domingo, 7 de agosto de 2011

Apocalipse / O Julgamento / arcano 20

O momento do Julgamento final.
O fim de tudo, tanto daquilo que simboliza o bem, quanto daquilo que representa o mal.


 
Iluminados pelo Sol fomos e, parecia-nos que não mais haveriam provas ou qualquer outro tipo de teste, pois o arcano passado nitidamente nos dava a impressão de que para sempre estaríamos envoltos em Luz, virando a nossa vida um grande momento de inércia e felicidade total. Felizmente, o universo não é assim...
Uma das coisas mais significativas que podemos sugerir ao cliente com a saída do sol, é justamente que ele busque uma melhor autoconscientização a respeito de si mesmo, uma vez que sem a mesma, a sua evolução em direção a Luz será impossível.
Agora, pensemos bem.
Qualquer pessoa que começar a trilhar este caminho em direção a si mesma, será que depois de algum tempo não se submeterá a algum tipo de julgamento, nem que seja em relação a vida que ela levava e a que começou a levar, após ter decidido melhor se autoconhecer? Não terá esta pessoa já iluminada pelo sol por ter decidido realizar novamente o seu Religare com o Deus do seu coração e da sua compreensão, que passar por testes a fim de que verdadeiramente se verifique até que ponto realmente a sua consciência se tornou iluminada? E quem já iluminado e confiante o bastante em si mesmo, não se submeteria de bom grado a um julgamento final a fim de que fossem desbastadas eventuais impurezas que perdurassem em persistir arraigadas no âmago de seu ser?
Todas as perguntas citadas no parágrafo acima são concernentes ao arcano do julgamento, onde se dá uma espécie de Ressurreição com os nossos seres, uma vez que uma consciência que tornou-se Sol e triunfou da morte em vida, agora passa pelo processo de julgamento efetivado por  ela mesma no sentido de melhor se colocar perante si, perante os homens, a natureza e todo universo.
Na história, muitos são os julgamentos tanto reais como simbólicos pelos quais passaram os heróis, mártires, santos, grupos iluminados e até mesmo demônios, a fim de que pudessem prosseguir em suas vidas após o Julgamento Final, em direção ás graças dos mais infinitos céus, mas também por vezes despencando rumo aos mais abismais infernos. Como já é de costume e, o leitor já deve ter notado isso em outras partes do livro. Irei agora citar alguns dos mais célebres julgamentos que ocorreram na história de maneira rápida, apenas para constá-los neste livro.


Se farei isso de maneira rápida e breve como já colocado, é porque pretendo não me aprofundar muito nas questões que cito e levanto as vezes para fazer com que o leitor vá pesquisar e buscar melhor compreender estas questões que foram tratadas de maneira rápida. Porque através da busca por respostas é que começara a se dar o crescimento do ser- por ele mesmo- uma vez que a sua consciência e maneira de ver o mundo, naturalmente pelo ato de buscar, irão se expandir. Sendo assim, citemos agora alguns clássicos e famosos julgamento históricos, a fim de que, através do julgamento do leitor em relação a estes julgamentos, ele possa também melhor se auto- analisar com base no que pesquisou, para que através disso, quando tirada a lâmina do Julgamento em uma consulta, ou mesmo sem tirá-la passando por situação similar em sua vida, ele possa melhor compreendê-la e vivenciá-la em seu dia-a-dia. Vamos aos Julgamentos:

- Da Bíblia (I Reis 3,16-28) nos vem a história do sábio Rei Salomão, quando duas mulheres se apresentam perante ele, alegando serem as mães de uma mesma criança. Como nenhuma delas decide ceder a maternidade á outra, Salomão precisa julgar a quem será destinada a criança, para isso recorrendo á sua sabedoria, que foi de tudo que Deus podia ter-lhe dado, o único Dom que ele escolheu. Para saber como termina esta história sugiro que o leitor pare a leitura deste livro agora e vá em busca de uma Bíblia, pois vale a pena meditar sobre esta passagem.

- O julgamento de Lady Guenevere, esposa do Grande Rei Arthur, acusada de trair o Rei com seu amigo e Cavaleiro da Távola Redonda, Sir Lancelot. Para maiores detalhes assista o filme EXCALIBUR, ou leia o livro ‘A Morte de Arthur’.

- o Julgamento do Grão-Mestre da ordem dos templários, Jaques de Molay, juntamente com toda a ordem templária lá pelos anos de 1307 a 1314, acusados de traição contra o Rei da França e de heresia contra a Igreja Católica que haviam defendido durante toda a existência da Ordem. Quanto a este julgamento, seria interessante que o leitor pudesse conhecer toda a história Templária, desde a fundação da Ordem, até o Julgamento de Jaques De Molay, para que pudesse ver como ás vezes a Justiça humana acaba servindo a vis, nojentos e mesquinhos interesses.

- os critérios utilizados por Anúbis, deus egípcio da Justiça, para julgar os que desencarnavam do plano físico e de acordo com seus méritos, os lugares para onde seriam levados após a morte.

- a história de Atenas (veja arcano VIII), deusa grega da Justiça, que vale a pena ser pesquisada pois quando lemos a respeito de uma divindade grega, acabamos nos apaixonando pela Grécia Mítica e querendo conhecer todo o restante do vasto panteão de deuses daquela civilização.
- os loucos, insanos e nojentos tribunais da santa Inquisição, que constituem uma das páginas mais vergonhosas da nossa história.

- o julgamento das Bruxas de Salem, cujos processos tiveram inicio no ano de 1691 contando este julgamento hoje em dia até com uma versão para o cinema, cujo titulo para ser procurado nas locadoras é, ‘As Bruxas de Salem’.
- a magnífica história e julgamento de Joana D’Arc.
- o episódio da história do Brasil que trata do julgamento de Joaquim da Silva Xavier, o ‘Tiradentes’, e as consequências deste julgamento no decorrer dos tempos, que culminariam com a independência do nosso País. O leitor que quiser se aprofundar quanto a este episódio de nossa história, deve também se possível procurar tentar entrar em contato com um membro da Maçonaria sério e estudioso que poderá orientá-lo em sua pesquisa, uma vez que esta Augusta e Mui Venerável Ordem escreveu grande parte do passado de nossa Nação e continua escrevendo o presente, numa batalha incessante para melhorias no futuro, visando tornar cada vez mais feliz a humanidade.

Além destes julgamentos que foram citados, muitos e incontáveis outros o poderiam ser, mas isto requereria uma vasta enciclopédia o que não é o objetivo deste humilde livro que está em vossas mãos. Como já foi dito antes, seria interessante que o leitor procurasse analisar estes julgamentos tanto simbólicos quanto reais do passado para que após isso, meditando, pudesse tentar compreender a sua relação com o presente momento da humanidade, e até a relação mais intima destes julgamentos consigo mesmo.

Antes de adentrarmos ao fórum simbólico deste arcano há ainda um célebre Julgamento que merece ser citado, que é justamente o Julgamento de Nosso senhor Jesus ‘o Cristo’, por Pilatos.

O que sabemos a respeito deste julgamento segundo a narrativa ortodoxa é que o Grande Mestre Ascensionado Jesus o Cristo, foi levado a julgamento por de certa maneira incitar uma espécie de rebelião e ferir seriamente as leis de Roma.

Foi levado diante do povo hebreu juntamente com outros prisioneiro de nome Barrabás para que o próprio povo fizesse uma espécie de escolha, uma vez que Pilatos havia lavado as mãos com relação ao caso e resolveu conceder á população sob o seu julgo a oportunidade de decidir quem seria salvo e quem deveria ser conduzido á crucificação, penalidade aplicada na época contra aqueles que voltavam-se contra Roma.

Evidentemente, existem nesta história muitas coisas das quais as pessoas que se contentam apenas com a versão comum, corrente e superficial sejam judeus, cristãos ou seja lá quem for, jamais terão acesso, a não ser que busquem avidamente por respostas, pois como já foi dito existem muito mais coisas a respeito deste julgamento do que podemos imaginar, e alguns dos fatos que até agora tem sido encobertos, são no mínimo aterradores. Deixando estes ‘fatos’ para os reais buscadores e para aqueles que tem estômago forte, voltando agora ao episódio da crucificação, existe algo muito interessante para ser dito sobre esta passagem.

Como sabemos o povo escolheu a Barrabás e não a Cristo, condenando-o a Cruz e é justamente nesta escolha que se encontra um doa maiores pontos de reflexão desta historia, uma vez que na realidade além de Cristo, Barrabás ou mesmo o próprio Pilatos, havia algo também muito importante que estaria em julgamento após a escolha que seria feita e, este algo era a própria humanidade. Uma humanidade totalmente desprovida de sensibilidade e de um alto grau de consciência, que na hora de tomar uma decisão crucial para o destino do mundo devido a seu total despreparo e falta de tato para compreender os ‘sinais’, acabou renegando mais uma vez a oportunidade do retorno á tão almejada Idade ou Era do Ouro. O mais estarrecedor de tudo isso é sabermos que NÓS compúnhamos também a humanidade naquela época e portanto se ainda não atingimos um estágio maior e melhor a nível evolutivo é por nossa própria culpa, evidentemente existindo hoje em dia raras exceções de pessoas que já decidiram começar a evoluir suas consciências, para não errar de novo na hora da ‘escolha e julgar’.

Se Cristo retornasse á terra hoje, do jeito que as coisas estão e se assim o estão é por nossa própria culpa e responsabilidade, não adiantando ninguém querer tirar o corpo fora, certamente ele seria julgado e novamente crucificado, devido a nossa falta de preparo em relação a adestrarmos nossas consciências para reconhece-lo. E quando se fala em adestrar a consciência, evidentemente não estamos nos referindo a esta ridícula modinha intitulada pelo rótulo de Nova Era, onde algumas pessoas ilusoriamente pensam que estão evoluindo as suas consciências apenas porque decidiram virar místicas de uma hora para outra e saíram por ai tomando suquinhos de gnomos, consultando e escrevendo livros sobre Anjos (assunto pelo qual eu tenho a maior fé e respeitabilidade) com tabelas totalmente erradas e metendo-se a fazer cursinhos de ‘Magias’ nos seus enfadonhos finais-de-semana para nas segundas-feiras, sempre iguais diga-se de passagem, terem algo mais para comentarem com os amigos, ostentando em suas testas um falso rótulo de esotéricos de fundo-de-quintal, conferindo por pessoas sem nenhuma responsabilidade e vergonha na cara, que se predispuseram a ministrar estes cursos.

Atentem bem meus irmãos para o que estão fazendo com vocês mesmos a nível evolutivo!

Se gostariam de estar prontos para que quando o Julgamento Final chegasse, não fossem cometidos os mesmos erros da nossas escolhas diárias muitas vezes realizadas sem critérios devido a nossa falta de consciência, sugiro-lhes que procurassem buscar uma Nova Era sim, mas dentro de vocês e não fora, dando preferência a metodologias TRADICIONAIS, muito diferentes dos atuais delírios e picaretices esotéricas com as quais temos que conviver hoje em dia.

Sobre as citadas metodologias tradicionais, inúmeras elas são, mas gostaria de citar pelo menos quatro boas opções aos verdadeiros buscadores de si mesmos, que são: uma religião (de preferência aquela em que o individuo foi batizado), uma Ordem Iniciática (dando preferência ás que estão por ai já pelo menos há três mil anos..), uma Arte Marcial (que pregue a prática da não violência) ou, os Oráculos (onde não se veja apenas o futuro, mas também se busque soluções no aqui agora baseadas, em nós mesmos).

A maioria dos homens começa a buscar a expansão de sua consciência através da sua religião de origem e acho isso de fundamental importância, porque o homem necessita ter uma religião e professá-la a fim de que pelo menos se desenvolva se não a sua consciência, a sua fé, sem a qual não podemos chegar a lugar algum. É fundamental para o ser humano acreditar em alguma coisa, nem que seja nele mesmo e procurar se religar (Religião=Religare) ao que ele acredita no mais intimo recanto de seu coração.

Dentro dos vários contextos religiosos, e isto que direi agora é um fato, sempre chegamos a alguns pontos dentro das narrativas ortodoxas que compõem a história de um credo, onde as coisas ficam meio obscuras e os fiéis tem que acreditar cegamente no que ocorreu dentro de uma certa passagem, nunca questionando-a e muitas vezes devido a falta de respostas aos seus por quês, os buscadores acabam se afastando de suas religiões, o que constitui um grave erro. Erro este que poderia ser solucionado, adentrando-se nas chamadas Ordens Iniciáticas, pois é certo, justo, perfeito e verdadeiro que as mais tradicionais destas sublimes instituições possuem as respostas ás lacunas dentro dos contextos religiosos, no entanto jamais devendo o buscador se afastar de sua religião, tornando-se um Iniciado, mas mantendo-se firme, só que agora mais esclarecido com relação á sua própria crença.

As artes Marciais sérias e tradicionais, também constituem excelente maneira de aprimoramento da personalidade, visando julgamentos mais criteriosos com relação a nós mesmos e á vida que nos rodeia. Num caminho Marcial sério, o verdadeiro confronto não se dá com o inimigo externo a nós, e sim com nós mesmos a nível interior, porque é justamente aí que residem os nossos piores inimigos e demônios pessoais. Estes caminhos, vindos do Oriente em sua maioria, nos ensinam o respeito por nós mesmos para que depois possamos concedê-lo ás outras pessoas; nos ensinam o valor da disciplina e aumentam a nossa capacidade de concentração, sem a qual nada se faz. E depois de um tempo envolvidos com as chamadas Artes de Guerra, percebemos que a verdadeira batalha se dá vinte quatro horas por dia com nós mesmos, não sendo necessário o combate com ninguém além daquele que vemos no espelho todos os dias quando miramo-nos nele. Adquirida está visão julga-se menos e policia-se mais, pois percebe-se que quanto mais julgamos de maneira negativa ás demais pessoas e situações, mais crescem os nossos inimigo internos, alimentados egóica e presunçosamente por nós mesmos, ficando cada vez mais difíceis as batalhas pelo nosso crescimento pessoal.

Finalizando, os Oráculos (Tarô, Runas, I Ching, etc.) e as Ciências Oraculares (Astrologia, Numerologia, Tarô/Kabbalah, Quirologia, etc.) quando utilizados dentro do contexto de Autoconhecimento, onde se procura entrar em contato com nossos potenciais internos, a fim de que possamos através deles nos resolver aqui e agora sem ter que depender de um futuro ou fatores externos para a nossa realização. Eles nos dão a certeza de que através desta autoconscientização poderemos começar a julgar, baseados na verdadeira razão á luz do autoconhecimento o que é válido para nós ou não, desde as mínimas até as maiores coisas.

Oráculos utilizados da maneira descrita no parágrafo acima, deixam de ser um erro entretenimento de mentes curiosas e desocupadas, ávidas para satisfazer as suas curiosidades, principalmente á respeito do futuro, e tornam-se poderosas armas no presente, que podem nos levar á suprema realização, através da autoconscientização.

Meditemos sobre o que foi dito nos últimos parágrafos e escolhamos a melhor maneira de nos autoconhecer, a fim de que quando chegar a hora de nosso julgamento, possamos tranquila e serenamente prestar contas a respeito de quem somos, de onde viemos e do que fizemos com o potencial que nos foi destinado durante vidas e vidas, esperando ser utilizado da forma mais consciente possível a favor de nosso próprio crescimento. 

 Os símbolos que compõem o Arcano do Julgamento.

Vemos diante de nós três pessoas um homem, uma mulher e uma criança, que se encontram diante de um túmulo entreaberto. Acima deles paira um Anjo a tocar uma trombeta como que anunciando uma Nova Era, onde reparamos trevas sendo afastadas a fim de que se manifeste a Luz.

Na linha do Horizonte reparamos em duas pequenas pirâmides no Tarô Namur e cercando as três pessoas seis colunas estão dispostas em semicírculo.

O túmulo entreaberto representa um lugar escuro, limitado, frio e vazio. Poderíamos dizer que assim é a vida de uma pessoa que não procura se autoconscientizar e criar algo de novo com o potencial de criatividade e força de trabalho com o qual Deus dotou todos os seus filhos, morrendo a pessoa lentamente em vida sem realizar algo de concreto para ela mesma, e muito menos para a humanidade. Também representa este sepulcro uma espécie de prisão asfixiante em que nos vemos aprisionados pelos nossos próprios excessos de pensamentos e palavras mal direcionadas, irritabilidade, impaciência e intolerância perante a vida e aqueles que nos rodeiam, achando que tudo tem que ser sempre como nós queremos e na hora que queremos.

As três pessoas viviam dentro deste sepulcro em constantes brigas umas com as outras. Estas figuras humanas, podem ser encaradas como realmente sendo um homem, uma mulher e uma criança até mesmo dentro de um contexto familiar, ou podemos encará-las como sendo o nosso Eu Superior, o nosso eu mediano e o nosso eu Físico, que por não entendermos que os três são uma coisa só, não conseguimos impor a verdadeira harmonia entre eles, constantemente perdendo a nossa paciência numa eterna luta entre a consciência e as paixões.

Num determinado momento dentro de uma das incontáveis discussões entre as três pessoas, ou entre os três Eus, se assim o preferimos, eles começaram a ouvir um som que vinha do lado de fora da tumba em que se viam sepultados. E movidos pela curiosidade, pela primeira vez em suas existências, resolveram fazer um esforço conjunto para que unidos pudessem retirar a lápide que os impedia de contemplar o que estava acontecendo lá fora, conhecendo eles apenas a realidade sombria e mortuária na qual tinham vívido até o presente momento. Forças foram unidas e dedos cravados na lápide a fim de que ela lentamente começasse a deslizar, e por fim acabasse tombando no solo libertando o homem, a mulher a criança do seu cativeiro. Isso foi satisfatoriamente conseguido através do esforço em conjunto dos três que finalmente se viram livres dos limites que os impedia de ver a realidade além-túmulo. Só que algo curioso aconteceu.

Quando saíram da sepultura os três puderam notar que a lápide que os sepultava, nem jogada ao solo se encontrava e isso significa que esta lápide era ilusória, e durante anos e anos fora mantida por sobre as suas cabeças devido as impróprias condutas de vida que vinham, trabalhando os três sempre de maneira separada e nunca buscando a unidade entre si. Esta lápide era constituída por posse, medo, apegos, ignorância e tudo mais que avilta e depõem contra o que de mais belo existe dentro do gênero humano. Bastou o sincero desejo de querer se libertar e um esforço conjunto a fim de que se pudesse conhecer a Luz, desfazendo-se a lápide em pleno ar, mostrando a eficácia de uma vontade voltada para o bem.

Assim que saíram do túmulo por um breve instante as três figuras humana ficaram contemplando maravilhadas a figura de um ser angelical, que pairava sobre elas e tocava incessantemente uma trombeta anunciando o que poderia ser o inicio de uma Nova Era. E ainda mais viram os três seres abaixo do mensageiro alado de Deus, quando as nuvens negras geradas principalmente por suas antigas ilusões começaram a se dispersar e por detrás do anjo surgiu o sol em esperançosa aurora radiante de luz e benéficos fluidos.

Como sabemos, anjos são mensageiros, e em varias histórias aparecem diversas vezes como os anunciadores de grandes eventos tanto salutares, como catastróficos. Dentro do contexto do Novo Testamento onde através de Marcos, Mateus e Lucas podemos ter acesso á vida de Jesus (pelo menos a vida mais visível...), vemos Anjos a anunciar desde o nascimento do Messias, até um pouco depois da anunciação do nascimento pelo anjo Gabriel á Maria, (Lucas 1,26-38). Um outro Anjo do senhor aparece a José (Mateus 2,13-23) e pede para que ele tome a sua esposa e o menino Jesus e fuja para o Egito a fim de escapar da fúria de Herodes.

Dentro da história de Jesus, quando este é tentado pelo demônio no deserto (Marcos 4,1-11), após sair vitorioso das tentações surgem Anjos enviados por Deus para servi-lo, e após o retorno do deserto é que as pregações do Nazareno começam de maneira mais enfática e contundente, como também abundam os milagres de todas as espécies. Essa passagem nos leva a acreditar que Cristo antes de iniciar a missão que lhe fora confiada, também passou pelo seu período de purificação final no deserto, realizando um rigoroso auto- julgamento á respeito de si mesmo, onde com certeza se deve ter confrontado com toda a espécie de demônios possível e imaginável, tendo em vista quem ele era.

Mesmo depois da crucificação de Jesus os Anjos estão presentes para anunciar algo de extrema importância, como assim o faz o belo Anjo jovem á Maria Madalena e á Maria Mãe de Tiago e Salomé, quando estas visitam o túmulo de Cristo ao nascer do sol:

E diziam entre si: ‘quem rolará a pedra da entrada do túmulo para nós?’ E erguendo os olhos, viram que a pedra já fora removida. Ora, a pedra era muito grande. Tendo entrado no túmulo, elas viram um jovem sentado á direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram cheias de espanto. Ele, porém, lhes disse: ‘Não vos espanteis! Estais procurando Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou, não esta aqui. Vede o lugar onde o puseram. Mas ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos tinha dito.’ Marcos 16,1-7

No Apocalipse de São João Apóstolo, iremos encontrar os mais variados tipos de Anjos exercendo as mais variadas funções a favor de que se cumpra o Julgamento final, e seria realmente interessante uma boa reflexão por parte do leitor, após pegar uma Bíblia e ler o Apocalipse inteiro, á respeito de se já não está na hora dele mesmo se preparar para uma mudança radical em sua vida, a fim de que comece a levar uma existência com mais sentido após seu auto- julgamento, visando ‘ressuscitar’ do túmulo egóico em que se encontra sepultado, almejando uma Nova Vida.

As colunas ao redor do homem, mulher e crianças postados de joelhos, representam os seis chakras presentes no corpo duplo etérico. Mas seis chakras apenas? Onde estaria o sétimo chakra, também conhecido pelo nome de coronário e situado sobre a nossa cabeça?

Nas construções de algumas antigas catedrais, principalmente na Europa, pode-se notar que de cada lado da nave há seis colunas sustentando-a, representando estas colunas os seis chakras, desde o primeiro em nosso corpo duplo-etérico conhecido pelo nome de Muladhara, ou Raiz, até o sexto chamado de Ajna, ou Frontal. Sendo sete os principais chakras podemos deduzir que estaria faltando justamente o sétimo chakra (Sahasrara) de vital importância, pois quando da abertura consciente deste centro energético situado a nível etérico por sobre as nossas cabeças, se dá com o individuo o que poderíamos chamar de comunhão Cósmica, estágio onde nos conectamos com todo o Universo, Elevadas Inteligências espalhadas por ele e com a própria vida.

Este ultimo chakra citado no parágrafo acima, jamais seria esquecido por aqueles que construíram estas antigas catedrais, verdadeiros Templos Iniciáticos dedicados á Glória de Deus, uma vez que os Homens Justos e Perfeitos que as conceberam, versados eram nos conhecimentos da Arte Real e dos Antigos Costumes empregados na construção dos Templos do Antigo Oriente. Assim sendo, nas catedrais o sétimo chakra situa-se justamente abaixo do altar dedicado ás cerimônias de fórum exclusivo do clero, uma vez que algumas destas catedrais possuem dois altares, um dedicado ás cerimônias que são levadas ao público em geral e outro de fórum esotérico utilizado em cerimônias reunindo apenas autoridades eclesiásticas. Normalmente abaixo deste altar está enterrado algum nobre, santo, ou alto dignatário do Clero, assim determinado por Roma. Algumas pessoas achariam meio mórbida a ideia do sétimo e mais importante chakra estar situado justamente onde existe um cadáver e ainda mais o sacerdote proferir cerimônias neste local. A estas pessoas seria bom lembrar que:

 ‘Somente aquele que morrer em vida, renascerá para a Vida Eterna e conquistará o reino dos Céus.’

Traduzindo esta passagem Bíblica poderíamos dizer que quando morremos em vida para os nossos próprios defeitos serenando o nosso ego, renascemos para uma vida futura após uma auto- análise (o julgamento) a respeito das trevas em que estávamos sepultados. Podemos á partir desta auto- análise começar a nos dedicar ao estudos dos grande Mistérios e com isso apreender a ciência do domínio dos chakras e praticando-a assiduamente promover um elevar de nossa consciência e poderes latentes, ativando nossos setes centros energéticos e preparando-nos após isto, para o verdadeiro Apocalipse em nossas vidas onde não mais será possível levar a vida rotineira de maneira rotineira, porque agora nós sabemos e somos como Ele o foi no passado...

Continuando a análise de lâmina, notamos situadas na linha do horizonte duas pirâmides e como sabemos estas construções jamais serviram de tumba para Faraó algum, constituindo sim, Grandes Templos Iniciáticos do passado aos quais acorriam Buscadores da verdade vindos de toda as partes do mundo, a fim de serem iniciados nos arcanos das Antigas escolas de Mistérios do Egito.

Quando as três pessoas que antes estavam sepultadas vislumbraram as pirâmides ao longe, tiveram o seguinte pensamento: ‘Vejam! Pirâmides! Elas são os Antigos e mais proeminentes Templos aos olhos dos antigos Iniciados, onde eram ministrados conhecimentos para que através dos mesmos o seres humanos pudessem evoluir cada vez mais em direção ao Deus do seu coração e da sua compreensão, a fim de que desta forma também, toda a vida ao seu redor pudesse evoluir. Se buscamos evoluir e quiçá chegar ao grau evolutivo de perfeição tal e qual este Perfeito Anjo que paira sobre nós, é para elas que devemos nos dirigir a fim de obter a Gnose Iniciática que nos permitirá atingir o Domínio da vida. Então não percamos mais tempo, saiamos desta sepultura e corramos até lá!’ Dito isso de maneira rápida e impulsiva, os três se jogaram para fora da catacumba, mas imediatamente quando tentavam começar a correr em direção ás pirâmides, caíram ao chão, prostrando-se de joelhos. E por que isso ocorreu? Não seria justo o desejo deles de querer alcançar a perfeição, através do aprimoramento ensinado nas pirâmides pelos já iniciados?

Evidentemente, que o desejo dos três em querer atingir a Perfeição é justo e perfeito, devendo ser considerado. Mas a queda dos mesmo se deu, porque ao redor do caixão e assim o será até a entrada das Pirâmides, existe lama. E o leitor bem sabe que quando tentamos correr na lama afundamos cada vez mais, ou então não conseguimos parar em pé e caminhar devido a falta de aderência no chão. Assim sendo, esta queda que eles sofreram, serve para lembrar-nos de que o processo de evolução em todos os níveis é algo lento e gradativo, não devendo aquele que aspira á evolução ir além de onde ainda não começou e quando começar a movimentar-se que procure fazê-lo de forma bem suave e humilde, principalmente no inicio dos projetos, tal e qual agora é humilde e abnegada a postura das três pessoas diante do túmulo entreaberto que se encontram em uma postura de prece e reflexão, esperando o auxilio de suas mentes superiores, Anjos-da-Guarda e do Deus de seus corações. Após conseguido este divino auxilio que muitas vezes captamos de forma intuitiva através de sinais, aí sim, é hora de colocarmo-nos em movimento a fim de que possamos atingir os nossos objetivos sempre inspirados pela vontade Divina e refletir em todos os nossos pensamentos, palavras e ações daqui por diante.

 A busca pela nossa libertação com relação a nós mesmos, presos em nossos egóicos limites; a desenvoltura plena e consciente de nossos potenciais a fim de que com uma consciência mais clara percebamos o sentido real da vida e por fim o renascimento após vencidas todas as adversidades, constituem elementos presentes na vida de todos nós e que precisam ser avaliados, bem compreendidos e colocados em praticas, a fim de que se dê a nossa tão almejada evolução que contribuirá também com a evolução daqueles ao nosso redor e com a evolução da própria vida. Uma vez que quando você muda, tudo ao seu redor faz o mesmo, para adaptar-se á pessoa brilhante que gradativamente se torna.

Significado do 20° Arcano- O Julgamento
Com a presença deste arcano em uma consulta, encontramo-nos diante de um momento que é justamente a somatória de tudo aquilo que temos feito nos últimos tempos com relação á vida, ás pessoas ao nosso redor e com relação á nós mesmos.
Este é o momento onde recebemos as recompensas pelos esforços empreendidos para que chegássemos até aqui. Muitas vezes as recompensas não são de todo agradáveis, mais isto também depende do preço que pagamos, com relação ás recompensas ou resultados que queremos obter nas mais diversas áreas da nossa vida. Pois tudo, sem exceção, tem o seu preço; todo tesouro vale a pena ser buscado, mais riscos tem que ser assumidos e todo aquele que se entrega á jornada pela busca do seu ‘tesouro pessoal’, tem que ter a plena consciência de que em algum ponto de sua peregrinação terá que defrontar-se com O Julgamento, porque isto é inevitável.
O Julgamento é a somatória de tudo aquilo que somos, fazemos e acreditamos no que diz respeito ao trabalho empenhado para atingir um objetivo, seja ele qual for. Assim sendo, nos deparamos ao mesmo tempo com o mais belo e forte dentro de nós, mas também com aquilo que temos de mais ameaçador a nível de temores, que naturalmente advém das fases em que somos chamados, antes de atingir o nosso objetivo á uma retificação final, a fim de que possamos nos desapegar de tudo aquilo dentro de nós que poderia impedir a conclusão perfeita de um trabalho bem feito.
 Uma das diferenças entre este arcano e o décimo terceiro a Morte ou o Ceifador é justamente o fato de que na morte o que realmente existe é o término de uma fase da vida, para o inicio de outra. No ceifador uma das expressões ideais que poderia ser utilizada para definir a lâmina seria ‘fim nescessário’.
Já no arcano do Julgamento não está implícito um fim necessário para que se comece uma nova vida, projeto ou demais atividades nas mais diversas áreas. O que estamos tratando aqui é da necessidade de reavaliarmos á Luz da Verdadeira Razão o que temos feito para com a nossa vida, para com a vida dos outros ao nosso redor e em relação a todo o Universo, uma vez que somos um com ele. Pois é desta reavaliação que advém o seguir futuro da nossa situação atual, melhor ou pior, de acordo com a qualidade da nossa capacidade de auto- análise com relação a nós mesmos e a tudo que nos rodeia.
Certa vez alguém disse que todos possuem na vida alguns momentos mágicos que se bem analisados, interpretados e aproveitados, culminam numa mudança drástica e radical na existência daquele que soube compreender e trabalhar com estes momentos. Acredito que quem disse isso certamente estava se referindo ao arcano do Julgamento.
O vigésimo arcano nos propicia um momento de colheita, simbolizando o termino se não de todo o trabalho, pelo menos de uma parte dele, para que possam recompor as forças e definir novas posições estratégicas, com relação a uma batalha de duração muito extensa chamada Evolução.
Como sabemos, evolução, desde o sentido mais frugal da palavra até o sentido mais espiritualista, não é algo que se obtém de uma hora para outra. Constantemente necessitamos rever planos, metas e objetivos, bem como a maneira de executá-los, sendo esta parada mesmo que momentânea, o próprio julgamento. Parada esta que, se bem utilizada através de uma boa autoavaliação, muitas vezes nos leva a atingir os resultados almejados em pouco tempo e a não nos preocuparmos com os erros cometidos no meio do caminho, pois errar é humano, mas penitenciar-se pelo resto da vida por isso, é simplesmente lamentável. O Julgamento evidencia os nossos erros na busca por acertos, mas não dá a eles mais importância do que eles realmente possuem, fazendo com que ergamos as cabeças e continuemos a lutar pelo que queremos, ao invés de ficarmos chorando pelo leite derramado. Dessa forma ele promove o real crescimento que não se coaduna com a imperfeição, mas também não permite a autoculpa que muitas vezes faz as pessoas desistirem em suas primeiras tentativas, podendo elas nunca mais se predisporem a tentar o sucesso novamente, seja lá o que esta palavra signifique para elas.
Não tema jamais o Anjo da renovação há anunciar com a sua trombeta a necessidade de uma reavaliação de metodologias para que sejam atingidos os seus caros objetivos, ou até mesmo quem sabe, uma nova fase de vida que não tenha nada a ver com a precedente e nos faça tomar rumos por muitas vezes insólitos e desconhecidos. Saiba reconhecer em sua vida as fases de Julgamentos e auto- análises, pois através destas fases nos confrontamos com nossos demônios internos em desérticas áreas onde nossas únicas armas neste santo Combate, são a fé e a real consciência de onde queremos chegar. Vale a pena comprar esta briga, pois vencida a nossa Legião interna de demônios pessoais, (ego) servidos pelos Anjos do Senhor também seremos, uma vez que nada mais justo, visto que nos períodos mais intensos da nossa batalha pela Evolução, lá também eles estavam a nos acalentar com suas fortes, mas ao mesmo tempo acalentadoras asas do Amor de Deus por nós.

O Caminho na árvore da vida (cabala).


REFERÊNCIA DE ESTUDO:
__________________________________
Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri
O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
IMAGENS E DECKS (fotos)
TAROT NAMUR
MARSELHA
RADIANT RIDER WAIT
BARBARA WALKER

TAROT DE ANTICHI BOLOGNESI
ANCIENT ITALIAN
CROWLEY TAROT
VISCONTI SPORZA

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