quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A Justiça / Arcano 8


Estamos agora entrando nos austeros
domínios do oitavo arcano
, intitulado: A JUSTIÇA.
Arcano 8 ou Arcano 11. 
Quando falamos em justiça, normalmente as pessoas formulam em suas mentes a imagem de tribunais, julgamento e juízes, que na maioria das vezes tem sempre uma sentença implacável e até mesmo punitiva para nos aplicar. A simples menção da palavra justiça, faz a maioria das pessoas se colocarem no banco dos réus, e, começarem um processo de auto-análise, que tem por objetivo averiguar se elas não estão devendo nada para ninguém. E é realmente curioso analisarmos esta preocupação que assalta a maioria das pessoas. Por que normalmente as pessoas se colocam tão facilmente na posição de réus, que teriam cometido algum delito? Por que a maioria das pessoas receia deparar com um juiz á sua frente? O que existe de tão forte no arquétipo de juiz, que faz com que as pessoas baixem as cabeças, como que envergonhadas, e querendo esconder alguma coisa?
 Apesar das muitas perguntas que foram propostas, e das inúmeras respostas que podem ser dadas a elas, somente uma resposta é verdadeira e explica o porquê do receio da maioria das pessoas em ter que algum dia deparar com a justiça e enfrenta-la. A resposta, é muito simples:
- Todos nós que atualmente vivemos no planeta Terra, somos culpados por alguma coisa em maior ou menor grau, em alguma das inúmeras situações que a vida nos apresenta.
O leitor que agora está lendo esta página deverá estar pensando: Do que eu sou culpado, e em que área de minha vida foi cometido o erro? Será que eu sou realmente culpado de alguma coisa? Teria eu chances de me redimir perante aqueles a quem eu devo alguma coisa?
Veja bem amigo leitor. Ninguém o está acusando de coisa alguma, e quando dizemos que todos nós temos em maior ou menor grau algum tipo de culpa, isto apenas é a constatação de um fato. Mesmo que nesta existência não tenhamos cometido nenhum erro durante toda a nossa vida, o que dizer dos erros que trazemos de vidas passadas e que ainda não foram saldados? Ah! Já sei! Vai me dizer que você não acredita em vidas passadas, reencarnação, e toda está conversa? Bom! Tudo bem! O que você acredita ou deixa de acreditar, é problema seu. Mas o interessante, é sabermos que algumas coisas, como por exemplo a reencarnação, a Lei de causa e Efeito, e o Karma, - apenas para citarmos ‘algumas coisas’ – independem da sua crença ou não crença, e agem sobre todos nós seres humanos. Estamos todos sujeitos a algum tipo de julgamento.
Agora, o que nós temos que tirar de nossas cabeças é o arquétipo negativo já formado em nossas mentes, que imagina a cena do julgamento como uma sala circular, onde a pessoa se encontra diminuta e ajoelhada no chão, cercada por um círculo de pedras, atrás do qual sentam-se figuras encapuzadas deixando transparecer por debaixo de seus capuzes apenas os olhos vermelhos soltando fogo, prontas para manda-la para o inferno, purgatório, fogo eterno, ou alguma coisa desse tipo.
Segundo uma visão muito interessante do movimento Ponte para a Liberdade, que se dedica a estudar exclusivamente a Grande Fraternidade Branca, seus Mestres Ascensionados e respectivos Raios, quando de nossa passagem deste plano terreno para a outra vida, ocorre que somos de fato levados á frente de uma espécie de tribunal, conhecido pelo nome de conselho do Karma. A função deste tribunal. (apesar da maioria das pessoas por falta de informação, atribuir á palavra Karma uma conotação negativa), não é nos julgar para depois nos punir pelos erros e faltas cometidas em nossas varias vidas. É através da franca análise de tudo aquilo que fizemos não apenas em nossas vidas passadas, mas também nesta última que vivemos, definir para qual dos sete Raios de Luz, seremos mandados á fim de que possamos neste determinado raio, aperfeiçoarmo-nos dentro de sua virtude especifica, para que quando retornemos á terra, possamos desempenhar melhor o nosso Dharma, ou seja, a Missão de vida que escolhemos para nós antes de reencarnar. E é somente esta a função do ‘temido’ conselho do Karma, que apenas irá nos direcionar melhor, dentro do nosso espaço de vida espiritual, entre uma encarnação e outra, para que quando reencarnarmos, possamos cumprir melhor a nossa Missão de vida, procurando perpetuar em nossos pensamentos palavras e ações a vontade de Deus Pai- Mãe todo-Poderoso, o Criador dos céus e da Terra, também conhecido como o Grande Arquiteto do Universo!
Após as breves considerações citadas acima sobre julgamento, culpa, Dharma e Karma, podemos observar nitidamente que qualquer tipo de auto-censura nossa em relação a nós mesmos, e em relação a vida, advém do fato de não tomarmos consciência de qual é a nossa Missão vida nesta vida, (Dharma). Justamente por este motivo realizarmos inúmeras besteiras em todo os níveis, que nos afastam de nosso real caminho, originando assim erros atrás de erros que não poderão passar desapercebidos pela Lei de causa e Efeito, fazendo com que, mais dia ou menos dia tenhamos que responder por nossos atos, a nível físico e até mesmo extra-físico. Reflita...
Antes de adentrarmos propriamente no arcano da justiça, falemos um pouco de uma pessoa que entende tudo em matéria de justiça, que é justamente a Deusa Atena, sem dúvida alguma uma das mais populares e respeitadas divindades de todo o Olimpo.
ATENA
Segundo a mitologia, Atena, seria filha de Zeus, o rei de todos os deuses, e teria por mãe Métis ainda estava grávida, Urano previu que aquela criança seria mais poderosa que o pai. Consta que para impedir que a profecia se realizasse, Zeus engoliu a mulher antes da criança nascer. Logo depois, teria sido acometido por uma forte dor de cabeça, tão forte, que quase o enlouqueceu. Para curá-lo Hefesto, o deus-ferreiro, abriu-lhe a cabeça com um machado de bronze, e para espanto de todos da ferida aberta saltou, vestida e armada, dançando uma dança de guerra, Atena, que soltou um grito de guerra triunfante. Diante da visão, todos os imortais ficaram pasmos. Mais tarde, a deusa tornou-se a filha favorita de Zeus, preferencia esta, que teria suscitado o ciúme e a inveja dos demais deuses.
A inclinação para as artes de guerra que possuía Atena foi reconhecida á partir de seu nascimento. Entretanto, a deusa era diferente de Ares, o deus da Guerra, em muitos aspectos. As artes que Atena cultivava, não tinham. Como base o amor á batalha sangrenta. Na verdade, toda a sua postura era devida a seus altos princípios e frieza de ponderação sobre a necessidade de lutar para preservar e manter a verdade. Atena era uma estrategista e não uma simples guerreira, equilibrando a força bruta de Ares com sua lógica, diplomacia e sagacidade. Protegia os valentes e os corajosos, tornando-se com isso a guardiã de muitos heróis, entre eles Perseu e Ulisses. Entretanto, a proteção que atena oferecia a todos estes famosos guerreiros consistia de armas que deveriam ser utilizadas com inteligência, maestria e planejamento.
Atena foi uma exceção dentro do Olimpo, principalmente por causa de sua castidade. Além disso deixou um importante legado á raça humana ao ensinar os homens como domar cavalos, e as mulheres como tecer e bordar. As atividades de Atena não estavam apenas ligadas ás coisas práticas e úteis da vida cotidiana, mas também ás artes e á criação de um modo geral.
Atena foi uma deusa civilizada, ao mesmo tempo em que foi guerreira para proteger e preservar a pacífica civilização que ela presidia.
 Os símbolos que compõem o Arcano da Justiça

A balança, segura pela mão esquerda da deusa Atena, ou Thêmis, é um instrumento de medida, através do qual serão pesados todos os nossos pensamentos, palavras, e ações, para que após este julgamento, possamos receber o que por direito nos pertence e, também o que temos que pagar por erros cometidos no passado. Dizem que: ‘o que a balança pesa, a espada executa’. E isso tem um real valor, pois é justo que se num dos pratos da balança colocarmos dois quilos, no outro teremos que colocar o mesmo peso, uma vez que se isto não acontecer estaremos gerando um desequilíbrio, que detonará a ação da espada sobre as nossas cabeças. Esta situação traduzida para a nossa vida seria a tão conhecida Lei de Causa e Efeito, da qual nenhum ser humano pode escapar.
A espada de duplo fio É A arma através da qual Atena por assim dizer, coloca o mundo em ordem, protegendo com a sua lâmina os bons, e derramando o sangue dos maus. seria uma espada discriminadora, porém imparcial (medite sobre a expressão ‘discriminadora, porém imparcial...) que secciona o que é velho, obsoleto e atrasado dentro de nós, para que possamos operar em nossa vida com o lado mais positivo de nosso ser, manifestando assim o nosso Dharma, ou missão de vida. Ás vezes por mais duros e profundos que sejam os golpes e cortes que esta espada produz em nós quando erramos, de maneira alguma recebemos um golpe mais forte do que possamos suportar e, apenas aquilo que merecemos é direcionado contra nós, para que através das adversidades aprendamos a crescer em direção á luz e a valorizar os momentos em nossa vida, onde tudo caminha bem.
A cruz solar que se encontra no pescoço da Justiça, representa a fecundação da matéria pelo espirito e também a união dos sexos opostos. Como já vimos no arcano da Sacerdotisa, esta cruz é um símbolo dos quatros elementos, que estavam representados no arcano do mago pelo bastão, taça, espada, e moeda de outro depositado sobre a mesa cúbica. tanto no arcano da sacerdotisa, quando no arcano da justiça, estes elementos passam a estar dentro de nós. Dai o porque de nestes dois arcanos não haver nenhum destes elementos tão evidente ou visível. A única menção aos quatros elementos é a cruz de quatro braços iguais. Mesmo a espada portada pela justiça, não representará tão enfaticamente o elemento ar, como acontecia no arcano do Mago, e sim como já foi dito, será um símbolo de expiação, justiça e expurgação daquilo que é velho. A bem da verdade, talvez a única diferença em relação á cruz solar que exista entre o arcano da justiça e o da sacerdotisa, seja o fato de no segundo arcano Ísis estar tentando colocar os quatro elementos em harmonia dentro de si, enquanto no oitavo arcano, Atenas ou Thêmis, já os domina completamente. Uma vez que estes quatro elementos estão ligados ao ser humano de forma integral, Atenas pode nos julgar muito bem.
As duas colunas são as já conhecidas Jachin e Boaz, ou ‘Rigor’ e ‘Misericórdia’, segundo a Árvore da vida do Judaísmo. A coluna mais clara representa que, para evitarmos problemas com a Karma, existe uma Lei Divina a ser seguida, que deve ser perpetuada. A coluna mais acinzentada representa o livre-arbítrio do ser humano, sobre o qual nenhum ser pode intervir, mas que quando utilizado de maneira a corromper a Ordem do Universo, gera para o usuário corruptor problemas por muitas vezes desagradáveis.
O pano violeta atrás de Atenas – cor que representa transformação e liberdade- representa que a transmutação do negativo no positivo apenas pode ser dar quando estamos em perfeito equilíbrio e harmonia com nós mesmos. Atenas, apesar de estar sentada, não sugere passividade e sim neutralidade, uma vez que a sua postura na cadeira não é de total relaxamento, e sim de atenção, mas uma atenção não forçada, apenas natural. Alias, esta é uma postura muito adequada aquela que julga os destinos da humanidade. Mas isto não quer dizer que a pessoa que tirou este arcano numa consulta sinta o desejo de permanecer passiva e neutra diante da vida. Pode ser que o que a pessoa deseje realmente seja uma mudança que lhe propicie mais liberdade de movimento, o que só ocorrerá quando ela resolver se colocar em perfeito equilíbrio e harmonia com ela mesma.
A misteriosa luz que está por detrás do pano violeta, seria a luz dos grandes mistérios, que apenas se revelam aquele que atingiu um perfeito equilíbrio consigo mesmo, com os seus semelhantes, com a natureza e com o cosmos. Tarefa que apesar de parecer impossível, somente o é para aqueles que não têm a coragem suficiente para lutar pelo que querem, e que talvez nem saibam mesmo ao certo o que querem de si mesmos e da vida.
Significado do 8° Arcano – A Justiça
Antes de mais nada, o importante em relação ao oitavo arcano é termos plena consciência de que, com a sua presença no jogo será indispensável uma postura correta, justa, franca e leal perante a vida e perante nós mesmos. Com este arcano, vem á tona a necessidade de sermos íntegros, honestos e verdadeiros conosco e com o nosso passado, uma vez que o que passamos no momento presente nada mais é do que um reflexo de nossas ações passadas. Quando refletimos á respeito do que fizemos e, caso tenhamos cometido algum erro, nos perdoamos, através deste ato de reflexão reclamamos para nós o poder de libertação de tudo aquilo que nos oprimia. Então podemos seguir livres em relação ao nosso futuro, usando francamente o nosso livre-arbítrio, que necessita ser utilizado com sabedoria, para que não geramos Karmas futuros e tenhamos que pagar por isso amanhã.
O arcano da justiça quando em jogo, indica que todas as situações pelas quais a pessoa está passando no presente, foram geradas em um passado recente e até mesmo quem sabe, num passado que trazemos de outras vidas. Nada de injusto ocorre com o ser humano. A sorte ou o azar são as desculpas dos covardes, que negam tomar para si as responsabilidades dos seus atos, preferindo ficar num estado de auto- piedade, ao invés de se resolverem como seres humanos dotados de um potencial divino, que todos nós sem exceção possuímos.
Muitas pessoas não acreditam que existe livre-arbítrio, devido ao fato de que se elas fizerem alguma coisa, terão que responder por isso no futuro, devido a Lei de causa e Efeito. Esta visão é totalmente equivocada e vem do fato DAS PESSOAS, não saberem como utilizar o seu livre-arbítrio, e pensarem que ele está desassociado do passado, juntamente com todos os erros que cometemos. para que possamos utilizar o nosso livre-arbítrio de maneira incondicional e irrestrita no futuro, temos que nos desfazer dos erros do passado, tornando-nos livres de nós mesmos, de nossas culpas e ansiedades que carregamos em nossos corações. Á partir dai nos damos conta do maravilhoso presente dado pelo criador unicamente a nós seres humanos: o livre-arbítrio- o privilégio de escolher!
Este arcano nos obriga a tomar decisões, ou seja, nos obriga a realizar uma ação. Esta ação deve ser executada segundo a força de vontade que nos impulsiona para frente, tirando-nos de um estado de letargia, mas também segundo a sabedoria interna, que o nosso melhor guia e conselheiro na hora que temos que decidir alguma coisa. Do que acabamos de dizer surgem algumas perguntas, como por exemplo: como tomar as decisões certas? Como saber se estou agindo corretamente, sem me prejudicar, e, sem prejudicar ninguém?
A estas perguntas, dizemos ao leitor, que no fundo no fundo, ele em seu interior, conhece todas as respostas e possui o discernimento em sua consciência para dizer o que é certo ou não. Qual é o seu medo? Por que hesita em se decidir? Por que não te soltas e, ouves a tua voz interna, a voz do teu coração e permite que elas te guie em meio as inúmeras vicissitudes de tua vida? Quando vais aprender a te soltar? Quando vais permitir inundar-te pela tua luz interna e deixar que ela ilumine os caminhos da tua vida, para que tu não tropeces mais?
O grande Juiz está diante de ti no arcano da Justiça. A tua consciência interna finalmente te encontrou, depois de tanto tempo, que estivestes a fugir dela. A tua função no momento atual nem é tanto julgar-te, e sim te libertar do passado, através da aceitação de quem tu foste, para que no presente possas realmente ser quem tu és, e finalmente num futuro não muito distante tornar-se um deus, parte do Grande Arquiteto do Universo, perpetuando assim a Sua divina Vontade.
 O Caminho na árvore da vida (cabala).
 REFERÊNCIA DE ESTUDO:
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Segredos do Eterno. Alexandre José Garzeri

O TarotCabalístico - um manual de filosofia Mística. Robert Wang
IMAGENS E DECKS (fotos)
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TAROT NAMUR
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