quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vive Le Soleil / O SOL / arcano 19

E finalmente após um longo período mergulhado nas trevas da nossa própria ignorância e ilusões criadas por nós a respeito de nós mesmo e da vida ao nosso redor, chegamos á tão almejada Luz do Sol. Verdadeiro presente a todos aqueles que jamais esmoreceram, em suas mais diversas buscas, nos mais variados, níveis visando sempre atingir a verdadeira Luz.
Á fim de que possamos compreender este arcano, temos que retornar um pouco aos domínios de Hécate, a deusa Lua, para através deste retrocesso entender melhor a decima nona lâmina.
Estávamos nos domínios da Lua onde nada era como parecia ser, e reinavam as incertezas e ilusões que antecedem um nascimento. O nascimento para uma nova vida se dá através do Sol, quando libertos das trevas da ignorância, superstição e estreiteza de pensamento permitimos ampliar a nossa mente, tal e qual ampliam-se os raios do sol levando vida, luz e calor á todos os seres viventes capazes de receber a sua benéfica influência.
O décimo oitavo arcano da Lua tem na formação do seu número, ou seja, o número 18, o inicio da chave que nos leva á compreensão não apenas do arcano do Sol, mas também dos diversos tipos de Dramas Iniciáticos presentes em todas as escolas Herméticas sérias. Utilizando da Numerologia Pitagórica ou Soma Teosófica onde se reduzem os números compostos por mais de um algarismo a um número unitário, concluímos que 18=1+8=‘9’. Ora! O número 9 é justamente o número do Eremita que é o próprio Iniciado, que baseado em sua Luz Interna (a lanterna que traz em uma das mãos) busca compreender os mistérios da vida e do Universo, á fim de que após ter chegado a esta compreensão ele possa novamente regressar á Luz e se tornar um com o Pai.
Para fugir das perigosas trevas ilusórias da Lua e suas diversas falsidades e traições, tanto aquelas que sofremos externamente pelos outros, quanto aqueles que nos auto- aplicamos, é fundamental a Prudência e o Silêncio sobre tudo o que pretendemos Realizar, sendo os dois fatores citados outras virtudes que apreendemos a cultivar no nono arcano, o Eremita.
Todo aquele que busca resultados ‘luminosos’ em seus projetos, desde os mais mundanos até os mais complexos e espiritualistas, deve se ater ao famoso quaternário hermético: ‘Saber, ousar, querer e calar.’ De todas estas palavras, talvez as mais importantes sejam o Saber e o Calar. O saber, porque o Homem deve buscar a sabedoria que lhe permitirá lapidar-se cada vez mais transformando-se de pedra-bruta em pedra polida, a fim de que possa ser utilizado na construção daquilo que os Alquimistas chamam de ‘A Grande Obra’. Na minha opinião, o ser que não busca a Sabedoria está aqui neste planeta a perder tempo, pois a evolução é uma obrigação de cada ser humano para consigo mesmo, e para com todo o restante da humanidade. E isto porque uma vez que nos recusamos a evoluir, estamos também travando o progresso de nossos irmãos aqui na Terra, visto que estamos todos unidos por uma mesma força denominada Consciência Cósmica, verdadeiro fluxo energético que alimenta e nutre toda a raça Humana.
Já o calar tem também a sua importância ressaltada, pois aquele que não sabe a hora exata para manifestar verbalmente as suas opiniões acaba muitas vezes dizendo o que não devia e perdendo uma excelente oportunidade de ficar calado, uma vez que: ‘Silêncio também é oração!’.
O calar seria o comedimento, o critério e a prudência antes de realizar qualquer coisa, sendo necessária a manutenção do silêncio mesmo depois de atingido o objetivo final. Porque muitas vezes em decorrência da grande euforia que marca o final ou conclusão de nosso projetos, nos esquecemos de estar sempre vigilantes. Após concluído o serviço, ás vezes por um pequeno detalhe, não muito bem pensado, acabamos perdendo tudo aquilo que já estava garantido, retornando ao estágio de trevas iniciais onde nossos planos ainda estavam sendo gerados em nosso inconsciente (a fase do arcano da Lua).
Feliz também é a associação deste arcano com a Arte da Alquimia, cujo objetivo sabemos que é a transmutação intencional de algo que não está bom ou já cumpriu a sua função, em algo maior, mais belo e perfeito á fim de que através destas constantes transmutações o Alquimista possa se aproximar cada vez mais de seu derradeiro objetivo, que é justamente o de encontrar a Pedra Filosofal e manufaturar o Elixir da Longa vida. Não entrando no mérito relativo a acreditarmos ou não na pedra Filosofal, que como já estudamos teria o poder de efetuar a transmutação de vis metais em ouro e no Elixir da Longa Vida, que após ingerido garantiria a vida eterna a quem o tomasse, analisemos a importância destes dois símbolos dentro do contexto do décimo nono arcano.
A pedra Filosofal, que garante após ser conseguida o poder da transmutação a nível de consciência interna, onde transformaríamos o nosso rebelde ego na mais pura Essência Divina apta, agora separada das suas impurezas, a evoluir cada vez mais em direção a Deus. Se o leitor for pesquisar um pouco a arte Alquímica, com certeza chegará a estudar uma certa fase em que fica claro o fato de que se quisermos transmutar chumbo em ouro, temos que separar ‘o denso’ do ‘sutil’. Para bom entendedor meia palavra basta, e separar o denso do sutil, nada mais é que nos libertar das falsas ilusões lunares á respeito da vida e de nós mesmos e caminhar com sutilidade em direção ao Sol, que também representa a Luz dos Mistérios, aos quais o mitológico Ícaro quis chegar muito depressa, tendo as suas asas de cera (ilusórias) derretidas, morrendo com a queda logo após ter-se aproximado da Grande Luz.
Quanto ao Elixir da Longa Vida dentro das narrativas mais conhecidas, sabemos que este elixir teria propriedades de cura para todas as doenças do corpo, da mente e da alma, sendo também portador da Eterna Juventude, fazendo com que quem o tomasse, por causa desta extraordinária virtude, jamais morresse, ficasse velho ou doente. Utilizando novamente a simbologia do Tarô para a interpretação deste importante ícone existente dentro da Alquimia, poderíamos dizer que, uma vez desvencilhados de nossas falsas ideias e concepções oriundas dos medos infantis que insistimos em manter arraigados a nosso ser desde a mais tenra idade, pois em nós foram incutidos por aqueles que nos geraram até o momento atual que estamos vivendo, realmente experimentamos uma ‘vida eterna’ onde compreendemos que a felicidade e abundância eternas são frutos de mentes bem orientadas e livres dos erros cometidos no passado. Todos os verdadeiros iniciados, têm a plena certeza de que a vida realmente é algo eterno, ainda mais depois que estes Iniciados passam pela experiência da viagem Astral, quando nos projetamos para fora de nós mesmos e nos vemos deitados na cama, ou sentados numa cadeira tal e qual estávamos antes de dar uma ‘escapadinha’ do nosso corpo físico.
Quando o ser se projeta para fora de seu corpo passa a compreender o fato de que na realidade ele é um ser dual, e que a vida não é unicamente baseada nas leis da física e no plano material. Neste ponto já está no momento da pessoa começar a buscar ‘algo’ ou ‘alguém’ que possa dar-lhe explicações mais cabíveis e lógicas diante daquilo que acaba de realizar, podendo até ser muitas viagens astrais provocadas de maneira inconsciente, sendo necessária a presença de alguém ou de alguma estrutura, que auxilie o ser humano a compreender este fator natural que ocorre com todos nós durante as noites, normalmente em nosso período de sono.
Para ir finalizando esta primeira parte relativa ao decimo nono arcano, faremos um breve comentário sobre a relação do sol com os mistérios das Antigas Escolas de Mistérios do Egito:
 Breve História sobre a Luz e os antigos  Mistérios.
É impossível falar dos Mistérios sem citar o Egito, que durante muito tempo foi um verdadeiro centro de estudos iniciáticos, que recebia buscadores da verdade vindos dos mais longínquos pontos do planeta para aprender com os Hierofantes egípcios os Arcanos da Vida e do Universo.
Uma das Escolas de Mistérios egípcia mais antiga de que se tem notícia é justamente a Escola Osiriana, onde estudava-se, através de verdadeiros Dramas Ritualísticos, a vida, morte e ressurreição do deus Osíris. Nesta escola somente aqueles que davam provas sinceras do desejo de conhecer os Arcanos eram admitidos entre os seus iniciados, passando antes de mais nada por uma série de provas e testes de natureza física e extra- física que tinha por objetivo testar até que ponto era forte a vontade do candidato á iniciação.
Normalmente os testes aos quais eram submetidos os candidatos relacionavam-se com os quatro elementos: terra, ar, água e fogo, que deviam ser subjulgados de alguma forma se o candidato quisesse ser aceito entre os já iniciados. Sendo assim, o profano passava por escuras cavernas. Atravessava corredores dos quais sem prévio aviso poderiam explodir chamas, e até mesmo em minutos poderiam ficar cheios de água. Ficava pendurado por duas argolas diante de um precipício balançando ao sabor de um forte vento, e assim por diante.
 Passadas essas baterias de provas físicas, o candidato era colocado em um sarcófago onde por processos místicos era mantido num grau de consciência especial. Ali realizava pela primeira vez a experiência da viagem astral, na qual adquiria consciência de que ele realmente era um ser dual, não sendo mais necessário o temor á morte, porque estando fora de seu corpo acabava compreendendo que na realidade ele não era unicamente aquele corpo físico e sim algo muito maior do que a carne, ossos, músculos, nervos e sangue que o limitava ao plano material. Após adquirida esta nova consciência o já agora Iniciado era cingido por uma roupa brilhante, que representava justamente Osíris ressuscitado do reino dos mortos e fazia com que fosse visto á partir de então como um Sol caminhando sobre a face da Terra.
A função deste homem, agora convertido em sol, era justamente a de espalhar a Luz da verdadeira razão por onde quer que ele passasse, á fim de que as pessoas inspiradas pelo seu exemplo de reto pensar, reto falar e reto agir, pudessem também despertar em seus corações o desejo de se converteram em Luz, para que todas juntas, depois de um tempo iluminadas por uma nova consciência á respeito da vida e principalmente á respeito de si mesmas, pudessem subjugar as trevas da ignorância, que já naqueles tempos corrompiam a raça humana.
Por este pequeno texto que acaba de ser colocado, podemos reparar diferenças gritantes entre os Iniciados de outrora e os ‘iniciados’ de hoje em dia, na maioria mais pseudo- iniciados em suas próprias vaidades e arrogâncias do que em qualquer qualquer outra coisa.
Misticismo, Esoterismo, Ocultismo, Ordens Iniciáticas e demais tópicos ligados a área espiritualista estão como o leitor já sabe muito em evidência nos tempos atuais em que vivemos. De um lado realmente temos pessoas que procuram levar o misticismo, ou seja, o estudo do elos naturais e universais que unem cada ser humano á causa Primeira de todas as coisas a sério, procurando através dos estudos constantes, disciplina e aplicação a maior aproximação com deus, seja lá que nome tenha este Ente Superior. No entanto, além dos buscadores sérios e verdadeiros que estão na Senda Espiritual, temos também infelizmente pessoas que buscam o misticismo pelos mais variados motivos, sendo todos eles despojados de um interesse real de evolução pessoal. Daí surgem seres que acreditam que a Busca espiritual serve para entreter suas mentes inquietas sempre em busca de curiosidades; outros para ostentarem ser ‘esotéricos’ e respeitados por quem os rodeia; outros com o objetivo de conquistas e vitórias como se cada grau que galgassem dentro de uma ordem fosse um troféu a ser conquistado para depois ser exibido nas prateleiras de suas casas e ainda os que buscam a espiritualidade para fazer dela unicamente mais um meio de se ganhar um bom dinheiro para auxiliar na renda familiar. Quanto a este último, motivo relacionado ao fato de trabalhar com o misticismo, não que não se possa fazer isso; uma vez que a pessoa tenha vocação para a área ela não só pode como DEVE trabalhar com o misticismo. Desde que este trabalho seja feito de forma decente, integra, honesta e moral, pois o trabalho místico executado desta maneira passa a ser um que este tipo de trabalho seja respeitado. Se isso ainda não ocorreu neste país é graças á ‘Burocracia’ e idiotas preconceitos de uns intelectuaizinhos pés-de-chinelo, que pensam que são alguma coisa..
Voltando agora aos motivos que levam uma pessoa a buscar a espiritualidade, a grande verdade é que são muito poucos os Buscadores que realizam a Senda com o objetivo de auto- aprimoramento, para depois poder aprimorar também a sociedade que os rodeia. Infelizmente no meio da busca se o individuo não possuir a força da vontade suficiente e a seriedade para levar a bom término o caminho que jamais termina... ele será mais um entre os numerosos indivíduos que iniciam a Senda Espiritualista, mas devido a falta de seriedade e constância, jamais chegam a lugar algum, podendo mesmo nem ser iniciado dentro da Ordem, uma vez que alguns grupos apenas aceitam os candidatos á iniciação depois de algum tempo de análise rigorosa dos mesmos.
Finalizando, gostaria de dizer que o verdadeiro Iniciado nada mais é do que Osíris renascido, Hiram Abif que triunfou sobre a morte, ou, Jesus ‘O Cristo’ que venceu a Cruz, citando apenas alguns exemplos de verdadeiros Iniciados, pois se fôssemos citar todos necessária seria uma enciclopédia inteira e ainda muitos ficariam de fora, pois desde os primórdios até os dias atuais a despeito do que pensem os profanos, ou seja, os não iniciados nos Mistérios, muitos são aqueles que decidiram se tornar Sóis e assim o fizeram libertando-se do ego castrador, morrendo em vida para si mesmos, e renascendo tal e qual radiante Sol de sabedoria, força, poder, beleza e amor. 
Os símbolos que compõem o arcano do Sol
O sol que paira sorridente e expansivo sobre o jovem casal tem inúmeros significados tal a sua importância a nível simbólico desde os tempos antigos até os nossos dias atuais. Falemos um pouco agora sobre as mais variadas facetas do astro-Rei:
O Sol Astronômico (algumas informações):
- o sol do nosso sistema solar é tido como uma estrela de quinta- grandeza.
-possui um corpo gasoso com um núcleo sujeito a tremendas pressões e temperaturas elevadas (um milhão de graus aproximadamente).
-a sua energia é recriada constantemente por reações termo- nucleares, onde a radiação se dá átomo a átomo.
-está distante da Terra 150 milhões de quilômetros, sendo necessários oito minutos e dezenove segundos aproximadamente para que a sua luz atinja o nosso planeta.
-dentro do Sol caberiam 1.300.00O planetas Terra.
-apesar de ser considerado uma estrela fixa o sol se desloca vagarosamente em direção á constelação de Libra 400 quilômetros por hora.
- o calor solar derreteria um bloco de ferro do tamanho da Terra em menos de três horas.
- a terra leva 365 dias para girar em torno do sol. Astrologicamente falando, é o sol que faz este percurso.
O Sol Mitológico (algumas informações):
- dentro de qualquer religião, Ordem iniciática, ou filosofia de vida séria, O Sol é o deus mais importante de todos.
- para os Teósofos o nosso Sol seria o próprio reflexo daquilo que eles chamariam de Sol Oculto ou Grande Sol Central, que seria o Deus Primordial de onde emanou todo o Universo.
-para os Egípcios o Sol era conhecido pelos nomes de Aton ou Rá. A sua representação hieroglífica era o disco Solar que representava o primeiro conceito impessoal da divindade, introduzindo assim naqueles tempos politeístas uma religião monoteísta que seria arduamente defendida pelo Faraó Akenaton.
- os Persas o reverenciavam pelo nome de Mitra.
- para os Indus ele era conhecido pelo nome de Brahma.
- os Fenícios o chamavam de Adonai.
- os Gregos no inicio chamaram o Sol de Hélios e mais tarde o chamariam de Apolo.
-os Astecas prestavam culto ao deus-Sol conhecido pelo nome de Quetzalcoalt.
- na Maçonaria, Ordem Hermética mui respeitada e venerável, temos a expressão ‘Sol-om-on’ que significa: ‘A Expressão da Luz’. É interessante saber que em alguns textos os Maçons são tratados como sendo os ‘Filhos da Luz’. E realmente os verdadeiros Maçons por esta denominação podem assim ser considerados...
-esotericamente falando o Sol seria o Centro Espiritual de onde flui a Luz e a vida do Logos. É a consciência Universal, a fonte e a meta do tudo quanto se refere a alma.
- do sol provém o Prana ou Força Vital que nutre o nosso corpo etérico e consequentemente o nosso corpo físico, sendo esta energia captada pelos nossos chakras e depois fluindo por canais conhecidos pelo nome de Nadis.
-segundo a astrologia, quando o sol passa todos os anos de nossas vidas pelo grau em que se encontra no mapa natal, ele renova as nossas forças vitais. Quando passa pelo grau do ascendente ele renova nossas condições físicas e também as condições relativas ao nosso ambiente.
- os antigos Alquimistas da Idade Média tinham como um dos símbolos do Sol uma pedra negra conhecida pelos nomes de Elagábala ou Héliogábala. Aos discípulos de Hermes antes da obtenção do Elixir da Longa vida era sugerido que buscassem Elagábala ou A pedra Filosofal, pois esta constituía o verdadeiro sal dos filósofos, era indispensável para a obtenção do AZOTH que era o verdadeiro agente hermético responsável por todas as formas de transmutação e muito mais...
A pedra Filosofal era negra e possuía uma forma razoável, mas não perfeitamente cúbica. Sua negritude simbolizava as impurezas e imperfeições que deveriam ser polidas e lapidadas á fim de que se pudesse atingir o diamante hermético em seu interior. Após isso ocorrer, aquele que a possuísse se tornaria o senhor de todas as transmutações, podendo alterar a matéria de acordo com a sua vontade.
Felizmente este ‘mito’ de transformar pedras brutas em pedras polidas das quais emana uma Luz de brilho sem igual, constituindo estas pedras quando lapidadas um Verdadeiro Sol, continua existindo até os dias de hoje dentro das Escolas Herméticas realmente sérias e respeitáveis, como por exemplo a Maçonaria e a Ordem Rosacruz Amorc. Elagábala é algo real e não unicamente simbólico, mas apenas a encontra o homem bruto ainda não lapidado, porém livre e de bons costumes, que humildemente decide morrer para si mesmo e renascer para no futuro tornar-se polido e radiante como um Sol, podendo efetivar em sua vida mudanças para melhor, porque em algum momento decidiu buscar apenas o melhor dentro de si mesmo tendo se tornado com o passar do tempo unicamente isso: ‘O Melhor do Melhor.’
- da Grécia provém um mito solar muito bonito que é justamente o mito de Hélios:
‘Quando a aurora surgia de madrugada no Horizonte em sua carruagem dourada puxada por quatro fogosos cavalos brancos que soltavam fogo pelas narinas, Hélios saía do Oriente e subia até o ponto mais alto do céu ao meio-dia espalhando luz, vida e calor a todos os homens. Após isso ocorrer ele direcionava a sua carruagem rumo ao Ocidente, onde mergulharia no oceano ou descansava atrás das montanhas para no dia seguinte começar tudo de novo, num interminável processo de manutenção da Luz’.
Retornando ao contexto do Tarô, poderíamos dizer que este Sol brilhante que ilumina todo o arcano plenamente, seria a vitória da luz, da verdadeira consciência, sobre as trevas da ignorância. Claridade, consciência e discernimento elevados são as dádivas do sol neste arcano que leva o seu nome. Não existe nenhum elemento ameaçador nesta lâmina. Com a sua irradiante presença é possível atingir qualquer meta e dispomos de infinitos potenciais criativos quando sabemos compreender e utilizar as dádivas de tão benéfica fase. Com o Sol as trevas foram afastadas e a Verdade veia á tona, não havendo mais espaço nesta fase iluminada de nossas vidas para meias-verdades, falsidades, traições e coisas do tipo, principalmente aquelas que direcionamos constantemente contra nós mesmos. Vivemos um momento de franqueza. Um momento limpo e transparente onde conhecemos a nós mesmos a nível de potencialidades internas, ou estamos próximos disso e, passamos também a conhecer melhor os outros ao nosso redor. São aqueles ciclos em nossa vida onde ‘luminosamente’ tudo acaba dando certo e realmente compreendemos e praticamos a expressão: ‘Estar de bem com a vida’.
O jovem casal de mãos dadas que caminha despreocupadamente iluminado pela benéfica luz solar representa a inocência e pureza típica de todas as crianças, e de alguns adolescentes que ainda não se permitiram corromper totalmente pelas neuroses e paranoias da vida madura e adulterada. Representam a felicidade que a simplicidade da vida e a moderação dos desejos prometem, pois para ser feliz o Homem precisa unicamente ser franco, verdadeiro e honesto consigo mesmo, no tocante ao que lhe traria uma real e permanente felicidade. Quando pergunta profundamente para a verdadeira consciência o que constitui a verdadeira felicidade, descobre que basta ter força de vontade para correr atrás do que pretende pois se assim o fizer todo o restante do Universo conspirará para o seu sucesso e nada o impedirá de alcança- lá.
Dentro de um contexto mais hermético, este jovem casal representa a eterna Lei das Dualidades onde os opostos caminham juntos, mas se mantém constantemente separados, cada qual mantendo e preservando as suas características individuais, pois nisto repousa o equilíbrio de todo o Universo. Poderíamos chamar este casal de adolescentes de Yin/Yang, símbolo do primordial e principal Taoismo que representa a eterna mutação presente em toda a vida. Ou então reconheceremos estes jovens como sendo o símbolo da perfeita união sexual dentro de um ritual Tântrico, onde se visa não apenas o prazer físico, pois este tipo de prazer qualquer animal pode ter. No Tantra, através da Sexualidade Sagrada se abraça no momento do êxtase todo o Universo chegando-se ao ápice do orgasmo e morrendo para o prazer de fórum material atinge-se um estágio de comunhão com o Cósmico, com a natureza e com o todo. A Luz que vem do alto percorre vertiginosamente os corpos entrelaçados do jovem casal, que é elevado ás alturas abissais do infinito completando finalmente o processo de Religare, onde compreende-se tudo e o que está além disso...
Dentro de um contexto Maçônico os dois adolescentes representariam as duas colunas que ficavam á frente do Templo de Salomão a saber, J:.e B:. Estas colunas representam respectivamente as virtudes da beleza e da força, nunca se fundindo, pois se isto ocorresse, um grande desastre se daria uma vez que suas polaridades são por demais opostas para que elas possam ser integradas sem um agente conciliador no meio. Mas o que seria este agente conciliador? Este agente conciliador dentro de um templo Maçônico é justamente o Mestre Maçom que se posta entre colunas equilibrando em si mesmo o Rigor e a Misericórdia, e tendo acima de si na Abóboda Celeste o Sol, ou Sol-om-on ‘A expressão da Luz’, a brilhar, incidindo seus benéficos raios da Verdadeira verdade sobre o seu corpo e fazendo dele um filho da Luz pronto para manifestar na sociedade profana as grandes virtudes que apreendeu um fórum iniciático junto com seus irmãos, para que através desta luminosa manifestação de virtudes no mundo profano possa tornar feliz a Humanidade.
Atrás dos jovens encontra-se um muro que representa uma espécie de limite. Este limite pode ser encarado como uma forma de proteção isolando o casal de tudo aquilo que não represente a Verdadeira Luz. Também pode ser visto dentro de um contexto mais esotérico como uma barreira que necessita ser transposta com cuidado e prudência, pois a Luz do Grandes Mistérios jamais pode ser contemplada de uma hora para outra, sendo necessários anos de preparação e estudo a fim de que não corramos o risco de ter distúrbios mentais, muito comuns aos imprudentes e arrogantes que se põem a caminhar rápida e precipitadamente pela via-iniciática. Lembremos sempre, como já foi citado, da história de Ícaro que buscava atingir o Sol e para isso construiu falsas e ilusórias asas de cera alçando vôo com as mesmas. Chegando rápida e imprudentemente próximo ao Astro-Rei. Ele podia apenas ter ficado contemplando-o á distancia, mas não. Ícaro ansiava por mais Luz e não teve critério nem a devida prudência para aproximar-se dela esquecendo totalmente, ofuscado pela beleza do brilho de Hélios, que suas asas eram de cera. Estas começaram a derreter e Ícaro da mesma maneira que havia subido rapidamente ás alturas solares começou a cair vertiginosamente espatifando-se no chão e morrendo sem jamais ter conseguido fundir-se á Luz que tanto almejava. Fica aí o meu aviso aos imprudentes no que diz respeito ao estudo dos mistérios realizado sem o devido critério...
 
Significado do 19° Arcano- O Sol
Falemos agora sobre o décimo nono arcano intitulado como o Sol, verdadeira expressão de Luz a adentrar a vida do Cliente quando retirado em uma consulta, iluminado com seus benéficos raios o consulente tanto a nível interior, quanto exterior.
Apenas compreendamos seu magnifico simbolismo, que nos fala que a felicidade é possível aqui e agora, mesmo porque tudo que impedia a sua manifestação em nossas vidas no passado já foi deixado para trás e a única verdade do presente momento é o infinito poder de realização que nos traz tão benéfica lâmina.
O casal jovem de mãos dadas em primeiro plano representa a ideia de perfeita união. União do nosso eu interior com nosso eu externo. Uma união dos nossos sete corpos a saber: o corpo físico, o duplo etérico, o corpo mental concreto, o corpo emocional, o corpo mental abstrato, a intuição e a nossa Divina e poderosa Presença de Deus em Nós ‘O Eu Sou’, trabalhando todos estes corpos que constituem na realidade um só corpo, para a nossa felicidade e Iluminação.
A união perfeita entre o casal agora é possível, pois não existem mais os apegos, ciúmes e possessividades muitos comuns em relação dúbias onde os envolvidos não se sentem seguros nem com relação a eles mesmos, quanto mais em relação aos outros. Com o Sol numa consulta, apreendemos a ser francos, honestos e verdadeiros não aceitando mais aqueles que vivem num mundo de meias-verdades. Aceitamos, convivemos e interagimos com as pessoas ao nosso redor de acordo com aquilo que elas verdadeiramente são, pois reconhecemos ao contemplá-las unicamente a Luz e Perfeição, livres de nossos tolos preconceitos infantis, da mesma maneira que temos força moral para exigir que elas nos enxerguem e queiram se relacionar conosco do mesmo modo franco e aberto.
Existem no mundo e em todas as sociedade aquelas já conhecidas e velhas pessoas que se preocupam muito com a Sinceridade que nos faz francamente dizer o que achamos dos outros e relacionarmos- nos com mais decência, tanto com o próximo, quanto para com nós mesmos. Para estas pessoas jamais se deve expressar abertamente e na cara o que sentimos quando estamos descontentes com algo, porque podemos ‘melindrar’ o ser ou situação que nos gera um estado insatisfatório em relação a alguma faceta de nossas vidas e isto não é aceitável, segundo as falsas e hipócritas conveniências de nossa sociedade atual. Felizmente, com o arcano do Sol isto acaba, porque o que vale á partir de agora se quisermos realmente atingir a Luz e Realização em nossas vidas, é a verdade como citada em célebre frase: ‘Conhecei a verdade e ela vos libertará’. Até é aceitável para não melindrar os mais sensíveis (ou frescos mesmo...) que usemos palavra mais ‘dedicadas’, mas de forma alguma o que pensamos em relação ás pessoas, e principalmente em relação a nós mesmos deveria deixar de vir á tona, porque a Evolução real deste mundo não se dará em meio a hipocrisias, mentiras e paninhos quentes jogados por sujas mãozinhas de um lado para o outro sempre que a franqueza quer imperar.
Lealdade, real amizade desprovida de interesses, verdade, moral elevada, felicidade e forte companheirismo estão simbolizados por este jovem casal em perfeita união. A verdadeira comunhão desde o sentido mais físico e frugal, até o sentido mais Cósmico e elevado da palavra estão á disposição do cliente á partir de agora, desde que ele decida abraçar a verdade e iluminar-se pelo melhor dentro de si mesmo, fazendo também refletir este brilho nos que estão ao seu redor e também aceitando as luzes que estendem-se dos outros em sua direção. Nada mais é requerido para que se possa compreender o que este casal representa, a não ser o que foi citado neste ultimo parágrafo.
Estaria mentindo se dissesse que não temo algo com relação a este arcano, e talvez o meu maior e único temor com relação  esta lâmina advenha de um fato muito engraçado..
As pessoas já estão tão acostumadas em seu dia-a-dia a só tomar bordoadas umas atrás das outras que quando manifesta-se em suas vidas uma situação tão plena, feliz, radiante e abundante como a que é representada pelo arcano Sol, tenho medo de que elas achem isso muito bom para ser verdade e desconfiadas da esmola em excesso, deixem de aproveitar esta tremenda força que constitui um verdadeiro prêmio por méritos do Cósmico para quem a contacta, fugindo assim mais uma vez a chance delas atingirem o sucesso se não em todas, pelo menos em algumas áreas de suas vidas.
Durante tantos anos e ás vezes até mesmo no decorrer de uma existência inteira vive-se acreditando que a vida é difícil e que temos sempre que obter as coisas da maneira mais sofrida e sempre a duras penas. Quando se manifesta algo bom em nossas vidas como o Sol, isso para sempre a ser tratado como sendo algo muito bom para ‘os outros’ e nunca é possível o milagre ocorrer em nossas vidas, porque insistimos em manter em nossas cabeças a ideia de que temos que ser sempre pobre-coitados e ter na vida unicamente momentos de alegria, nunca podendo a felicidade ser uma constante em nosso dia-a-dia.
Felizmente todas estas ideias citadas acima constituem grandes mentiras criadas pelo nosso próprio ego que adora uma auto- piedade e por ‘aqueles’ que não visam nossa evolução temendo que quando começarmos a pensar demais por nós mesmos, nos tornemos muito perigosos, pois afinal de contas ‘eles’ não terão mais como repousar suas botas em cima de nossas cabeças agora pensantes, como fizeram ao longo de todos estes infindáveis séculos em que foi uma grande diversão suja e nojenta nos manter em total obscuridade e ignorância, enquanto ‘eles’ viviam na superfície e no controle das situações, dizendo sempre com que roupa tínhamos que sair, que refrigerante tínhamos que beber e até mesmo em que Deus tínhamos que acreditar. Com a chegada do Sol se realmente nos devotamos ao autoconhecimento, que seria o começar a descobrir a verdade, primeiro dentro de nós mesmos, e depois por detrás dos altos muros ilusórios construídos propositadamente para nos manter fora da verdadeira Sociedade, começamos a nos libertar daquilo que querem nos impor e a pensar por nós mesmos. A partir daí deixamos de ser os dóceis carneirinhos tão habilmente manipulados por tanto tempo e passamos a ser lobos nem bons e muito menos maus, mas unicamente JUSTOS, principalmente para conosco, que também querem experimentar o bom gosto de uma carne bem vermelhinha de vez em quando, só para variar. Aprendemos a dizer não e somos chamados de malcriados pelos mesmos que nos adoravam quando dizíamos sim a tudo o que eles queriam, mas fazer o que né, gente? A vida não se baseia unicamente em baixar as cabeças para tudo e para todos a toda hora, e muito menos em nunca querer colaborar com coisa alguma nem com ninguém, mas sim no perfeito equilíbrio entre o discordar e o concordar, entre o aceitar e o renegar, pois nisto repousa o equilíbrio de todo o Universo e a Paz entre os homens.
Antes de concluir com as ideias relativas ao parágrafo acima gostaria de pedir principalmente aos jovens que não as confundissem com uma rebeldia estúpida e injustificada.
Existe o rebelde sem causa e sem motivos. Aquele tipo de rebelde que adoro rótulos ridículos que normalmente terminam em ‘ista’... Mas por outro lado existem os Rebeldes Conscientes para os quais a verdadeira luta ou revolução antes de ser externa, necessita ser interna, pois caso contrário de nada adiantarão as mudanças defendidas tão entusiasticamente enquanto não se mudar a Consciência do homem, pois a nível de sociedade é nele que tudo começa.
O jovem que desejar se tornar Sol desde a mais tenra idade, deve se converter num Rebelde consciente e que a sua rebeldia seja sempre baseada na maior de todas as forças que é o amor. Deve como um verdadeiro Mestre de si mesmo procurar evitar a todo custo destruir algo que não possa substituir por alguma coisa mais justa, bela e perfeita para seu beneficio e para o beneficio de todos que o rodeiam. Como um sábio, apesar de sua pouca idade sentará com os velhos para ouvir seus sábios conselhos, pois Sábio é quem sabe ouvir e trata a todos os de cabelos brancos com extremada doçura e carinho, pois por longos anos o amargor da sociedade estes respeitáveis anciães já provaram, não sendo mais necessário agora em suas vidas algo que não seja muito doce para alegrar os seus corações. E por fim este jovem rebelde consciente; este Sábio que de toda a sociedade ao seu redor poderá até mesmo se tornar um dia o confidente, lembrará de jamais ser um rebelde anarquista, fachista, nazista ou comunista, pois terá compreendido que o melhor antes de mais nada é ser individualista, e mesmo que faça parte de algum grupo, nunca perderá a sua individualidade nem anulará jamais a sua vontade sem um bom motivo para fazê-lo. Finalizando meu bate-papo com os jovens e dirigindo-me agora a todas as ‘crianças’ (os escolhidos..), principalmente aquelas mais místicas investidas por uma capa negra por fora e vermelha por dentro tendo uma Coroa-Brasão do lado esquerdo do peito, eu gostaria de citar um trecho de uma música de Raul Seixas intitulada ‘Água Viva’ onde, baseado nas ideias de um grande homem que fazia MÁGIKAS conhecido pelo nome de Aleister Crowley, Rauzito explica o verdadeiro sentido do individualismo. O trecho ficou meio alternativo e estranho porque é uma pequena parte introdutória de uma música de Raul Seixas composta em conjunto com Paulo Coelho, baseada em Aleister Crowley e San Juan de la Cruz com alguns comentários meus... mas acho que aqueles que continuam se encontrando com Jaques de Molay todos os sábados á tarde, e aqueles jovens que ainda não voltaram  ser crianças mas que estão na ‘Senda’ vão me entender:
‘Cada homem e cada mulher é uma Estrela (o Sol também é uma estrela assim como também o é o Pentagrama...) que gira em torno de si numa espécie de individualismo, mas um individualismo num bom sentido. Um individualismo... Cósmico... Huuummm!!! Eu não gosto dessa palavra Cósmico, por que palavras (enquanto rótulos imbecis...) não definem nada...’
Raul Seixas – ‘Água Viva’ Cd: Se o Rádio não toca (ao vivo).
Voltando depois desta minha leve ‘viajada’ a comentar o décimo nono arcano, gostaria de falar um pouco sobre o muro que se encontra atrás dos jovens, pois muros são símbolos importantes que nos lembram dos limites que temos que ter a fim de que possamos conviver decentemente em sociedade.
Já ficou bem claro que o que se almeja e de certa maneira já começa a fazer parte de nossa existência com a presença deste arcano, é o infinito potencial de realização em nossa vida. Sucesso, status e os mais variados tipos de poder, desde o mais material até o mais espiritual, são possíveis de se obter agora sob os raios do Sol. A fase de vida é boa, alegre e brilhante para que ela continue assim por muito tempo, basta observar os limites e ter bom senso com relação a tudo o que fazemos. Mas que limites são esses a serem observados?
Seriam os limites impostos a nós por alguma legislação, código penal ou coisa do tipo? Ou os limites que nos são colocados pelas regiões dentro do esquema ‘faça isso, faça aquilo?’ Que limites são esses para que não caiamos em desgraça com relação á Luz?
São os limites que nos são impostos por nossa própria consciência, pois tendo o livre arbítrio que nos foi concedido por Deus para que agíssemos livremente segundo a nossa vontade. Também o dom da responsabilidade nos foi dado, e sabemos muito bem quando estamos no limite com relação a alguma situação ou com relação a nós mesmos.
Algumas pessoas podem associar esta história de muros e limites a castrações que podemos sofrer ‘injustamente’ da vida ou da sociedade, mas é bom lembrar a estas pessoas o fato já concreto de que não há nada que possa nos limitar, a não ser nós mesmos. Uma vez que para a satisfação de nossas vontades, desejos e benefícios, estrapolamos os limites do bom senso e com isso prejudicamos o progresso e natural andamento de coisas e pessoas ao nosso redor, somos limitados e castrados pelas justas Leis Cósmicas que agirão através da nossa consciência cerceando-nos um pouco, a fim de que devido a falta de respeito para conosco, para com o outro, para com a natureza e para com o Universo, não entremos dentro de pouco tempo num duro e penoso processo de auto destruição. Por outro lado, aquele que conhece os seus limites, e isso só é possível através do Autoconhecimento, conhece também os limites do outro e compreende as justas Leis de Causa e Efeito, jamais sendo cerceado ou limitado por coisa alguma, podendo avançar com plena segurança em direção ao seu bom sucesso, pois o Cosmos reconhece e vê neste tipo de pessoa mais uma Aliada a favor da manifestação da harmonia e do equilíbrio neste planeta e no Universo, concedendo o mesmo, a Felicidade Suprema a este verdadeiro Guerreiro da Luz, que sabe o momento certo para desembainhar a sua espada, sabendo exatamente a intensidade com que tem que lutar e também o quando terá que embainhá-la novamente, substituindo-a por flores que ele generosamente espalhará pelos caminhos por onde passou a fim de que pudesse chegar objetivo.
Finalizando, gostaria de dizer que com a manifestação deste arcano em uma consulta, o impossível torna-se plenamente possível em nossas vidas, ainda mais quando trabalhamos seriamente com o clarear de nossas consciências, buscando assim o Autoconhecimento.
Nada mais nos assusta e perdemos totalmente a noção de receios, medos culpas ou temores infantis substituindo-os pelo respeito consciente com relação as coisas da vida e a nós mesmos. A única coisa infantil que é mantida em nosso seres é a pureza da nossa criança Interior, docemente iluminada e acalentada pela Luz que vem do Alto, oriunda de nossa consciência Real que sempre nos lembrará, mesmo nos momentos de maiores trevas em nossas vidas o fato de que viemos da Luz, vivemos e somos plenamente a Luz e a Ela retornaremos, sendo assim qualquer tipo de desespero ou desânimo em nossa existência terrível ilusão egóica totalmente desarrazoada e sem sentido, pois não existe trevoso desespero suficientemente grande que o Sol Interno de cada um não possa iluminar e muito menos desanimadores desânimos que a força do Amor não possa novamente reavivar e animar.
O Caminho na árvore da vida (cabala).
 REFERÊNCIA DE ESTUDO:
__________________________________ Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
IMAGENS E DECKS (fotos) TAROT NAMUR MARSELHA RADIANT RIDER WAITE BARBARA WALKER TAROT DALI TAROT THOTH CROWLEY TAROT ANCIENT ITALIAN

domingo, 7 de agosto de 2011

Apocalipse / O Julgamento / arcano 20

O momento do Julgamento final.
O fim de tudo, tanto daquilo que simboliza o bem, quanto daquilo que representa o mal.


 
Iluminados pelo Sol fomos e, parecia-nos que não mais haveriam provas ou qualquer outro tipo de teste, pois o arcano passado nitidamente nos dava a impressão de que para sempre estaríamos envoltos em Luz, virando a nossa vida um grande momento de inércia e felicidade total. Felizmente, o universo não é assim...
Uma das coisas mais significativas que podemos sugerir ao cliente com a saída do sol, é justamente que ele busque uma melhor autoconscientização a respeito de si mesmo, uma vez que sem a mesma, a sua evolução em direção a Luz será impossível.
Agora, pensemos bem.
Qualquer pessoa que começar a trilhar este caminho em direção a si mesma, será que depois de algum tempo não se submeterá a algum tipo de julgamento, nem que seja em relação a vida que ela levava e a que começou a levar, após ter decidido melhor se autoconhecer? Não terá esta pessoa já iluminada pelo sol por ter decidido realizar novamente o seu Religare com o Deus do seu coração e da sua compreensão, que passar por testes a fim de que verdadeiramente se verifique até que ponto realmente a sua consciência se tornou iluminada? E quem já iluminado e confiante o bastante em si mesmo, não se submeteria de bom grado a um julgamento final a fim de que fossem desbastadas eventuais impurezas que perdurassem em persistir arraigadas no âmago de seu ser?
Todas as perguntas citadas no parágrafo acima são concernentes ao arcano do julgamento, onde se dá uma espécie de Ressurreição com os nossos seres, uma vez que uma consciência que tornou-se Sol e triunfou da morte em vida, agora passa pelo processo de julgamento efetivado por  ela mesma no sentido de melhor se colocar perante si, perante os homens, a natureza e todo universo.
Na história, muitos são os julgamentos tanto reais como simbólicos pelos quais passaram os heróis, mártires, santos, grupos iluminados e até mesmo demônios, a fim de que pudessem prosseguir em suas vidas após o Julgamento Final, em direção ás graças dos mais infinitos céus, mas também por vezes despencando rumo aos mais abismais infernos. Como já é de costume e, o leitor já deve ter notado isso em outras partes do livro. Irei agora citar alguns dos mais célebres julgamentos que ocorreram na história de maneira rápida, apenas para constá-los neste livro.


Se farei isso de maneira rápida e breve como já colocado, é porque pretendo não me aprofundar muito nas questões que cito e levanto as vezes para fazer com que o leitor vá pesquisar e buscar melhor compreender estas questões que foram tratadas de maneira rápida. Porque através da busca por respostas é que começara a se dar o crescimento do ser- por ele mesmo- uma vez que a sua consciência e maneira de ver o mundo, naturalmente pelo ato de buscar, irão se expandir. Sendo assim, citemos agora alguns clássicos e famosos julgamento históricos, a fim de que, através do julgamento do leitor em relação a estes julgamentos, ele possa também melhor se auto- analisar com base no que pesquisou, para que através disso, quando tirada a lâmina do Julgamento em uma consulta, ou mesmo sem tirá-la passando por situação similar em sua vida, ele possa melhor compreendê-la e vivenciá-la em seu dia-a-dia. Vamos aos Julgamentos:

- Da Bíblia (I Reis 3,16-28) nos vem a história do sábio Rei Salomão, quando duas mulheres se apresentam perante ele, alegando serem as mães de uma mesma criança. Como nenhuma delas decide ceder a maternidade á outra, Salomão precisa julgar a quem será destinada a criança, para isso recorrendo á sua sabedoria, que foi de tudo que Deus podia ter-lhe dado, o único Dom que ele escolheu. Para saber como termina esta história sugiro que o leitor pare a leitura deste livro agora e vá em busca de uma Bíblia, pois vale a pena meditar sobre esta passagem.

- O julgamento de Lady Guenevere, esposa do Grande Rei Arthur, acusada de trair o Rei com seu amigo e Cavaleiro da Távola Redonda, Sir Lancelot. Para maiores detalhes assista o filme EXCALIBUR, ou leia o livro ‘A Morte de Arthur’.

- o Julgamento do Grão-Mestre da ordem dos templários, Jaques de Molay, juntamente com toda a ordem templária lá pelos anos de 1307 a 1314, acusados de traição contra o Rei da França e de heresia contra a Igreja Católica que haviam defendido durante toda a existência da Ordem. Quanto a este julgamento, seria interessante que o leitor pudesse conhecer toda a história Templária, desde a fundação da Ordem, até o Julgamento de Jaques De Molay, para que pudesse ver como ás vezes a Justiça humana acaba servindo a vis, nojentos e mesquinhos interesses.

- os critérios utilizados por Anúbis, deus egípcio da Justiça, para julgar os que desencarnavam do plano físico e de acordo com seus méritos, os lugares para onde seriam levados após a morte.

- a história de Atenas (veja arcano VIII), deusa grega da Justiça, que vale a pena ser pesquisada pois quando lemos a respeito de uma divindade grega, acabamos nos apaixonando pela Grécia Mítica e querendo conhecer todo o restante do vasto panteão de deuses daquela civilização.
- os loucos, insanos e nojentos tribunais da santa Inquisição, que constituem uma das páginas mais vergonhosas da nossa história.

- o julgamento das Bruxas de Salem, cujos processos tiveram inicio no ano de 1691 contando este julgamento hoje em dia até com uma versão para o cinema, cujo titulo para ser procurado nas locadoras é, ‘As Bruxas de Salem’.
- a magnífica história e julgamento de Joana D’Arc.
- o episódio da história do Brasil que trata do julgamento de Joaquim da Silva Xavier, o ‘Tiradentes’, e as consequências deste julgamento no decorrer dos tempos, que culminariam com a independência do nosso País. O leitor que quiser se aprofundar quanto a este episódio de nossa história, deve também se possível procurar tentar entrar em contato com um membro da Maçonaria sério e estudioso que poderá orientá-lo em sua pesquisa, uma vez que esta Augusta e Mui Venerável Ordem escreveu grande parte do passado de nossa Nação e continua escrevendo o presente, numa batalha incessante para melhorias no futuro, visando tornar cada vez mais feliz a humanidade.

Além destes julgamentos que foram citados, muitos e incontáveis outros o poderiam ser, mas isto requereria uma vasta enciclopédia o que não é o objetivo deste humilde livro que está em vossas mãos. Como já foi dito antes, seria interessante que o leitor procurasse analisar estes julgamentos tanto simbólicos quanto reais do passado para que após isso, meditando, pudesse tentar compreender a sua relação com o presente momento da humanidade, e até a relação mais intima destes julgamentos consigo mesmo.

Antes de adentrarmos ao fórum simbólico deste arcano há ainda um célebre Julgamento que merece ser citado, que é justamente o Julgamento de Nosso senhor Jesus ‘o Cristo’, por Pilatos.

O que sabemos a respeito deste julgamento segundo a narrativa ortodoxa é que o Grande Mestre Ascensionado Jesus o Cristo, foi levado a julgamento por de certa maneira incitar uma espécie de rebelião e ferir seriamente as leis de Roma.

Foi levado diante do povo hebreu juntamente com outros prisioneiro de nome Barrabás para que o próprio povo fizesse uma espécie de escolha, uma vez que Pilatos havia lavado as mãos com relação ao caso e resolveu conceder á população sob o seu julgo a oportunidade de decidir quem seria salvo e quem deveria ser conduzido á crucificação, penalidade aplicada na época contra aqueles que voltavam-se contra Roma.

Evidentemente, existem nesta história muitas coisas das quais as pessoas que se contentam apenas com a versão comum, corrente e superficial sejam judeus, cristãos ou seja lá quem for, jamais terão acesso, a não ser que busquem avidamente por respostas, pois como já foi dito existem muito mais coisas a respeito deste julgamento do que podemos imaginar, e alguns dos fatos que até agora tem sido encobertos, são no mínimo aterradores. Deixando estes ‘fatos’ para os reais buscadores e para aqueles que tem estômago forte, voltando agora ao episódio da crucificação, existe algo muito interessante para ser dito sobre esta passagem.

Como sabemos o povo escolheu a Barrabás e não a Cristo, condenando-o a Cruz e é justamente nesta escolha que se encontra um doa maiores pontos de reflexão desta historia, uma vez que na realidade além de Cristo, Barrabás ou mesmo o próprio Pilatos, havia algo também muito importante que estaria em julgamento após a escolha que seria feita e, este algo era a própria humanidade. Uma humanidade totalmente desprovida de sensibilidade e de um alto grau de consciência, que na hora de tomar uma decisão crucial para o destino do mundo devido a seu total despreparo e falta de tato para compreender os ‘sinais’, acabou renegando mais uma vez a oportunidade do retorno á tão almejada Idade ou Era do Ouro. O mais estarrecedor de tudo isso é sabermos que NÓS compúnhamos também a humanidade naquela época e portanto se ainda não atingimos um estágio maior e melhor a nível evolutivo é por nossa própria culpa, evidentemente existindo hoje em dia raras exceções de pessoas que já decidiram começar a evoluir suas consciências, para não errar de novo na hora da ‘escolha e julgar’.

Se Cristo retornasse á terra hoje, do jeito que as coisas estão e se assim o estão é por nossa própria culpa e responsabilidade, não adiantando ninguém querer tirar o corpo fora, certamente ele seria julgado e novamente crucificado, devido a nossa falta de preparo em relação a adestrarmos nossas consciências para reconhece-lo. E quando se fala em adestrar a consciência, evidentemente não estamos nos referindo a esta ridícula modinha intitulada pelo rótulo de Nova Era, onde algumas pessoas ilusoriamente pensam que estão evoluindo as suas consciências apenas porque decidiram virar místicas de uma hora para outra e saíram por ai tomando suquinhos de gnomos, consultando e escrevendo livros sobre Anjos (assunto pelo qual eu tenho a maior fé e respeitabilidade) com tabelas totalmente erradas e metendo-se a fazer cursinhos de ‘Magias’ nos seus enfadonhos finais-de-semana para nas segundas-feiras, sempre iguais diga-se de passagem, terem algo mais para comentarem com os amigos, ostentando em suas testas um falso rótulo de esotéricos de fundo-de-quintal, conferindo por pessoas sem nenhuma responsabilidade e vergonha na cara, que se predispuseram a ministrar estes cursos.

Atentem bem meus irmãos para o que estão fazendo com vocês mesmos a nível evolutivo!

Se gostariam de estar prontos para que quando o Julgamento Final chegasse, não fossem cometidos os mesmos erros da nossas escolhas diárias muitas vezes realizadas sem critérios devido a nossa falta de consciência, sugiro-lhes que procurassem buscar uma Nova Era sim, mas dentro de vocês e não fora, dando preferência a metodologias TRADICIONAIS, muito diferentes dos atuais delírios e picaretices esotéricas com as quais temos que conviver hoje em dia.

Sobre as citadas metodologias tradicionais, inúmeras elas são, mas gostaria de citar pelo menos quatro boas opções aos verdadeiros buscadores de si mesmos, que são: uma religião (de preferência aquela em que o individuo foi batizado), uma Ordem Iniciática (dando preferência ás que estão por ai já pelo menos há três mil anos..), uma Arte Marcial (que pregue a prática da não violência) ou, os Oráculos (onde não se veja apenas o futuro, mas também se busque soluções no aqui agora baseadas, em nós mesmos).

A maioria dos homens começa a buscar a expansão de sua consciência através da sua religião de origem e acho isso de fundamental importância, porque o homem necessita ter uma religião e professá-la a fim de que pelo menos se desenvolva se não a sua consciência, a sua fé, sem a qual não podemos chegar a lugar algum. É fundamental para o ser humano acreditar em alguma coisa, nem que seja nele mesmo e procurar se religar (Religião=Religare) ao que ele acredita no mais intimo recanto de seu coração.

Dentro dos vários contextos religiosos, e isto que direi agora é um fato, sempre chegamos a alguns pontos dentro das narrativas ortodoxas que compõem a história de um credo, onde as coisas ficam meio obscuras e os fiéis tem que acreditar cegamente no que ocorreu dentro de uma certa passagem, nunca questionando-a e muitas vezes devido a falta de respostas aos seus por quês, os buscadores acabam se afastando de suas religiões, o que constitui um grave erro. Erro este que poderia ser solucionado, adentrando-se nas chamadas Ordens Iniciáticas, pois é certo, justo, perfeito e verdadeiro que as mais tradicionais destas sublimes instituições possuem as respostas ás lacunas dentro dos contextos religiosos, no entanto jamais devendo o buscador se afastar de sua religião, tornando-se um Iniciado, mas mantendo-se firme, só que agora mais esclarecido com relação á sua própria crença.

As artes Marciais sérias e tradicionais, também constituem excelente maneira de aprimoramento da personalidade, visando julgamentos mais criteriosos com relação a nós mesmos e á vida que nos rodeia. Num caminho Marcial sério, o verdadeiro confronto não se dá com o inimigo externo a nós, e sim com nós mesmos a nível interior, porque é justamente aí que residem os nossos piores inimigos e demônios pessoais. Estes caminhos, vindos do Oriente em sua maioria, nos ensinam o respeito por nós mesmos para que depois possamos concedê-lo ás outras pessoas; nos ensinam o valor da disciplina e aumentam a nossa capacidade de concentração, sem a qual nada se faz. E depois de um tempo envolvidos com as chamadas Artes de Guerra, percebemos que a verdadeira batalha se dá vinte quatro horas por dia com nós mesmos, não sendo necessário o combate com ninguém além daquele que vemos no espelho todos os dias quando miramo-nos nele. Adquirida está visão julga-se menos e policia-se mais, pois percebe-se que quanto mais julgamos de maneira negativa ás demais pessoas e situações, mais crescem os nossos inimigo internos, alimentados egóica e presunçosamente por nós mesmos, ficando cada vez mais difíceis as batalhas pelo nosso crescimento pessoal.

Finalizando, os Oráculos (Tarô, Runas, I Ching, etc.) e as Ciências Oraculares (Astrologia, Numerologia, Tarô/Kabbalah, Quirologia, etc.) quando utilizados dentro do contexto de Autoconhecimento, onde se procura entrar em contato com nossos potenciais internos, a fim de que possamos através deles nos resolver aqui e agora sem ter que depender de um futuro ou fatores externos para a nossa realização. Eles nos dão a certeza de que através desta autoconscientização poderemos começar a julgar, baseados na verdadeira razão á luz do autoconhecimento o que é válido para nós ou não, desde as mínimas até as maiores coisas.

Oráculos utilizados da maneira descrita no parágrafo acima, deixam de ser um erro entretenimento de mentes curiosas e desocupadas, ávidas para satisfazer as suas curiosidades, principalmente á respeito do futuro, e tornam-se poderosas armas no presente, que podem nos levar á suprema realização, através da autoconscientização.

Meditemos sobre o que foi dito nos últimos parágrafos e escolhamos a melhor maneira de nos autoconhecer, a fim de que quando chegar a hora de nosso julgamento, possamos tranquila e serenamente prestar contas a respeito de quem somos, de onde viemos e do que fizemos com o potencial que nos foi destinado durante vidas e vidas, esperando ser utilizado da forma mais consciente possível a favor de nosso próprio crescimento. 

 Os símbolos que compõem o Arcano do Julgamento.

Vemos diante de nós três pessoas um homem, uma mulher e uma criança, que se encontram diante de um túmulo entreaberto. Acima deles paira um Anjo a tocar uma trombeta como que anunciando uma Nova Era, onde reparamos trevas sendo afastadas a fim de que se manifeste a Luz.

Na linha do Horizonte reparamos em duas pequenas pirâmides no Tarô Namur e cercando as três pessoas seis colunas estão dispostas em semicírculo.

O túmulo entreaberto representa um lugar escuro, limitado, frio e vazio. Poderíamos dizer que assim é a vida de uma pessoa que não procura se autoconscientizar e criar algo de novo com o potencial de criatividade e força de trabalho com o qual Deus dotou todos os seus filhos, morrendo a pessoa lentamente em vida sem realizar algo de concreto para ela mesma, e muito menos para a humanidade. Também representa este sepulcro uma espécie de prisão asfixiante em que nos vemos aprisionados pelos nossos próprios excessos de pensamentos e palavras mal direcionadas, irritabilidade, impaciência e intolerância perante a vida e aqueles que nos rodeiam, achando que tudo tem que ser sempre como nós queremos e na hora que queremos.

As três pessoas viviam dentro deste sepulcro em constantes brigas umas com as outras. Estas figuras humanas, podem ser encaradas como realmente sendo um homem, uma mulher e uma criança até mesmo dentro de um contexto familiar, ou podemos encará-las como sendo o nosso Eu Superior, o nosso eu mediano e o nosso eu Físico, que por não entendermos que os três são uma coisa só, não conseguimos impor a verdadeira harmonia entre eles, constantemente perdendo a nossa paciência numa eterna luta entre a consciência e as paixões.

Num determinado momento dentro de uma das incontáveis discussões entre as três pessoas, ou entre os três Eus, se assim o preferimos, eles começaram a ouvir um som que vinha do lado de fora da tumba em que se viam sepultados. E movidos pela curiosidade, pela primeira vez em suas existências, resolveram fazer um esforço conjunto para que unidos pudessem retirar a lápide que os impedia de contemplar o que estava acontecendo lá fora, conhecendo eles apenas a realidade sombria e mortuária na qual tinham vívido até o presente momento. Forças foram unidas e dedos cravados na lápide a fim de que ela lentamente começasse a deslizar, e por fim acabasse tombando no solo libertando o homem, a mulher a criança do seu cativeiro. Isso foi satisfatoriamente conseguido através do esforço em conjunto dos três que finalmente se viram livres dos limites que os impedia de ver a realidade além-túmulo. Só que algo curioso aconteceu.

Quando saíram da sepultura os três puderam notar que a lápide que os sepultava, nem jogada ao solo se encontrava e isso significa que esta lápide era ilusória, e durante anos e anos fora mantida por sobre as suas cabeças devido as impróprias condutas de vida que vinham, trabalhando os três sempre de maneira separada e nunca buscando a unidade entre si. Esta lápide era constituída por posse, medo, apegos, ignorância e tudo mais que avilta e depõem contra o que de mais belo existe dentro do gênero humano. Bastou o sincero desejo de querer se libertar e um esforço conjunto a fim de que se pudesse conhecer a Luz, desfazendo-se a lápide em pleno ar, mostrando a eficácia de uma vontade voltada para o bem.

Assim que saíram do túmulo por um breve instante as três figuras humana ficaram contemplando maravilhadas a figura de um ser angelical, que pairava sobre elas e tocava incessantemente uma trombeta anunciando o que poderia ser o inicio de uma Nova Era. E ainda mais viram os três seres abaixo do mensageiro alado de Deus, quando as nuvens negras geradas principalmente por suas antigas ilusões começaram a se dispersar e por detrás do anjo surgiu o sol em esperançosa aurora radiante de luz e benéficos fluidos.

Como sabemos, anjos são mensageiros, e em varias histórias aparecem diversas vezes como os anunciadores de grandes eventos tanto salutares, como catastróficos. Dentro do contexto do Novo Testamento onde através de Marcos, Mateus e Lucas podemos ter acesso á vida de Jesus (pelo menos a vida mais visível...), vemos Anjos a anunciar desde o nascimento do Messias, até um pouco depois da anunciação do nascimento pelo anjo Gabriel á Maria, (Lucas 1,26-38). Um outro Anjo do senhor aparece a José (Mateus 2,13-23) e pede para que ele tome a sua esposa e o menino Jesus e fuja para o Egito a fim de escapar da fúria de Herodes.

Dentro da história de Jesus, quando este é tentado pelo demônio no deserto (Marcos 4,1-11), após sair vitorioso das tentações surgem Anjos enviados por Deus para servi-lo, e após o retorno do deserto é que as pregações do Nazareno começam de maneira mais enfática e contundente, como também abundam os milagres de todas as espécies. Essa passagem nos leva a acreditar que Cristo antes de iniciar a missão que lhe fora confiada, também passou pelo seu período de purificação final no deserto, realizando um rigoroso auto- julgamento á respeito de si mesmo, onde com certeza se deve ter confrontado com toda a espécie de demônios possível e imaginável, tendo em vista quem ele era.

Mesmo depois da crucificação de Jesus os Anjos estão presentes para anunciar algo de extrema importância, como assim o faz o belo Anjo jovem á Maria Madalena e á Maria Mãe de Tiago e Salomé, quando estas visitam o túmulo de Cristo ao nascer do sol:

E diziam entre si: ‘quem rolará a pedra da entrada do túmulo para nós?’ E erguendo os olhos, viram que a pedra já fora removida. Ora, a pedra era muito grande. Tendo entrado no túmulo, elas viram um jovem sentado á direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram cheias de espanto. Ele, porém, lhes disse: ‘Não vos espanteis! Estais procurando Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou, não esta aqui. Vede o lugar onde o puseram. Mas ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos tinha dito.’ Marcos 16,1-7

No Apocalipse de São João Apóstolo, iremos encontrar os mais variados tipos de Anjos exercendo as mais variadas funções a favor de que se cumpra o Julgamento final, e seria realmente interessante uma boa reflexão por parte do leitor, após pegar uma Bíblia e ler o Apocalipse inteiro, á respeito de se já não está na hora dele mesmo se preparar para uma mudança radical em sua vida, a fim de que comece a levar uma existência com mais sentido após seu auto- julgamento, visando ‘ressuscitar’ do túmulo egóico em que se encontra sepultado, almejando uma Nova Vida.

As colunas ao redor do homem, mulher e crianças postados de joelhos, representam os seis chakras presentes no corpo duplo etérico. Mas seis chakras apenas? Onde estaria o sétimo chakra, também conhecido pelo nome de coronário e situado sobre a nossa cabeça?

Nas construções de algumas antigas catedrais, principalmente na Europa, pode-se notar que de cada lado da nave há seis colunas sustentando-a, representando estas colunas os seis chakras, desde o primeiro em nosso corpo duplo-etérico conhecido pelo nome de Muladhara, ou Raiz, até o sexto chamado de Ajna, ou Frontal. Sendo sete os principais chakras podemos deduzir que estaria faltando justamente o sétimo chakra (Sahasrara) de vital importância, pois quando da abertura consciente deste centro energético situado a nível etérico por sobre as nossas cabeças, se dá com o individuo o que poderíamos chamar de comunhão Cósmica, estágio onde nos conectamos com todo o Universo, Elevadas Inteligências espalhadas por ele e com a própria vida.

Este ultimo chakra citado no parágrafo acima, jamais seria esquecido por aqueles que construíram estas antigas catedrais, verdadeiros Templos Iniciáticos dedicados á Glória de Deus, uma vez que os Homens Justos e Perfeitos que as conceberam, versados eram nos conhecimentos da Arte Real e dos Antigos Costumes empregados na construção dos Templos do Antigo Oriente. Assim sendo, nas catedrais o sétimo chakra situa-se justamente abaixo do altar dedicado ás cerimônias de fórum exclusivo do clero, uma vez que algumas destas catedrais possuem dois altares, um dedicado ás cerimônias que são levadas ao público em geral e outro de fórum esotérico utilizado em cerimônias reunindo apenas autoridades eclesiásticas. Normalmente abaixo deste altar está enterrado algum nobre, santo, ou alto dignatário do Clero, assim determinado por Roma. Algumas pessoas achariam meio mórbida a ideia do sétimo e mais importante chakra estar situado justamente onde existe um cadáver e ainda mais o sacerdote proferir cerimônias neste local. A estas pessoas seria bom lembrar que:

 ‘Somente aquele que morrer em vida, renascerá para a Vida Eterna e conquistará o reino dos Céus.’

Traduzindo esta passagem Bíblica poderíamos dizer que quando morremos em vida para os nossos próprios defeitos serenando o nosso ego, renascemos para uma vida futura após uma auto- análise (o julgamento) a respeito das trevas em que estávamos sepultados. Podemos á partir desta auto- análise começar a nos dedicar ao estudos dos grande Mistérios e com isso apreender a ciência do domínio dos chakras e praticando-a assiduamente promover um elevar de nossa consciência e poderes latentes, ativando nossos setes centros energéticos e preparando-nos após isto, para o verdadeiro Apocalipse em nossas vidas onde não mais será possível levar a vida rotineira de maneira rotineira, porque agora nós sabemos e somos como Ele o foi no passado...

Continuando a análise de lâmina, notamos situadas na linha do horizonte duas pirâmides e como sabemos estas construções jamais serviram de tumba para Faraó algum, constituindo sim, Grandes Templos Iniciáticos do passado aos quais acorriam Buscadores da verdade vindos de toda as partes do mundo, a fim de serem iniciados nos arcanos das Antigas escolas de Mistérios do Egito.

Quando as três pessoas que antes estavam sepultadas vislumbraram as pirâmides ao longe, tiveram o seguinte pensamento: ‘Vejam! Pirâmides! Elas são os Antigos e mais proeminentes Templos aos olhos dos antigos Iniciados, onde eram ministrados conhecimentos para que através dos mesmos o seres humanos pudessem evoluir cada vez mais em direção ao Deus do seu coração e da sua compreensão, a fim de que desta forma também, toda a vida ao seu redor pudesse evoluir. Se buscamos evoluir e quiçá chegar ao grau evolutivo de perfeição tal e qual este Perfeito Anjo que paira sobre nós, é para elas que devemos nos dirigir a fim de obter a Gnose Iniciática que nos permitirá atingir o Domínio da vida. Então não percamos mais tempo, saiamos desta sepultura e corramos até lá!’ Dito isso de maneira rápida e impulsiva, os três se jogaram para fora da catacumba, mas imediatamente quando tentavam começar a correr em direção ás pirâmides, caíram ao chão, prostrando-se de joelhos. E por que isso ocorreu? Não seria justo o desejo deles de querer alcançar a perfeição, através do aprimoramento ensinado nas pirâmides pelos já iniciados?

Evidentemente, que o desejo dos três em querer atingir a Perfeição é justo e perfeito, devendo ser considerado. Mas a queda dos mesmo se deu, porque ao redor do caixão e assim o será até a entrada das Pirâmides, existe lama. E o leitor bem sabe que quando tentamos correr na lama afundamos cada vez mais, ou então não conseguimos parar em pé e caminhar devido a falta de aderência no chão. Assim sendo, esta queda que eles sofreram, serve para lembrar-nos de que o processo de evolução em todos os níveis é algo lento e gradativo, não devendo aquele que aspira á evolução ir além de onde ainda não começou e quando começar a movimentar-se que procure fazê-lo de forma bem suave e humilde, principalmente no inicio dos projetos, tal e qual agora é humilde e abnegada a postura das três pessoas diante do túmulo entreaberto que se encontram em uma postura de prece e reflexão, esperando o auxilio de suas mentes superiores, Anjos-da-Guarda e do Deus de seus corações. Após conseguido este divino auxilio que muitas vezes captamos de forma intuitiva através de sinais, aí sim, é hora de colocarmo-nos em movimento a fim de que possamos atingir os nossos objetivos sempre inspirados pela vontade Divina e refletir em todos os nossos pensamentos, palavras e ações daqui por diante.

 A busca pela nossa libertação com relação a nós mesmos, presos em nossos egóicos limites; a desenvoltura plena e consciente de nossos potenciais a fim de que com uma consciência mais clara percebamos o sentido real da vida e por fim o renascimento após vencidas todas as adversidades, constituem elementos presentes na vida de todos nós e que precisam ser avaliados, bem compreendidos e colocados em praticas, a fim de que se dê a nossa tão almejada evolução que contribuirá também com a evolução daqueles ao nosso redor e com a evolução da própria vida. Uma vez que quando você muda, tudo ao seu redor faz o mesmo, para adaptar-se á pessoa brilhante que gradativamente se torna.

Significado do 20° Arcano- O Julgamento
Com a presença deste arcano em uma consulta, encontramo-nos diante de um momento que é justamente a somatória de tudo aquilo que temos feito nos últimos tempos com relação á vida, ás pessoas ao nosso redor e com relação á nós mesmos.
Este é o momento onde recebemos as recompensas pelos esforços empreendidos para que chegássemos até aqui. Muitas vezes as recompensas não são de todo agradáveis, mais isto também depende do preço que pagamos, com relação ás recompensas ou resultados que queremos obter nas mais diversas áreas da nossa vida. Pois tudo, sem exceção, tem o seu preço; todo tesouro vale a pena ser buscado, mais riscos tem que ser assumidos e todo aquele que se entrega á jornada pela busca do seu ‘tesouro pessoal’, tem que ter a plena consciência de que em algum ponto de sua peregrinação terá que defrontar-se com O Julgamento, porque isto é inevitável.
O Julgamento é a somatória de tudo aquilo que somos, fazemos e acreditamos no que diz respeito ao trabalho empenhado para atingir um objetivo, seja ele qual for. Assim sendo, nos deparamos ao mesmo tempo com o mais belo e forte dentro de nós, mas também com aquilo que temos de mais ameaçador a nível de temores, que naturalmente advém das fases em que somos chamados, antes de atingir o nosso objetivo á uma retificação final, a fim de que possamos nos desapegar de tudo aquilo dentro de nós que poderia impedir a conclusão perfeita de um trabalho bem feito.
 Uma das diferenças entre este arcano e o décimo terceiro a Morte ou o Ceifador é justamente o fato de que na morte o que realmente existe é o término de uma fase da vida, para o inicio de outra. No ceifador uma das expressões ideais que poderia ser utilizada para definir a lâmina seria ‘fim nescessário’.
Já no arcano do Julgamento não está implícito um fim necessário para que se comece uma nova vida, projeto ou demais atividades nas mais diversas áreas. O que estamos tratando aqui é da necessidade de reavaliarmos á Luz da Verdadeira Razão o que temos feito para com a nossa vida, para com a vida dos outros ao nosso redor e em relação a todo o Universo, uma vez que somos um com ele. Pois é desta reavaliação que advém o seguir futuro da nossa situação atual, melhor ou pior, de acordo com a qualidade da nossa capacidade de auto- análise com relação a nós mesmos e a tudo que nos rodeia.
Certa vez alguém disse que todos possuem na vida alguns momentos mágicos que se bem analisados, interpretados e aproveitados, culminam numa mudança drástica e radical na existência daquele que soube compreender e trabalhar com estes momentos. Acredito que quem disse isso certamente estava se referindo ao arcano do Julgamento.
O vigésimo arcano nos propicia um momento de colheita, simbolizando o termino se não de todo o trabalho, pelo menos de uma parte dele, para que possam recompor as forças e definir novas posições estratégicas, com relação a uma batalha de duração muito extensa chamada Evolução.
Como sabemos, evolução, desde o sentido mais frugal da palavra até o sentido mais espiritualista, não é algo que se obtém de uma hora para outra. Constantemente necessitamos rever planos, metas e objetivos, bem como a maneira de executá-los, sendo esta parada mesmo que momentânea, o próprio julgamento. Parada esta que, se bem utilizada através de uma boa autoavaliação, muitas vezes nos leva a atingir os resultados almejados em pouco tempo e a não nos preocuparmos com os erros cometidos no meio do caminho, pois errar é humano, mas penitenciar-se pelo resto da vida por isso, é simplesmente lamentável. O Julgamento evidencia os nossos erros na busca por acertos, mas não dá a eles mais importância do que eles realmente possuem, fazendo com que ergamos as cabeças e continuemos a lutar pelo que queremos, ao invés de ficarmos chorando pelo leite derramado. Dessa forma ele promove o real crescimento que não se coaduna com a imperfeição, mas também não permite a autoculpa que muitas vezes faz as pessoas desistirem em suas primeiras tentativas, podendo elas nunca mais se predisporem a tentar o sucesso novamente, seja lá o que esta palavra signifique para elas.
Não tema jamais o Anjo da renovação há anunciar com a sua trombeta a necessidade de uma reavaliação de metodologias para que sejam atingidos os seus caros objetivos, ou até mesmo quem sabe, uma nova fase de vida que não tenha nada a ver com a precedente e nos faça tomar rumos por muitas vezes insólitos e desconhecidos. Saiba reconhecer em sua vida as fases de Julgamentos e auto- análises, pois através destas fases nos confrontamos com nossos demônios internos em desérticas áreas onde nossas únicas armas neste santo Combate, são a fé e a real consciência de onde queremos chegar. Vale a pena comprar esta briga, pois vencida a nossa Legião interna de demônios pessoais, (ego) servidos pelos Anjos do Senhor também seremos, uma vez que nada mais justo, visto que nos períodos mais intensos da nossa batalha pela Evolução, lá também eles estavam a nos acalentar com suas fortes, mas ao mesmo tempo acalentadoras asas do Amor de Deus por nós.

O Caminho na árvore da vida (cabala).


REFERÊNCIA DE ESTUDO:
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Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri
O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
IMAGENS E DECKS (fotos)
TAROT NAMUR
MARSELHA
RADIANT RIDER WAIT
BARBARA WALKER

TAROT DE ANTICHI BOLOGNESI
ANCIENT ITALIAN
CROWLEY TAROT
VISCONTI SPORZA

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