos em que ele irá
continuar perpetuando o seu eterno ceifar, uma vez que em nossos campos ele não
tem mais nada o que cortar, tendo concluído a sua obra. Agora só nos resta
interpretar o que significa tudo isto.
Em primeiro lugar, o trigo
cultivado representa a nossa própria vida, onde em meio as espigas se
escondem tanto influencias benéficas que contribuem para o nosso crescimento
como essências em evolução que somos, quanto padrões arcaicos restritivos e
negativos de pensamento, que já deveriam há muito tempo ter saído de nossa
existência, bem como uma longa lista de fatos, situações e principalmente
pessoas indesejáveis, que no decorrer dos anos travaram o nosso entusiasmo,
fazendo com que nós nos sentíssemos mortos para a vida. E é justamente com o
arcano da Morte que nós temos a oportunidade de colocar um basta em tudo que
não nos agrada mais, renascendo para uma nova vida cheia de Luz e Amor; desde que
nós realmente permitamos que isso aconteça não impedindo aquilo que deve ser
mudado, apenas porque o nosso ego não concorda com isso por estar numa posição
muito confortável em sua zona de conforto, enquanto nós estamos nos estrepando
dia após dia. Como já foi dito, entre as espigas de trigo, tanto existem coisas
negativas que precisam ser alteradas, quanto coisas que o nosso ego encara como
positivas, mas que em essência são tão negativas quanto a própria negatividade,
trazendo-nos constantemente dor e sofrimento. É chegado o momento da
transformação e ninguém deve temer o novo que vira após a mudança, porque
seguramente para os puros de coração e pensamentos, a nova fase será muito mais
próspera que a antecedente. Basta acreditar e trabalhar!
Diante do campo totalmente devastado pelo ceifador, existem dois tipos
de pessoas:
A primeira controlada ainda pelo ego, que ao ver a morte e
transformação da zona de conforto na qual norteou a sua vida até então, quando
do fim necessário desta fase, sente-se desesperada e até mesmo revoltada contra
a vida, contra Deus e os céus, questionando o Pai para que lhe responda o
porque da ceifarem aqueles valores arcaicos que já em nada contribuíram para a
sua evolução e até mesmo retardavam- lhe o passo.
Diante do campo desnudo esta pessoa chora, grita e se desespera,
esperando que lhe venham rapidamente pegar no colo e passar a mão por cima de
sua desafortunada cabeça, num interminável e medíocre ciclo de auto- piedade.
Ela não entende que nada ocorre por acaso e que o fato de uma fase,
relacionamento, emprego ou seja lá o que for ter chegado ao seu termino natural
é apenas o prenuncio de uma nova fase tão grandiosa quanto aquela que a
antecedeu, desde que a pessoa trabalhe para este fim.
Analisando o segundo tipo de pessoa, vamos encontrar seres humanos
maravilhosos que estão em busca da sua verdadeira evolução e não se deixarão
apegar por nenhum falso ideal que não esteja em conivência com o seu primordial
e grandioso objetivo. Estas pessoas ao final de uma determinada fase de suas
vidas, onde muitas vezes tudo lhes pode ter sido tirado de uma hora para outra,
encararão esta radical transformação como algo que realmente pode libertá-las
de antigos, arcaicos e falsos conceitos existenciais que já cumpriram a sua
função, sendo necessária agora a limpeza, que as capacitará a adentrarem num
novo estágio da existência. Diante do campo vazio e desnudo, ao invés de
choramingarem como a maioria das pessoas, elas agirão como verdadeiras co-
criadoras auxiliares do Grande Arquiteto do Universo por entenderem que quando
o Pai fecha algumas portas e encerra uma determinada fase da vida de seus
filhos é para que eles, numa etapa totalmente nova, se esforcem novamente para
semear com mais perfeição o campo da vida para que através deste trabalho
cultivem cada vez melhor suas próprias naturezas, porque ele sabe que este é o
único meio de fazer com que as suas crianças retornem para a sua casa. Estes
cultivadores de si mesmos, lançarão no campo vazio sementes extraídas de seus
próprios corações agindo sempre com muita criatividade e um sentimento de
profunda gratidão para com o Pai Celestial, uma vez que através do arcano da
Morte ele da aos seus filhos a chance de uma nova vida sem ser necessário
desencarnar para que isto ocorra.
As sementes que foram lançadas ao solo no devido tempo germinarão
novamente fazendo ressurgir o dourado campo de trigo, que representa a própria
vida. E novamente após completado o ciclo de inicio, meio e fim necessário, a
Morte portando o seu ceifador colocará este campo novamente abaixo, sabendo que
será temida e odiada pelos fracos de espirito que ainda não acordaram para o
fato de que o universo está sempre em constante mutação, não havendo nenhum
valor estável, principalmente dentro do plano material. Para aqueles mais
conscientes e que se tornaram assim por seu próprio esforço, ela será muito bem
recebida, porque estes sabem que antes de ser uma terrível vilã, a morte
representa a libertação do excessivo apego ás ilusões da matéria, que quando
não muito bem controladas podem levar o homem ate mesmo á morte derradeira. E
agora eu não estou falando em sentido simbólico, e sim nos famosos sete palmos
abaixo da Terra, para onde vão não apenas aqueles que já cumpriram aqui as suas
funções de modo consciente, mas também os que as deixaram de cumprir por
excessivo apego ao mundano... só que os últimos vão bem mais rápido e por vezes
de forma não muito agradável, para variar, por suas próprias culpas.
Antes de adentrarmos ao significado do arcano treze, forneceremos
agora um significado resumido dos símbolos que compõem está lâmina:
O esqueleto é a estrutura
óssea que já serviu de receptáculo para a locomoção de uma vida, mas agora esta
completamente vazio, representando o destino de igualdade que nos espera quando
serrarmos os olhos. Sendo uma imagem de profunda reflexão demonstra principalmente para os
mais vaidosos que o excesso da vaidade é algo estupido e injustificado uma vez
que quando for chegada a hora, todos nós sem exceção nos converteremos numa
mesma estrutura óssea, independente das posses, títulos e bens materiais que
dispusemos em vida.
Na capa esvoaçante do
esqueleto nós encontramos vários desenhos do planeta Saturno. Saturno dentro da astrologia é aquele que limita, o que
cria obstáculos a serem transpostos a fim de que possamos evoluir através
destes bloqueios, muitas vezes penosos, que podem levarmos á beira da morte,
para após a transposição renascermos para uma nova vida. Ligado fortemente ao Karma,
Saturno é conhecido em linguagem esotérica como sendo ‘Aquele que habita o
Umbral’, indicando que somente aquele que conhecer profundamente a si mesmo e
formar fortemente o caráter, poderá tornar-se uma pessoa verdadeira. Só que
para o processo de autoconhecimento, é indispensável que se vá morrendo pouco a
pouco para os erros e paixões, a fim de que possamos fazer novos progressos
dentro da escala evolutiva.
A foice é símbolo da
colheita. Dentro do contexto do décimo terceiro arcano, representa a derradeira
colheita após uma fase de trabalho. O ceifar daquilo que foi plantado, para que
uma nova vida possa renascer no campo que deixado vazio.
Aos pés do esqueleto vemos cabeça
e membros de homens e mulheres, que representam reis e rainhas destronados
de seu poder que outrora consideravam inabalável, tendo esquecido de que na
vida tudo tem o seu começo, meio e fim. Esta cena é uma advertência á todas
aquelas pessoas que por estarem numa posição privilegiada gostam de empinar o
nariz, esnobando os menos favorecidos e têm a falsa ilusão de que esta fase de
bênçãos em suas vidas jamais terminará. Estas pessoas podem ter a certeza de
que se possuem algum tipo de poder, seguramente este poder não lhes foi emprestado
para que possam utilizá-lo a seu bel prazer fazendo dele o que bem entenderem,
inclusive desfeitas e maus-tratos a seus irmãos mais humildes, porque a roda da
fortuna gira incessantemente e a única maneira de manter-se em seu topo é
procurar levar uma vida justa, digna e honrada, sem jamais cometer nenhum pensamento, palavra ou ação que
cause qualquer tipo de desarmonia para com a sociedade, natureza ou as leis
Universais.
A atmosfera fúnebre do
arcano serve para colocar o cliente num estágio de profunda reflexão, no
sentido de que ele possa realmente se perguntar se a sua vida levada até então
tem valido a pena, pois é justamente cercado de emblemas fúnebres, ou quando a
morte está mais perto, que a pessoa pensa mais sobre tudo o que fez, está
fazendo e poderia ainda fazer.
Significado do 13°
Arcano
A Morte ou o Ceifador.
A Morte ou o Ceifador.
A necessidade de se entregar á vida e permitir que os eventos ocorram
naturalmente, sem o excessivo apego á coisa alguma que não sejam os valores
internos, sem dúvida alguma é a maior lição do décimo terceiro arcano para o
cliente.
Com a sua saída cessa toda uma antiga ordem e inicia-se um processo de
fim necessário, através do qual a vida da pessoa possa continuar fluindo. A
despeito de quão marcante seja ou possa ter sido a fase em que nos encontremos,
a Morte é um aviso de que esta fase atual finalmente está chegando ao seu
término, após ter dado tudo aquilo que podia a nível de experiências
evolutivas, vitórias e derrotas, alegrias e tristezas, sendo agora necessária
para a perpétua continuação da existência a morte natural de uma antiga ordem
estabelecida.
Muitas vezes antes da chegada deste arcano em nossas vidas sentimo-nos
exauridos e esgotados com a excessiva quantidade de trabalho que muitas vezes
estamos desenvolvendo sem obter os resultados satisfatórios, e nos perguntamos
o que aconteceu com os nossos projetos que até bem pouco tempo nos davam
unicamente lucros e alegria. Por que não conseguimos mais extrair destes
projetos todo o potencial que extraímos em passado não tão distante, e
sentimo-nos cada dia que passa mais cansados, velhos e estagnados em relação a
nossos ideais, como verdadeiros Enforcados do décimo segundo Arcano?
A resposta mais correta para esta questão seguramente não está baseada em auto- culpa, pois não fomos nós que envelhecemos, mas sim os nossos projetos e ideais que se tornaram antigos sem que percebêssemos, sendo necessário agora olhar em rumos diferentes, apelando para a nossa criatividade interior que quando bem trabalhada, mesmo que dez portas tenham sido fechadas, pelo menos uma vinte novas se abrirão ao nosso redor, oferecendo-nos inéditas possibilidades de trabalho, até mesmo em direções que jamais havíamos pensado em seguir.
Muitas vezes a morte também surge em nossa vida como uma verdadeira
benção, uma vez que nos livra de limites tornados insustentáveis a fim de que
possamos livres, continuar procurando realizar nosso verdadeiro destino. Para
entender isso facilmente basta que observemos o nosso organismo.
Quando estamos com uma dor de dente e não nos tratamos no devido
tempo, extraindo ou reparando aquilo que precisa ser reparado, esta dor se
torna insuportável e depois de alguns dias, podemos ate cair de cama por não
suportarmos a dor, que começara a interferir com o bom andamento de todo o
restante do organismo. Neste ponto só nos resta dirigirmo-nos até um bom
profissional que esteja apto a realizar a necessária extração ou tratamento.
Poderemos então retornar á nossa vida normal completamente aliviados, pois foi
ceifada a causa da dor que tanto nos afligia. Este exemplo do dentista, apesar
de simples, tem uma total relação com a nossa vida e com o décimo terceiro
arcano uma vez que a sua função é a de ceifar padrões estagnados que podem
estar provocando dor em alguma área de nossa existência. Por nossa própria
teimosia em não querer admitir que tudo tem um fim necessário, eles não foram
ceifados há mais tempo. Agora devemos permitir que a libertação aconteça.
São muitas as situações que podem atingir em nossa existência um
patamar insustentável, como por exemplo um casamento de interesses, que após um
determinado tempo onde não existiu a presença do verdadeiro amor e sim
mascaras, através das quais eram mantidos os padrões de conveniência, tornar-se
insuportável, não havendo mais nada que possa manter unido o casal. Ai começam
as traições, as crises de ciúmes e desconfianças que pouco-a-pouco vão
envenenando a vida dos cônjuges, sendo realmente mais terrível ainda a situação
daqueles que colocaram filhos no mundo e agora as pobres crianças tem que
conviver com os tristes espetáculos proporcionados pelos seus pais,
praticamente todos os dias.
Neste tipo de situação a Morte agiria como um balsamo salvador,
indicando a necessidade de uma urgente separação amigável onde cada um pudesse
seguir o seu rumo, uma vez que qualquer outra tentativa de continuar mantendo
este casamento de aparências poderia terminar em consequências mais graves no
decorrer dos anos, com irreparáveis prejuízos não somente para marido e mulher,
mais principalmente para as crianças da casa, se houver alguma. E a desculpa da
não separação por causa dos filhos hoje em dia já é totalmente furada, porque
qualquer criança ou adolescentes que após o término da relação entre os seus
pais continue sendo criado(a) com carinho e compreensão por ambos, compreenderá
quando for adulto que foi melhor para a sua evolução crescer vendo seus pais
separados, sem perder a amizade, e prontos sempre que preciso a lhe prestar
auxilio, do que juntos mas se degladiando todos os dias, tumultuando não apenas
a sua evolução enquanto adolescente, mas também a evolução de suas vidas
adultas, enquanto seres humanos em busca de equilíbrio emocional.
Um outro bom exemplo de situação que chegou a seu termino natural é
aquele onde vemos um empresário prensado contra a parede por ver os seus
negócios já não fluindo tão bem quanto fluíam no passado, mas que infelizmente
por um orgulho besta e injustificado insiste em mantê-los no presente até que a
firma acabe indo a falência total e ele tenha que se deparar com os credores
nos seus pés vinte e quatro horas por dia. Quem sabe se com menos orgulho e
mais mente aberta, ele não teria percebido há tempos que os seus negócios já
não estavam correndo tão bem e mudado de ramo quando fosse o momento certo
salvando não apenas a empresa, mas também a sua dignidade como ser humano? Alguns empresários donos da verdade
diriam que não lhes foi apresentada nenhuma possibilidade de mudança e, por
isso mantiveram suas empresas até o derradeiro fim. Mas isto não é verdade pois
não bastasse a criatividade que todo o ser humano tem para criar novas
situações que lhes tirem do aperto, Deus também quando começa a fechar uma
torneira, sempre abre todo um oceano de novas oportunidades para seus filhos,
ainda mais quando eles procuram cumprir a sua vontade em todos os seus
pensamentos, palavras e ações. Não aceitar este fato é orgulho demais para o
meu gosto e falta de humildade para reconhecer que ás vezes não somos tão
brilhantes quanto pensávamos ser.
Para irmos finalizando o estudo deste arcano que de tão complexo necessitaria de um livro somente para ele, apresentaremos uma ultima situação entre as varias em que ele pode ser encaixado. Trata-se justamente do término de amizades que por vezes perduraram grande parte de nossas vidas, mas que ‘inexplicavelmente’ terminam de uma hora pra outra sem deixar vestígios. Quando um relacionamento de amizade fraterna com um amigo(a) termina, isto não quer dizer que a pessoa, não goste mas de nós, ou que fizemos alguma coisa errada no decorrer do relacionamento que acabou magoando-a. muitas vezes ocorre uma separação natural entre pessoas que conviveram grande parte de suas vidas entre si e, até mesmo trocaram juras de amizades eterna e confidencias intimas, justamente porque esta amizade já cumpriu o seu papel dentro não apenas da nossa vida mas também na de nosso amigo(a), sendo necessário agora um afastamento natural entre ambos, para que cada qual, de acordo com o seu grau de consciência, possa continuar na senda evolutiva em busca de sabedoria e iluminação. Isto não quer dizer de maneira alguma que nunca mais tornaremos a ver aquela pessoa querida a quem tanto estimávamos ou vice-versa. Quer dizer que é chegado o momento da separação para que ambos possam continuar evoluindo como essências em evolução, um dia chegando a se reencontrar para ficarem unidos eternamente na casa do Pai, servindo seus propósitos em pról daqueles inúmeros que ainda não atingiram a Ascensão. E como diz um velho proverbio americano:
‘Se algo é
verdadeiramente teu deixa-o livre, que se porventura algum dia se for, após
cumprida a sua missão, a ti naturalmente retornará para não mais partir.’
Como podemos entender perfeitamente depois de tantos ricos exemplos,
para que possamos nos harmonizar com o arcano da MORTE quando de sua saída, o
fundamental é o controle das emoções, e o não apego a uma realidade material,
restritiva e ilusória, que nos impede de ver que a vida é algo muito maior do
que pensamos, mas para vive-la com intensidade é preciso dizer sim á morte
daquilo que nos limita, a morte das ilusões mundanas, a morte dos nossos medos
ancestrais, e principalmente á morte (domínio) do ego, que nos fará viver de
acordo com a vontade do nosso verdadeiro Eu, que nada mais é que o Grande
Arquiteto do Universo atuando através de nós.
O Caminho na árvore da vida (cabala).
REFERÊNCIA DE ESTUDO:
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Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri
O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
IMAGENS E DECKS (fotos)
O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
TAROT DE LEONARDO DA VINCI
THOTH CROWLEY
TAROT NAMUR
MARSELHA
RADIANT RIDER WAITE
BARBARA WALKER
TAROT ANCIENT ITALIAN
THE GOLDEN DAWN TAROT
Muito interessante o texto, parabéns !!!
ResponderExcluira respeito das imagens, fiquei curioso em relação ao deck da figura que esta ao lado daquela do deck de Arthur Edward Waite (Figura com o cavaleiro). Você poderia me informar?
grato
Nery