Estamos
agora entrando nos austeros
domínios do oitavo arcano, intitulado: A JUSTIÇA.
domínios do oitavo arcano, intitulado: A JUSTIÇA.
Arcano 8 ou Arcano 11.
Quando falamos em justiça, normalmente
as pessoas formulam em suas mentes a imagem de tribunais, julgamento e juízes,
que na maioria das vezes tem sempre uma sentença implacável e até mesmo
punitiva para nos aplicar. A simples menção da palavra justiça, faz a maioria
das pessoas se colocarem no banco dos réus, e, começarem um processo de auto-análise,
que tem por objetivo averiguar se elas não estão devendo nada para ninguém. E é
realmente curioso analisarmos esta preocupação que assalta a maioria das
pessoas. Por que normalmente as pessoas se colocam tão facilmente na posição de
réus, que teriam cometido algum delito? Por que a maioria das pessoas receia
deparar com um juiz á sua frente? O que existe de tão forte no arquétipo de
juiz, que faz com que as pessoas baixem as cabeças, como que envergonhadas, e
querendo esconder alguma coisa?
Apesar das muitas perguntas que foram
propostas, e das inúmeras respostas que podem ser dadas a elas, somente uma
resposta é verdadeira e explica o porquê do receio da maioria das pessoas em
ter que algum dia deparar com a justiça e enfrenta-la. A resposta, é muito
simples:
- Todos nós que atualmente vivemos no planeta
Terra, somos culpados por alguma coisa em maior ou menor grau, em alguma das inúmeras
situações que a vida nos apresenta.
O leitor
que agora está lendo esta página deverá estar pensando: Do que eu sou culpado,
e em que área de minha vida foi cometido o erro? Será que eu sou realmente
culpado de alguma coisa? Teria eu chances de me redimir perante aqueles a quem
eu devo alguma coisa?
Veja bem
amigo leitor. Ninguém o está acusando de coisa alguma, e quando dizemos que
todos nós temos em maior ou menor grau algum tipo de culpa, isto apenas é a
constatação de um fato. Mesmo que nesta existência não tenhamos cometido nenhum
erro durante toda a nossa vida, o que dizer dos erros que trazemos de vidas
passadas e que ainda não foram saldados? Ah! Já sei! Vai me dizer que você não
acredita em vidas passadas, reencarnação, e toda está conversa? Bom! Tudo bem!
O que você acredita ou deixa de acreditar, é problema seu. Mas o interessante, é
sabermos que algumas coisas, como por exemplo a reencarnação, a Lei de causa e
Efeito, e o Karma, - apenas para citarmos ‘algumas coisas’ – independem da sua
crença ou não crença, e agem sobre todos nós seres humanos. Estamos todos
sujeitos a algum tipo de julgamento.
Agora, o
que nós temos que tirar de nossas cabeças é o arquétipo negativo já formado em
nossas mentes, que imagina a cena do julgamento como uma sala circular, onde a
pessoa se encontra diminuta e ajoelhada no chão, cercada por um círculo de
pedras, atrás do qual sentam-se figuras encapuzadas deixando transparecer por
debaixo de seus capuzes apenas os olhos vermelhos soltando fogo, prontas para
manda-la para o inferno, purgatório, fogo eterno, ou alguma coisa desse tipo.
Segundo uma
visão muito interessante do movimento Ponte para a Liberdade, que se dedica a
estudar exclusivamente a Grande Fraternidade Branca, seus Mestres Ascensionados
e respectivos Raios, quando de nossa passagem deste plano terreno para a outra
vida, ocorre que somos de fato levados á frente de uma espécie de tribunal,
conhecido pelo nome de conselho do Karma. A função deste tribunal. (apesar da
maioria das pessoas por falta de informação, atribuir á palavra Karma uma
conotação negativa), não é nos julgar para depois nos punir pelos erros e
faltas cometidas em nossas varias vidas. É através da franca análise de tudo aquilo
que fizemos não apenas em nossas vidas passadas, mas também nesta última que
vivemos, definir para qual dos sete Raios de Luz, seremos mandados á fim de que
possamos neste determinado raio, aperfeiçoarmo-nos dentro de sua virtude
especifica, para que quando retornemos á terra, possamos desempenhar melhor o
nosso Dharma, ou seja, a Missão de vida que escolhemos para nós antes de
reencarnar. E é somente esta a função do ‘temido’ conselho do Karma, que apenas
irá nos direcionar melhor, dentro do nosso espaço de vida espiritual, entre uma
encarnação e outra, para que quando reencarnarmos, possamos cumprir melhor a
nossa Missão de vida, procurando perpetuar em nossos pensamentos palavras e ações
a vontade de Deus Pai- Mãe todo-Poderoso, o Criador dos céus e da Terra, também
conhecido como o Grande Arquiteto do Universo!
Após as
breves considerações citadas acima sobre julgamento, culpa, Dharma e Karma,
podemos observar nitidamente que qualquer tipo de auto-censura nossa em relação
a nós mesmos, e em relação a vida, advém do fato de não tomarmos consciência de
qual é a nossa Missão vida nesta vida, (Dharma). Justamente por este motivo
realizarmos inúmeras besteiras em todo os níveis, que nos afastam de nosso real
caminho, originando assim erros atrás de erros que não poderão passar
desapercebidos pela Lei de causa e Efeito, fazendo com que, mais dia ou menos
dia tenhamos que responder por nossos atos, a nível físico e até mesmo extra-físico.
Reflita...
Antes de
adentrarmos propriamente no arcano da justiça, falemos um pouco de uma pessoa
que entende tudo em matéria de justiça, que é justamente a Deusa Atena, sem dúvida
alguma uma das mais populares e respeitadas divindades de todo o Olimpo.
ATENA
Segundo a
mitologia, Atena, seria filha de Zeus, o rei de todos os deuses, e teria por mãe
Métis ainda estava grávida, Urano previu que aquela criança seria mais poderosa
que o pai. Consta que para impedir que a profecia se realizasse, Zeus engoliu a
mulher antes da criança nascer. Logo depois, teria sido acometido por uma forte
dor de cabeça, tão forte, que quase o enlouqueceu. Para curá-lo Hefesto, o
deus-ferreiro, abriu-lhe a cabeça com um machado de bronze, e para espanto de
todos da ferida aberta saltou, vestida e armada, dançando uma dança de guerra,
Atena, que soltou um grito de guerra triunfante. Diante da visão, todos os
imortais ficaram pasmos. Mais tarde, a deusa tornou-se a filha favorita de
Zeus, preferencia esta, que teria suscitado o ciúme e a inveja dos demais
deuses.
A inclinação
para as artes de guerra que possuía Atena foi reconhecida á partir de seu
nascimento. Entretanto, a deusa era diferente de Ares, o deus da Guerra, em
muitos aspectos. As artes que Atena cultivava, não tinham. Como base o amor á
batalha sangrenta. Na verdade, toda a sua postura era devida a seus altos princípios
e frieza de ponderação sobre a necessidade de lutar para preservar e manter a
verdade. Atena era uma estrategista e não uma simples guerreira, equilibrando a
força bruta de Ares com sua lógica, diplomacia e sagacidade. Protegia os
valentes e os corajosos, tornando-se com isso a guardiã de muitos heróis, entre
eles Perseu e Ulisses. Entretanto, a proteção que atena oferecia a todos estes
famosos guerreiros consistia de armas que deveriam ser utilizadas com inteligência,
maestria e planejamento.
Atena foi
uma exceção dentro do Olimpo, principalmente por causa de sua castidade. Além
disso deixou um importante legado á raça humana ao ensinar os homens como domar
cavalos, e as mulheres como tecer e bordar. As atividades de Atena não estavam
apenas ligadas ás coisas práticas e úteis da vida cotidiana, mas também ás
artes e á criação de um modo geral.
Atena foi
uma deusa civilizada, ao mesmo tempo em que foi guerreira para proteger e
preservar a pacífica civilização que ela presidia.
Os
símbolos que compõem o Arcano da Justiça
A balança, segura pela mão esquerda da
deusa Atena, ou Thêmis, é um instrumento de medida, através do qual serão
pesados todos os nossos pensamentos, palavras, e ações, para que após este
julgamento, possamos receber o que por direito nos pertence e, também o que
temos que pagar por erros cometidos no passado. Dizem que: ‘o que a balança
pesa, a espada executa’. E isso tem um real valor, pois é justo que se num dos
pratos da balança colocarmos dois quilos, no outro teremos que colocar o mesmo
peso, uma vez que se isto não acontecer estaremos gerando um desequilíbrio, que
detonará a ação da espada sobre as nossas cabeças. Esta situação traduzida para
a nossa vida seria a tão conhecida Lei de Causa e Efeito, da qual nenhum ser
humano pode escapar.
A espada de duplo fio É A arma através da
qual Atena por assim dizer, coloca o mundo em ordem, protegendo com a sua lâmina
os bons, e derramando o sangue dos maus. seria uma espada discriminadora, porém
imparcial (medite sobre a expressão ‘discriminadora, porém imparcial...) que
secciona o que é velho, obsoleto e atrasado dentro de nós, para que possamos
operar em nossa vida com o lado mais positivo de nosso ser, manifestando assim
o nosso Dharma, ou missão de vida. Ás vezes por mais duros e profundos que
sejam os golpes e cortes que esta espada produz em nós quando erramos, de
maneira alguma recebemos um golpe mais forte do que possamos suportar e, apenas
aquilo que merecemos é direcionado contra nós, para que através das
adversidades aprendamos a crescer em direção á luz e a valorizar os momentos em
nossa vida, onde tudo caminha bem.
A cruz solar que se encontra no pescoço
da Justiça, representa a fecundação da matéria pelo espirito e também a união
dos sexos opostos. Como já vimos no arcano da Sacerdotisa, esta cruz é um símbolo
dos quatros elementos, que estavam representados no arcano do mago pelo bastão,
taça, espada, e moeda de outro depositado sobre a mesa cúbica. tanto no arcano
da sacerdotisa, quando no arcano da justiça, estes elementos passam a estar
dentro de nós. Dai o porque de nestes dois arcanos não haver nenhum destes
elementos tão evidente ou visível. A única menção aos quatros elementos é a
cruz de quatro braços iguais. Mesmo a espada portada pela justiça, não
representará tão enfaticamente o elemento ar, como acontecia no arcano do Mago,
e sim como já foi dito, será um símbolo de expiação, justiça e expurgação
daquilo que é velho. A bem da verdade, talvez a única diferença em relação á
cruz solar que exista entre o arcano da justiça e o da sacerdotisa, seja o fato
de no segundo arcano Ísis estar tentando colocar os quatro elementos em
harmonia dentro de si, enquanto no oitavo arcano, Atenas ou Thêmis, já os
domina completamente. Uma vez que estes quatro elementos estão ligados ao ser
humano de forma integral, Atenas pode nos julgar muito bem.
As duas colunas são as já conhecidas Jachin
e Boaz, ou ‘Rigor’ e ‘Misericórdia’, segundo a Árvore da vida do Judaísmo. A
coluna mais clara representa que, para evitarmos problemas com a Karma, existe
uma Lei Divina a ser seguida, que deve ser perpetuada. A coluna mais
acinzentada representa o livre-arbítrio do ser humano, sobre o qual nenhum ser
pode intervir, mas que quando utilizado de maneira a corromper a Ordem do
Universo, gera para o usuário corruptor problemas por muitas vezes desagradáveis.
O pano violeta atrás de Atenas – cor que
representa transformação e liberdade- representa que a transmutação do negativo
no positivo apenas pode ser dar quando estamos em perfeito equilíbrio e
harmonia com nós mesmos. Atenas, apesar de estar sentada, não sugere
passividade e sim neutralidade, uma vez que a sua postura na cadeira não é de
total relaxamento, e sim de atenção, mas uma atenção não forçada, apenas
natural. Alias, esta é uma postura muito adequada aquela que julga os destinos
da humanidade. Mas isto não quer dizer que a pessoa que tirou este arcano numa
consulta sinta o desejo de permanecer passiva e neutra diante da vida. Pode ser
que o que a pessoa deseje realmente seja uma mudança que lhe propicie mais
liberdade de movimento, o que só ocorrerá quando ela resolver se colocar em
perfeito equilíbrio e harmonia com ela mesma.
A misteriosa luz que está por detrás do
pano violeta, seria a luz dos grandes mistérios, que apenas se revelam aquele
que atingiu um perfeito equilíbrio consigo mesmo, com os seus semelhantes, com
a natureza e com o cosmos. Tarefa que apesar de parecer impossível, somente o é
para aqueles que não têm a coragem suficiente para lutar pelo que querem, e que
talvez nem saibam mesmo ao certo o que querem de si mesmos e da vida.
Significado do 8° Arcano – A Justiça
Antes de
mais nada, o importante em relação ao oitavo arcano é termos plena consciência
de que, com a sua presença no jogo será indispensável uma postura correta,
justa, franca e leal perante a vida e perante nós mesmos. Com este arcano, vem á
tona a necessidade de sermos íntegros, honestos e verdadeiros conosco e com o
nosso passado, uma vez que o que passamos no momento presente nada mais é do
que um reflexo de nossas ações passadas. Quando refletimos á respeito do que
fizemos e, caso tenhamos cometido algum erro, nos perdoamos, através deste ato
de reflexão reclamamos para nós o poder de libertação de tudo aquilo que nos oprimia.
Então podemos seguir livres em relação ao nosso futuro, usando francamente o
nosso livre-arbítrio, que necessita ser utilizado com sabedoria, para que não
geramos Karmas futuros e tenhamos que pagar por isso amanhã.
O arcano da
justiça quando em jogo, indica que todas as situações pelas quais a pessoa está
passando no presente, foram geradas em um passado recente e até mesmo quem
sabe, num passado que trazemos de outras vidas. Nada de injusto ocorre com o
ser humano. A sorte ou o azar são as desculpas dos covardes, que negam tomar
para si as responsabilidades dos seus atos, preferindo ficar num estado de
auto- piedade, ao invés de se resolverem como seres humanos dotados de um
potencial divino, que todos nós sem exceção possuímos.
Muitas
pessoas não acreditam que existe livre-arbítrio, devido ao fato de que se elas
fizerem alguma coisa, terão que responder por isso no futuro, devido a Lei de
causa e Efeito. Esta visão é totalmente equivocada e vem do fato DAS PESSOAS, não
saberem como utilizar o seu livre-arbítrio, e pensarem que ele está
desassociado do passado, juntamente com todos os erros que cometemos. para que
possamos utilizar o nosso livre-arbítrio de maneira incondicional e irrestrita
no futuro, temos que nos desfazer dos erros do passado, tornando-nos livres de
nós mesmos, de nossas culpas e ansiedades que carregamos em nossos corações. Á
partir dai nos damos conta do maravilhoso presente dado pelo criador unicamente
a nós seres humanos: o livre-arbítrio- o privilégio de escolher!
Este arcano
nos obriga a tomar decisões, ou seja, nos obriga a realizar uma ação. Esta ação
deve ser executada segundo a força de vontade que nos impulsiona para frente,
tirando-nos de um estado de letargia, mas também segundo a sabedoria interna,
que o nosso melhor guia e conselheiro na hora que temos que decidir alguma
coisa. Do que acabamos de dizer surgem algumas perguntas, como por exemplo:
como tomar as decisões certas? Como saber se estou agindo corretamente, sem me
prejudicar, e, sem prejudicar ninguém?
A estas
perguntas, dizemos ao leitor, que no fundo no fundo, ele em seu interior,
conhece todas as respostas e possui o discernimento em sua consciência para
dizer o que é certo ou não. Qual é o seu medo? Por que hesita em se decidir?
Por que não te soltas e, ouves a tua voz interna, a voz do teu coração e
permite que elas te guie em meio as inúmeras vicissitudes de tua vida? Quando
vais aprender a te soltar? Quando vais permitir inundar-te pela tua luz interna
e deixar que ela ilumine os caminhos da tua vida, para que tu não tropeces
mais?
O grande
Juiz está diante de ti no arcano da Justiça. A tua consciência interna finalmente
te encontrou, depois de tanto tempo, que estivestes a fugir dela. A tua função
no momento atual nem é tanto julgar-te, e sim te libertar do passado, através
da aceitação de quem tu foste, para que no presente possas realmente ser quem
tu és, e finalmente num futuro não muito distante tornar-se um deus, parte do
Grande Arquiteto do Universo, perpetuando assim a Sua divina Vontade.
O Caminho na árvore da vida (cabala).
REFERÊNCIA DE ESTUDO:
__________________________________
Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri
THOTH CROWLEY
TAROT NAMUR
MARSELHA
LEONARDO DA VINCI TAROT
BARBARA WALKER
LABYRINTH TAROT
RIDER WAITE
TAROCCO SOPRAFINO
__________________________________
Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri
O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
IMAGENS E DECKS (fotos)
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TAROT NAMUR
MARSELHA
LEONARDO DA VINCI TAROT
BARBARA WALKER
LABYRINTH TAROT
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